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Luke

Desviei estes pensamentos da memória e dirigi-me até à entrada da grande casa dos meus pais.

Toco à campainha e logo ouço passos vindos do outro lado da porta.

"Luke! Ainda bem que vieste!" - A minha mãe saúda-me com um amoroso abraço, depois de abrir a grande porta de madeira.

"É bom ver-te, mãe." - Eu digo, retribuindo o abraço e sentindo o habitual aroma a framboesas do seu perfume.

"Entra, filho!" - Ela convida e eu dirijo-me à sala, sentando-me num dos dois cadeirões lá existentes. Liz senta-se no outro, ficando assim de frente para mim.

"Queres beber alguma coisa, Luke?" - Ela questiona.

"Um copo de água, por favor." - Eu peço, encostando-me no cadeirão. - "Está imenso calor hoje!"

"Está mesmo filho." - Ela concorda, levantando-se e dirigindo-se à cozinha de seguida.

Olho para a televisão e reparo que está a dar uma das muitas séries de culinária de que a minha mãe tanto gosta.

Enquanto me tentava concentrar nos ingredientes que Jamie Oliver utilizava no que parecia ser um bolo de chocolate maravilhoso, Liz regressa à sala com dois copos de água na mão. Coloca-os na mesinha que se encontrava no meio dos dois cadeirões e senta-se.

Cheguei-me um pouco para a frente e peguei no que estava mais perto de mim. Ela fez o mesmo, pegando no outro copo.

"O Ben disse-me que a mãe tinha algumas lembranças e fotografias para me mostrar...?" - Eu meio que pergunto, depois de beber todo o líquido que se encontrava no copo e o pousar de novo na mesa.

"Sim, é verdade! Eu e o teu pai andamos a arrumar o sótão durante o fim-de-semana e encontramos algumas coisas que te pertenciam e aos teus irmãos. Pensamos que iriam gostar de as ver e, se quisessem, levá-las para vossas casas. Os teus irmãos já cá estiveram e já levaram algumas coisas." - Ela conta.

"A mãe sabe que eu não sou muito desse tipo de coisas. Se quiser pode guardá-las para si e para o pai." - Eu digo com um esgar.

"Eu gostava muito que guardasses parte delas Luke... é a tua infância." - Liz murmura, realçando a última parte.

"Eu não sei..." - Eu começo, mas sou interrompido pela minha mãe:

"Ao menos vai ver o que encontramos... e se por acaso quiseres levar alguma coisa, está à vontade. E eu ficaria muito feliz se o fizesses." - Ela diz olhando-me nos olhos.

"Tudo bem..." - Eu suspiro, levantando-me do cadeirão. - "Mas não prometo que realmente traga alguma coisa!"

"Obrigada Luke." - Liz agradece com um doce sorriso delineado nos lábios.

Encaminho-me até às escadas de acesso ao piso superior, subindo-as de seguida.

Quando chego ao cimo percorro o curto corredor, passando pelas portas dos 4 quartos existentes.

Do lado direito o quarto dos meus pais e o do meu irmão Jack e do lado esquerdo o meu e do meu irmão Ben. Neste momento apenas o quarto dos meus pais ainda se encontrava como sempre esteve, já que eu e os meus irmãos já lá não vivíamos. Os nossos quartos serviam agora para os hóspedes. Existia ainda outra porta: a casa de banho (apesar de haver uma em todos os quartos).

Chego então a umas pequenas escadas feitas de madeira que davam acesso ao sótão. Subo-as com cuidado, já que a sua resistência não é a mesma de há 10 anos atrás.

photograph » luke hemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora