Alison
Estava uma manhã fresca e ainda era possível sentir a presença do orvalho das plantas. O meu cabelo baloiçava à medida que o vento lhe embatia, levando consigo o aroma de baunilha e frutos vermelhos do meu perfume.
Will caminhava ao meu lado enquanto percorríamos o Prospect Park. Os seus cabelos escuros encaracolavam-se atrás das orelhas e tapavam-lhe os olhos que pareciam mais brilhantes do que o normal. As faces estavam coradas devido ao frio e as suas mãos estavam enterradas nos bolsos do casaco preto.
Num ato inconsciente, levei a minha mão ao pescoço e senti a pequena lua em quarto crescente que carregava há vários anos; e ainda o recente pingente em forma de duas asas de anjo de cor dourada.
"Não sabia o que te haveria de oferecer. Mas quando vi esse colar achei que tinha tudo a ver contigo. Reparei na lua que levavas ao pescoço e percebi que andavas sempre com ela. Talvez estas asas também se tornem tão significativas para ti quanto essa lua, seja o seu significado qual for. Espero, sinceramente, que gostes."
Foi o que Will dissera, quando me entregara a pequena caixa com o fio, na noite anterior. Não estava à espera de nenhum presente, quanto mais um tão bonito. Sem dúvida que Will tinha muito bom gosto. O pingente parecia adicionar umas brilhantes asas à lua prateada devido à diferença de tamanhos e, consequentemente, à maneira de como esta assentava perfeitamente no meio das mesmas.
Ontem cheguei um pouco tarde a casa e por isso não tive tempo de contar aos meus tios a novidade, já que estes se encontravam a dormir. Mal acordei, decidi ligar a Will e pedir-lhe que estivesse comigo quando lhes dissesse. Assim ficavam logo a saber quem era ele. Encontramo-nos no meu café preferido, Sweetleaf – onde eu comi o meu cupcake e bebi o meu cappuccino -, e agora dirigimo-nos para minha casa.
"Estamos a chegar." – aviso, quando avisto a casa dos meus tios ao longe.
"Eu conheço este bairro. Um amigo meu mora naquela casa." – Will diz e aponta para uma casa igual a todas as outras; branca e com 2 pisos.
"Chegamos!" – digo e procuro pelas minhas chaves na mala azul. Quando as encontro abro a porta de casa e convido Will a entrar.
Mal fecho a porta ouço uma voz vinda das escadas de acesso ao piso superior. Chloe. Esta dirige-se até mim de sobrolho franzido.
"Alison, é o teu namorado?" – ela pergunta e sinto o sangue subir-me às faces.
"N... Não Chloe, é só um amigo." – digo e amaldiçoo-me a mim própria por gaguejar. – "Will, esta é a Chloe, a minha prima."
"Olá, Chloe, eu sou o Will. Estás boa?" – ele pergunta agachando-se à frente da minha prima.
"Sim e tu?" – ela pergunta lançando-lhe um olhar desconfiado.
"Também. Obrigada por perguntares."
"De nada." – ela diz simplesmente e dirige-se de novo para o piso de cima, provavelmente para o seu quarto. Algo me diz que ela não gostou muito de Will e o rapaz parece ter percebido isso.
"Não te preocupes, ela é assim com toda a gente." – minto, não querendo que Will ficasse triste devido à pouca confiança que Chloe depositara nele.
"Vamos à cozinha, os meus tios devem estar lá." – digo, mudando de assunto e encaminhando-me até à cozinha com Will nos calcanhares.
Alcanço o puxador da porta da cozinha e abro-a, vendo depois o meu tio sentado na mesa a ler o jornal diário e a minha tia a lavar alguns pratos, que muito provavelmente pertenciam ao pequeno-almoço.
"Oh, olá Alison!" – o meu tio cumprimenta. – "E olá..."
"Will." – o rapaz de olhos azuis completa e a minha tia dá um sorriso de canto.
"Hum... Este é o Will. Will, a minha tia, Lauren, e o meu tio, Sebastian." – eu faço uma rápida apresentação e o meu tio convida-nos a sentar na mesa.
"A que se deve a visita de Will?" – Lauren pergunta, olhando para mim com um sorriso malicioso nos lábios. Reviro os olhos.
"Como se devem lembrar, eu vou a Sydney nas próximas semanas. O Will é um amigo meu e ele é de lá. Nasceu em Sydney apesar de ter vindo para aqui estudar." – pelo canto do olho percebia que Will ia assentindo com a cabeça enquanto eu explicava. – "A questão é que ele vai lá visitar os pais daqui a 5 dias e convidou-me para ir com ele. Isso pode ser bom, porque assim não preciso de viajar sozinha; e ele disse-me que os pais não se importavam que eu ficasse em casa deles por uns dias, por isso não preciso de me preocupar com hotéis... O que é que acham?" – acabo o discurso e mordo o lábio inferior enquanto espero por uma resposta.
Os meus tios trocam um olhar cúmplice e Sebastian diz:
"Alison, tu é que decides a tua vida. Já tens 18 anos e podes fazer o que bem entenderes com ela. Agradecemos-te por te lembrares de nós e ainda perguntares pela nossa opinião e se realmente a queres, pensamos que fazes bem. Conhece gente nova e diverte-te. E realmente não tens tantas despesas assim. Sei que queres mesmo reencontrar o Luke e que vais fazer de tudo por isso. E, não te esqueças que tens todo o nosso apoio, Ali."
"Obrigada tio, é mesmo importante para mim ter opinião de um adulto."
"Já és adulta, Alison."
"Não me vejo como tal." – a minha tia lança-me um sorriso acolhedor e dirige o seu olhar até ao rapaz ao meu lado.
"Mas, Will, conto contigo para tomares conta da minha menina."
"Não se preocupe."
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photograph » luke hemmings
Fanfiction"we keep this love in a photograph we made these memories for ourselves where our eyes are never closing our hearts were never broken and time's forever frozen still so you can keep me inside the pocket of your ripped jeans holding me close until ou...