Capítulo 7

990 139 28
                                    

Blake Carter

Rebeca ouviu atentamente todo o plano que eu venho traçando á muitos anos. Passei noites o aperfeiçoando, e sei que bastariam alguns segundos para ele ser arruinado. Inclusive, neste momento corro um grande risco de a ruiva não ser de confiança e acabar entregando todo o jogo. Mas eu resolvi arriscar. Por mais que uma parte minha desconfie sempre de tudo e todos, pois foi assim que meus pais me ensinaram, outra parte insiste em dizer que Rebeca não é uma traidora. Esses tipos têm cheiro e sou capaz de sentir a quilômetros de distância.

— O que me diz? —Por fim, peço a sua opinião.

Ela se levanta, em silencio. Sua cabeça aprece trabalhar a mil. Deixo que tome o seu tempo. Ela vem até a minha mesa e pega uma caneta. Depois vai em direção à parede, mais precisamente onde um mapa pintado por um renomado artista da Itália, está pendurado. Ele foi feito todo em tecido, dando a impressão de velho e usado, o que é exatamente a essência da obra. Quando você a admira, a sensação que tem é que algum explorador usou esse mesmo mapa em suas viagens pelo mundo, á muitos anos atrás.

Ele não tem moldura ou qualquer outro tipo de proteção. Foi feito para ser colocado direto na parede, e agora, a obra que valeu milhões e que futuramente valeria muito mais, está sendo rabiscado por uma bruxa com uma caneta em mãos.

— Espero que não se importe. —Diz enquanto traça algumas linhas no mapa.

— Nem um pouco. —Falo sarcástico.

— Bom, porque ele era horroroso mesmo.

Ela está de costas para mim, concentrada. Chego bem perto para tentar entender o que pretende com todas as linhas traçadas no mapa.

— Isso são coordenadas? —Há pequenos números nos cantos de algumas regiões.

— Sim. —Ela finaliza e sopra a caneta, como se fosse uma arma quente que acabou de ser disparada. — Depois da morte do meu pai, precisei ir até a casa dele para pegar algumas coisas. Encontrei um mapa sobre a mesa do seu escritório, e tinha exatamente essas rotas. Nunca entendi o que significavam, até me lembrar delas agora.

— E você gravou tudo isso? —Estou impressionado.

— Tenho uma ótima memória. —Quando percebe que estamos pertos demais, ela se afasta. — O problema é que havia uma parte rasgada no mapa. Pequena, mas que parecia ser outra coordenada.

— Deixa eu adivinhar: você não a encontrou.

— Não tive tempo. Hector mandou homens até lá. Acho que procurava as tais provas. Com o meu pai morto, talvez fosse mais fácil para ele as encontrar.

Sinto um ar melancólico em sua fala. Por mais durona que ela pareça ser, é impossível superar ou se manter impassível diante a morte de alguém tão importante. Rebeca volta a encarar o mapa, e eu fico um pouco afastado, a olhando.

Uma hipótese me vem à cabeça.

— Quantos anos você tem, Rebeca?

Ela continua focada no mapa quando me responde:

— 23.

A mesma idade de Jeremy.

Ela ainda é uma menina, Blake.

Não, não é.

Começo a discutir comigo mesmo por me sentir um pervertido que está caindo nos encantados de alguém que é 6 anos mais nova do que eu.

Aproveito que ela aprece mais suscetível a tirar minhas dúvidas.

— E quantos anos tinha quando seu pai morreu?

Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora