CAPÍTULO 32

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REBECA BARTELLI

Enquanto Blake conversava com Jeremy no escritório, decido ligar para Maria e finalmente marcarmos o almoço que ela vem me cobrando a dias. Ela aceita na hora, é claro. Sempre muito animada. Subo para o quarto a fim de me arrumar. O dia está bonito. Ensolarado, mas com aquela brisa leve de um vento singelo.

Pego-me sorrindo.

Nunca imaginei que alguma vez acharia um dia bonito. Desde que perdi meu pequeno anjo, minha irmã, sinto que venho caminhando em dias completamente cinzas. As cores só voltaram a reaparecer quando ele chegou.

Blake Carter.

Ou como eu gosto de chamá-lo: mauricinho.

Sem eu perceber, sem qualquer aviso, as cores foram voltando ao seu devido lugar.

Por isso, escolho um vestido leve de verão, na cor laranja para não só combinar com o meu cabelo, mas com o meu bom humor também. Pego uma bolsa, um par de óculos e saio. No corredor, avisto a porta do escritório. Penso em bater para avisar Blake que estou saindo, mas ao me aproximar, escuto vozes tão acaloradas que escolho não interromper. Tiro o celular da bolsa e envio uma mensagem para ele. É a melhor forma no momento.

Encontro Jeremias na entrada da casa, dando algumas instruções aos outros seguranças.

– Preciso sair. Quem de vocês irá me acompanhar?

Nenhum dos cinco respondem. Apenas olham para Jeremias, esperando uma confirmação.

– O senhor Carter está sabendo disso, senhorita Bartelli? –O braço direito de Blake questiona.

– Não sou uma prisioneira, Jeremias. Posso muito bem sair para tomar um café com uma amiga.

Ele me encara por alguns segundos, atiçando a minha enorme vontade de mandá-lo á merda. Respiro fundo, esperando que dê seu maldito veredito.

– Fabiano e Ezequiel irão levá-la. –Decreta.

O tal Fabiano apenas meneia a cabeça, aceitando a ordem.

– Por aqui, senhorita.

Eu o sigo.

Sou levada até a segunda garagem que Blake mantem. Essa somente com carros altamente blindados, no padrão militar. Todos pretos e com vidros escuros, parecendo ter saído da caravana de escolta do próprio presidente dos Estados Unidos. Fabiano abre a porta e eu me acomodo no banco de trás. Quando ele assume o volante, eu repasso para ele o endereço que Maria me encaminhou.

E essas foram as últimas palavras que trocamos, pois todo o caminho é feito em completo silencio. Quebrado apenas pela voz de Jeremias no radio, pedindo atualização de cinco em cinco minutos.

Agradeço aos céus quando paramos no destino. Saio do carro com a velocidade de quem deseja sair dali e fingir, nem que seja por um dia, que é uma pessoa normal.

– Não saia daqui, senhorita.

Fabiano e Ezequiel permanecem no carro. Deixo os dois ali e sigo para encontrar Maria, que me espera em uma mesa no canto da cafeteria. Aceno assim que seu olhar me avista, e ela se levanta bem animada para me abraçar. Confesso que o contato ainda é um pouco estranho para mim, mas me permito ser abraçada por aquela que tem sido muito gentil e atenciosa comigo desde que nos conhecemos.

– Não sabia se você iria demorar muito, então acabei comendo já. Espero que não se importe. –Ela acaricia a barriga de nove meses. – Tenho comido mais do que deveria nessa reta final. Sinto que vou explodir a qualquer momento.

Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora