12

3.3K 251 29
                                    

Luke

Acordo com a música irritante do despertador. Olho para ele e vejo que já são 12:30.

Arg, hoje era o almoço de família.

Rapidamente me levanto da cama e dirijo-me à pequena casa de banho do meu apartamento.

Tomo um duche rápido e depois de vestir uma roupa lavada e de colocar um pouco do habitual perfume, saio do meu apartamento sem não esquecer de antes pegar no meu telemóvel e nos meus auriculares.

Dirijo-me até ao elevador do prédio e este leva-me até à entrada do edifício.

Desbloqueio o meu telemóvel e vejo que são 12:50. O almoço estava marcado para as 13:30, por isso espero que o autocarro não se atrase. A viagem ainda demora uns 20 minutos.

Felizmente, o autocarro chega a horas e 15 minutos depois já me encontro a 2 quarteirões de casa dos meus pais.

Percorro o caminho restante com os auriculares nos ouvidos enquanto tento suportar o calor exorbitante que se faz em Janeiro em Sydney.

Quando chego ao meu destino reparo que são 13:20 e que cheguei a horas, apesar de ter adormecido. Retiro os auriculares e toco à campainha da grande casa de cor azulada.

Poucos segundos depois a porta é aberta e o meu pai encontra-se do outro lado.

"Então Luke, pensei que já não vinhas!" – Andrew diz com um sorriso trocista nos lábios, dando-me de seguida um abraço.

"Desculpa ter chegado em cima da hora, mas já cá estou!"

"Entra então. A mãe já vai servir o almoço."

Dirijo-me até à sala de estar e encontro os meus 2 irmãos mais velhos sentados nos dois cadeirões existentes.

"Luke! Finalmente, pensei que ia comer a tua perna de frango." – Jack diz dando uma gargalhada de seguida.

"Bem, parece que já não vais ter essa sorte." – digo e cumprimento os dois rapazes com um abraço a cada um. Depois atiro-me para cima do sofá de cor castanha situado entre os dois cadeirões.

"O concerto de ontem foi incrível!" – Ben exclama. – "Ainda gostei mais da nova canção ao ouvir-vos cantá-la no bar!"

"Sim, acho que correu bem." – admito. – "Estávamos mais confiantes desta vez. Tivemos mais pessoas no público e isso ajudou."

"O bar estava cheio. Até parecia maior!" – Jack diz, fazendo-me rir. O bar do Andy era de longe o maior bar de Sydney.

"Meninos, venham para a mesa!" – a voz da minha mãe faz-se ouvir e eu apercebo-me que ainda não a tinha cumprimentado.

"Olá mãe!" – eu exclamo e dirijo-me até ela aos saltinhos como uma criança.

"Olá Lukey!" – ela exclama, apertando-me as bochechas de seguida.

Sento-me no meu lugar e o meu olfato capta o delicioso cheiro do nosso almoço. Tal como os meus irmãos, sempre adorei frango assado. Principalmente o da minha mãe. Sem dúvida que as suas séries de culinária ajudam.

Quando já todos se encontram sentados, servimo-nos e começamos a comer o magnífico almoço.

Uma agradável conversa começa instantes depois e os meus pensamentos dirigiram-se para a rapariga dos olhos verdes que se encontrava na foto que eu tinha no bolso. Até que era um bom nome para lhe dar enquanto não sabia o seu verdadeiro. A Rapariga dos Olhos Verdes. Ou então um bom nome para um livro. Não existe "A Rapariga Que Roubava Livros"?

Ontem à noite não conseguia adormecer e decidi pegar na tal foto. Apercebi-me que provavelmente seria melhor eu perguntar aos meus pais se têm alguma informação sobre ela. Sozinho não iria chegar a lado nenhum, através daquela metade de morada. Se ao menos a minha mãe soubesse onde fica aquela casa. Ou até se é uma casa.

"Luke? Está tudo bem?" – a voz do meu pai termina com a linha dos meus pensamentos e eu volto à vida real.

"Sim, sim está tudo bem. Peço desculpa, não estava a prestar atenção."

"Nós percebemos. Alguma coisa te está a incomodar, filho?" – foi a voz da minha mãe que soou desta vez.

"Hum, na verdade..." – eu murmuro e logo a minha mãe volta a falar: "Conta-nos o que se passa."

"Bom...naquele dia em que eu vim cá a casa ver se encontrava alguma coisa de quando eu era pequeno que quisesse levar para casa eu disse à mãe que apenas tinha levado um pinguim." – ouço uma gargalhada do meu irmão Ben que logo é repreendida com um olhar da minha mãe. – "Levei também uma foto que encontrei na caixa." – retirei-a do meu bolso, mostrei-a e prossegui. – "Esta é a foto. Eu não conheço esta rapariga. Ou se conheço não faço a menor ideia de onde. Fiquei ainda mais intrigado porque na parte de trás está o meu nome escrito, apesar de eu não me encontrar na foto. Provavelmente estou na outra metade, não sei. Pensei que o outro nome fosse dela, mas também não o sei...e esta morada? Apenas sei que a nossa antiga casa ficava em Marrickville, mas não me lembro da rua. E só está aqui metade dela por isso fica ainda mais difícil pesquisar sobre isso. Pensei que talvez a mãe e o pai se lembrassem dela? Ainda pensei em não vos mostrar a foto, mas não sabia o havia de fazer. Quero mesmo descobrir quem é a rapariga."

Quando acabo o meu discurso fito os meus pais que trocam um olhar cúmplice.

"Filho..." – a minha mãe começa. – "Essa é a Alison...não te lembras dela?"

Alison? Alison...

Alison.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

photograph » luke hemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora