Luke
Voltei a Brooklyn. Preciso de falar com a avó da Alison outra vez. Talvez ela saiba mais alguma coisa a cerca do assunto. Mas se soubesse já me teria contado - provavelmente.
Sento-me num banco do Prospect Park e apoio os cotovelos nos joelhos. Levo as mãos à cabeça e mexo no cabelo, desgrenhando-o.
Não pode ser verdade. Foi apenas um mal-entendido. O Dennis não deve saber a história completa e não ma explicou corretamente.
A avó da Alison disse-me que a neta vive em casa dos tios. Talvez lhe possa pedir a morada e ir lá perguntar por mais algumas informações; nesta situação tenho direito a respostas.
Mas de quem eu preciso mais respostas é da parte dos meus pais - melhor, da parte da minha mãe. Se o que Dennis me contou é verdade... não sou filho do Andrew; não sou filho do homem ao qual sempre chamei pai. Agora percebo o porquê de todas aquelas boas lembranças que tenho de Henry. Percebo porque ele me tratava com um filho; porque sou mesmo seu filho.
Sinto outra vez uma vontade imensa de chorar. Contudo, desta vez não me contenho e deixo as lágrimas caírem. A minha vida é, realmente, uma mentira. Há dois dias atrás, quando me fui abaixo, a única coisa que queria era um abraço da minha mãe; hoje, é a única coisa que não quero. Talvez pudesse ligar aos meus irmãos e desabafar com eles; ou com o Ashton – apesar de Michael ser o meu melhor amigo, Ashton é capaz de deixar o que está a fazer apenas para me ouvir. Mas depois lembro-me de que o meu telemóvel está desligado.
Embrulho o meu tronco com os braços quando sinto um arrepio correr-me pelo corpo. Devia ter vestido roupa mais quente. Apesar de achar que não a tenho; em Sydney nunca precisaria de andar com uma sweatshirt de pêlo e ainda com um casaco por cima.
Limpo as minhas bochechas - que entretanto tinham ficado cheias de lágrimas gravadas - e levanto-me. Dou uma volta pelo parque antes de ir a casa de Rose. Esta tinha-me dito que a Alison deveria chegar em poucos dias. Bem, alguns dias já se passaram e ainda não tive notícias dela. Se não te tivesses esquecido do carregador do telemóvel, podias ligar-lhe, acusa-me o meu subconsciente.
Levo as mãos aos bolsos e encontro algumas moedas do troco que recebi da pequena viagem de táxi. Oh, podia ter-me lembrado disto antes. Vou procurar por uma cabine telefónica, deve haver alguma por aí. E acho que tenho dinheiro que chegue para duas chamadas. Se me conseguir lembrar do número do Ben, pode ser que tenha sorte e lhe consiga contar as pouco animadoras novidades.
Vagueio por entre os caminhos do parque e, quando dou por mim, já o deixei para trás. Observo as montras enquanto ando pelas ruas. Fico frustrado quando não encontro nenhuma cabine telefónica. Parece que vou ter de gastar o dinheiro de Rose e fazer chamadas a partir do telemóvel dela.
Mas antes que a minha cabeça consiga concordar com essa hipótese, avisto uma cabine amarela ao longe. Dou um suspiro de alívio e acelero o passo até lá chegar. Dou uma olhadela no café à minha frente e vejo que existem bastantes bolos neste. Oh, parece que vou comer um destes antes de ir a casa de Rose.
Volto o meu olhar para a cabine e procuro no bolso pelo papel onde apontei o número da Alison. Puxo-o e solto um grunhido quando as moedas caem no chão. Agacho-me, apanhando-as e entrando – finalmente – na cabine telefónica. Coloco-as no orifício destinado e marco o número da rapariga. Levo o telefone ao ouvido e espero. Mordo o lábio devido ao nervosismo. Por favor Alison, atende.
Deixo o telefone cair quando ouço a porta de vidro atrás de mim ser aberta ruidosamente.
Viro-me, pronto para reclamar, mas as palavras ficam-me presas na garganta quando observo a rapariga à minha frente.
Os seus grandes olhos verdes – que, como me lembro, se encontram tapados pelos óculos - ficam presos nos meus durante o que me parecem ser horas.
"Alison, o que se passa?" – um rapaz com uma criança ao colo pergunta-lhe, preocupado. Não consigo pormenorizar a coisa, porque não consigo desviar o meu olhar do dela, mas dá-me impressão ter aproximadamente a minha idade. Mas então dou-me conta que é ela que está realmente à minha frente.
Ela não lhe responde, mas abre a boca como se quisesse falar e não conseguisse.
Ela sabe que sou eu.
"L...Luke?" – ela gagueja.
Tudo acontece demasiado rápido: o meu corpo reage sem a minha cabeça dar permissão e sinto os meus braços rodearem a pequena rapariga à minha frente. Os seus são mais cautelosos, mas logo sinto as suas unhas arranharem o tecido da minha camisola.
"Alison." – murmuro ao ouvido dela.
Ouço um gritinho e percebo que é da menina que o rapaz tinha nos braços. A Alison afasta-se e olha para trás, recebendo um olhar de desaprovação da criança.
"Eu estou à espera do meu pupcake, Ali." – ela resmunga e cruza os braços, fazendo depois um beicinho.
A rapariga à minha frente ri-se e levanta a cabeça, olhando de novo para mim. Rio-me mentalmente quando dou conta da nossa diferença de alturas; tenho de baixar – bastante – a cabeça para conseguir olhar para ela. Reparo que tem algumas lágrimas nos cantos dos olhos e percebo que acontece o mesmo comigo.
"Queres ir comer um cupcake connosco?" – ela questiona lançando-me um sorriso aberto. Tem uns dentes perfeitamente alinhados, obra de um aparelho dentário, muito provavelmente.
"Adorava."
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hey, hey :)
peço imensa desculpa por não ter publicado durante o fim-de-semana e pelo capítulo ser pequeno, mas esta semana não vou poder publicar diariamente. quanto ao tamanho do capítulo... queria que ficasse assim, porque no próximo vou-me dedicar à conversa que os dois vão ter.
adoro-vos,
inês ^^
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photograph » luke hemmings
Fanfiction"we keep this love in a photograph we made these memories for ourselves where our eyes are never closing our hearts were never broken and time's forever frozen still so you can keep me inside the pocket of your ripped jeans holding me close until ou...