Rebeca Bartelli
Petrus na nossa frente, enquanto o seguimos até a mansão de seu pai. Os seguranças o param na porta, colocam uma lanterna em seu rosto e logo liberam sua passagem. Quando um outro segurança caminha até nosso carro, por um segundo, penso que tudo irá terminar aqui, em uma armadilha preparada pela família Hoffmann. A luz da lanterna é jogada contra nossos rostos, cegando-nos um pouco. O pior não acontece. Somos liberados para seguir caminho.
Petrus está na porta do carro, ajudando-me a descer. — Apenas ela. —Avisa para Carvalho, que mostra não aceitar.
— Está tudo bem. —Peço para que acate o que Petrus exige.
Á contragosto, ele fica. Sou levada para dentro, onde Aaron já parecia saber da minha chegada. O homem à minha frente é identifica a foto em meu quarto, com a diferença de que, pessoalmente, vejo a figura de alguém exausto.
— Rebeca. —Não tem surpresa na sua voz, há algo como reconhecimento. — Esperei muito por esse dia.
Sua fala me deixa ainda mais confusa, pois não me lembro de já tê-lo conhecido ou de ter escutado meu pai mencionar esse nome.
— Sabia que eu o procuraria?
— Sim. Desde meu último encontro com seu pai, eu espero para conhece-la.
— Conhecer-me? —Questiono com dúbia.
Aaron se aproxima, mas só um pouco, mantendo um pouco de distância. Parece receoso.
— Permita-me apresentar primeiro. —A mão que estava sem seu bolso, agora encontra-se esticada na minha frente. — Aaron Hoffmann...
— Eu sei quem é você
— ...seu tio.
— O que? —Por instinto, acabo dando um passo para trás. — Você é meu tio? Irmão do meu pai?
— Verdammet!* —Petrus exclama ao meu lado.
— Sim para a primeira pergunta, e não para a segunda. —Ele sorri para o meu embaraço, e fica sério no mesmo instante. Seu olhar focando, analisando meu rosto. — Você tem os olhos da sua mãe, Rebeca.
Minha respiração fica presa com a constatação, e minha cabeça aprece ficar mais pesada com a informação de que Aaron Hoffman é meu tio. Sangue do meu sangue.
— Eu não...eu não —Droga, tem tanta coisa passando pela minha cabeça agora, que mal consigo formular uma frase direito. — Por que eu nunca soube disso antes?
— Se vier comigo, posso te responder cada duvida que tiver, querida.
Preciso de respostas. Preciso descobrir o que mais eu não sei sobre a minha própria história.
Acompanho Aaron até o escritório. Ele fecha a porta, dando-nos mais privacidade. Ele vai até uma pequena estante e pega um álbum velho e um pouco gasto nas pontas.
— Essas são as lembranças que eu tenho da sua mãe. Quero que fique com você. —Ele me entrega o objeto e eu começo a folhear as páginas de fotos antigas e amareladas. — Lucy sempre foi uma mulher forte e decidida. Odiava quando alguém tentava tomar as decisões por ela. Acredito que foi por isso que seu pai se apaixonou.
— Eles se conheceram aqui, em Berlim? —Paro em uma foto onde minha mãe está sorrindo para a câmera, alegre, enquanto segura um algodão doce em um parque de diversões.
— Não, no Brasil. Sua mãe queria fugir dessa coisa toda que fazemos, e resolveu ir para lá.
— Mas se ela queria fugir da máfia, por que se envolveu com o meu pai?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3
RomansaA morte parece andar ao meu lado. Posso jurar que sinto o cheiro dela nas minhas entranhas e a sua respiração na minha nuca. Primeiro foram os meus pais. Depois, a minha esposa. Eu os perdi, sem sequer ter a chance de defende-los. Agora, irei pro...