Alison - 3 meses depois
Solto um grunhido e movo-me desajeitadamente na cama quando ouço o toque estridente do meu telemóvel.
Olho para a persiana e procuro por alguns raios de sol a passar pelos pequenos buracos, mas não existem. Ainda é de madrugada. Quem é que me liga a esta hora?
Com cuidado, desentrelaço as minhas pernas das de Will que dorme profundamente a meu lado. Como é que ele não acorda com este barulho?
Arquejo enquanto me levanto, sentindo o ambiente frio do quarto arrepiar-me as pernas nuas. Desloco-me em bicos de pés pelo corredor do meu apartamento e sigo a linha do som que entretanto tinha acabado. Apresso-me a chegar até ao telemóvel, quando o toque começa de novo, antes que acorde Will.
Semicerro os olhos ao olhar para o ecrã; aquela luminosidade cegava.
Luke. Reviro os olhos e atendo a chamada.
"Luke, tu sabes que horas são?!" – murmuro para o telefone, tentando parecer irritada.
"Cinco da tarde, duh." – ele responde inocentemente e eu bato com a mão livre na testa.
"Não sei se te esqueceste mas eu não vivo em Sydney." – ouço um resmungo do outro lado da linha e amaldiçoo-o mentalmente, porque quem devia estar a resmungar era eu. – "Não me culpes, Lucas."
"Tu também? Foi o Michael, não foi? Ou o Calum? Eu não me chamo Lucas!" – dou uma breve risada e ponho a língua de fora apesar de Luke não me poder ver. – "E... ups? Desculpa, esqueço-me sempre da diferença horária! Estavas a dormir?"
Bato outra vez na minha própria testa.
"Não, claro que não Luke. Estava a dar uma volta no parque."
"Oh, ainda bem então. Mas o que é que estavas a fazer no parque a essa ho..." – corto-o com uma gargalhada mais alta do que o previsto. Ponho a mão à frente da boca e recomponho-me. – "Onde é que está a piada?"
"Desde quando é que ficaste tão burro?" – quase que consigo ver o seu queixo a cair e antes que ele implique, continuo. – "Claro que estava a dormir! É de madrugada!"
"Olha mas podias muito bem estar no parque. Eu já fui para o parque de madrugada." – ele diz.
"O que é que foste fazer ao parque, de madrugada?" – quero-me rir, mas não quero acordar Will.
"Tinha uns doze anos e uma rapariga queria-se encontrar comigo só que os pais não deixavam. Então ela pediu-me para ir ter com ela ao parque, de madrugada." – ele conta e quase que o consigo ver a vangloriar-se.
"Uau, que bonito. Vai ser a história de adormecer dos meus filhos." – brinco, mas ele não se ri.
"Que engraçadinha. Fica a saber que tive um namoro de três dias com essa rapariga."
"Foi o teu recorde?" – questiono e ouço-o arfar do outro lado da linha.
"Que má! Só por isso vou-te ligar todos os dias a esta hora." – ele diz com um tom convencido. Reviro os olhos de novo.
"O teu tijolo pode não ter opção de silenciar, mas, para que saibas, o meu telemóvel tem." – afirmo com um sorriso de canto. Ele ri-se e eu atiro o braço livre ao ar. – "Ganhei!"
"Admito, essa teve piada." – abano a cabeça em divertimento.
"Mas olha, ligaste-me só para meter conversa ou tens realmente algo para me dizer?" – questiono, mudando o peso de um pé para o outro.
"Oh, tenho, tenho!" – falou de uma maneira tão exuberante que até tive de afastar o telemóvel do ouvido. – "Lembraste daquele homem que tinha vindo falar comigo e com os rapazes depois da atuação no bar?" – anuo. – "Bem, ele trabalha numa editora qualquer e quer propor-nos um contrato! Um contrato, Alison!"
Ouço a sua respiração rápida e percebo que, ou está a correr (decididamente não) ou está a saltar de alegria (decididamente sim). Finalmente! Ele merece. Ele e a banda. Tive a oportunidade de os ouvir tocar umas quantas vezes e percebi o talento que tinham. Trabalharam para isso e agora vão ser recompensados.
"Estou tão feliz por ti, Lukey! Finalmente alguém mexeu os cordelinhos e fez alguma coisa por vocês, que não oferecer-vos um concerto num bar!"
"Concordo. Mesmo. Comecei a perceber que as pessoas que iam assistir às nossas atuações eram sempre as mesmas." – aceno afirmativamente com a cabeça apesar de ele não me ver. – "E, apesar de o Ashton dizer que não é verdade, acho que só lá iam por caridade."
"Pode até ser por isso, mas com certeza gostam da vossa música. Até porque é impossível não gostar."
"Claro que é. Nós somos incríveis." – ele afirma.
"Olha, vê lá... As pessoas não gostam de convencidos."
"Esqueceste-te de tomar os comprimidos hoje, foi?"
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
hey, hey :)
o capítulo está pequeno mas eu queria que acabasse assim. provavelmente o próximo também vai ser mais curto... o próximo que é o último :'(
amanhã ou sexta publico o epílogo e... fim :(
nem acredito que já está mesmo a acabar!
adoro-vos,
beijinhos ^^
VOCÊ ESTÁ LENDO
photograph » luke hemmings
Fanfiction"we keep this love in a photograph we made these memories for ourselves where our eyes are never closing our hearts were never broken and time's forever frozen still so you can keep me inside the pocket of your ripped jeans holding me close until ou...