Rebeca Bartelli
Cedo demais, Blake bate na porta do meu quarto. Para ajudar, estou de péssimo humor por conta da noite mal dormida e pela preocupação com o bendito remédio ter funcionado.
— Bom dia, Rebeca.
— Você tem algum problema em dormir? São sete horas agora.
Ele entra no quarto, sem eu sequer ter convidado.
— Estamos em Madrid, bruxinha. A última coisa que precisamos fazer, é dormir.
— Fale por você.
Ignoro Blake e toda a sua animação desnecessariamente irritante e volto para a cama. Puxo a coberta para cobrir o meu corpo, virando-me para o outro lado. Se eu não o ver, quem sabe assim consigo fingir que não está aqui. Mas meu plano falha quando sinto a cama se mexer e logo um corpo se aconchegando atrás de mim.
— Ainda está irritada comigo por ter esquecido a camisinha?
Só de lembrar que demos um vacilo daquele, tenho vontade de socar a minha cara primeiro e depois a de Carter.
— Fomos imprudentes, Blake. Esse é o erro que não podemos cometer mais. Em hipótese alguma.
— Tem razão. Prometo ficar mais atento da próxima vez.
— E quem disse que vamos ter uma próxima vez, mauricinho?
Sua mão se infiltra por dentro do blusão que visto e espalma na minha barriga antes de fazer o caminho até os meus seios. Ele me puxa para trás, colando meu corpo ao seu e me fazendo sentir o quanto está animado. Seu nariz passando na curva do meu pescoço me causam arrepios.
— Seu corpo. —Blake tira a mão do meu seio e a leva até o meio das minhas pernas, onde constata o que ele já sabia. — Ele me quer, bruxinha, e essa é a única coisa que você não pode negar.
Não deixe ele conseguir o que deseja, Rebeca.
E com isso, tenho uma ótima ideia para puni-lo pelo que fez. Mesmo que isso me puna também, pois, é quase que uma tortura ficar longe de Blake Carter. Mas isso é algo que só irei afirmar internamente. Minha boca jamais dirá isso.
Tiro sua mão de mim e empurro seu corpo para fora da cama. Pego de surpresa, Blake acaba caindo com tudo no chão.
— Porra, bruxinha. Era só ter dito não. —Rezinga, esfregando a bunda como se sentisse dor ali.
Seguro a risada enquanto tento não olhar muito para a sua expressão fofa de quem acaba ser derrotado. Sigo de cabeça erguida para o banheiro e tranco a porta, só então permitindo-me gargalhar do belo tombo que Carter tomou. Quando volto para o quarto, ele não está mais lá. Arrumo-me e desço. Fico um pouco perdida pelos muitos corredores, até encontrar um dos empregados e me informar onde todos estão, levando-me até eles.
— Que bom que decidiu me fazer companhia, Rebeca. —Romeo se levanta da mesa e puxa uma cadeira para mim.
— Obrigada. —Ajeito-me ali, estranhando o fato de Blake não estar.
— Como foi a sua noite de sono? —Romeo Castilho continua com sua cortesia. — Não deve estar sendo nada fácil tantas mudanças de fuso horário assim.
— Você nem imagina. Meu corpo já não sabe mais quando é para dormir e quando é para ficar acordado.
O café da manhã é servido e eu fico surpresa quando vejo as deliciosas rosquinhas açucaradas sobre a mesa.
— Vejo que gosta. —Ele as coloca para mais perto de mim e eu não me faço de rogada. — Jade é louca nessa coisa. Ela comeria isso o dia inteiro, se eu não a ficasse lembrando que poderá acabar com diabetes se fizer isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3
RomanceA morte parece andar ao meu lado. Posso jurar que sinto o cheiro dela nas minhas entranhas e a sua respiração na minha nuca. Primeiro foram os meus pais. Depois, a minha esposa. Eu os perdi, sem sequer ter a chance de defende-los. Agora, irei pro...