Capítulo 18

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Rebeca Bartelli

Cedo demais, Blake bate na porta do meu quarto. Para ajudar, estou de péssimo humor por conta da noite mal dormida e pela preocupação com o bendito remédio ter funcionado.

— Bom dia, Rebeca.

— Você tem algum problema em dormir? São sete horas agora.

Ele entra no quarto, sem eu sequer ter convidado.

— Estamos em Madrid, bruxinha. A última coisa que precisamos fazer, é dormir.

— Fale por você.

Ignoro Blake e toda a sua animação desnecessariamente irritante e volto para a cama. Puxo a coberta para cobrir o meu corpo, virando-me para o outro lado. Se eu não o ver, quem sabe assim consigo fingir que não está aqui. Mas meu plano falha quando sinto a cama se mexer e logo um corpo se aconchegando atrás de mim.

— Ainda está irritada comigo por ter esquecido a camisinha?

Só de lembrar que demos um vacilo daquele, tenho vontade de socar a minha cara primeiro e depois a de Carter.

— Fomos imprudentes, Blake. Esse é o erro que não podemos cometer mais. Em hipótese alguma.

— Tem razão. Prometo ficar mais atento da próxima vez.

— E quem disse que vamos ter uma próxima vez, mauricinho?

Sua mão se infiltra por dentro do blusão que visto e espalma na minha barriga antes de fazer o caminho até os meus seios. Ele me puxa para trás, colando meu corpo ao seu e me fazendo sentir o quanto está animado. Seu nariz passando na curva do meu pescoço me causam arrepios.

— Seu corpo. —Blake tira a mão do meu seio e a leva até o meio das minhas pernas, onde constata o que ele já sabia. — Ele me quer, bruxinha, e essa é a única coisa que você não pode negar.

Não deixe ele conseguir o que deseja, Rebeca.

E com isso, tenho uma ótima ideia para puni-lo pelo que fez. Mesmo que isso me puna também, pois, é quase que uma tortura ficar longe de Blake Carter. Mas isso é algo que só irei afirmar internamente. Minha boca jamais dirá isso.

Tiro sua mão de mim e empurro seu corpo para fora da cama. Pego de surpresa, Blake acaba caindo com tudo no chão.

— Porra, bruxinha. Era só ter dito não. —Rezinga, esfregando a bunda como se sentisse dor ali.

Seguro a risada enquanto tento não olhar muito para a sua expressão fofa de quem acaba ser derrotado. Sigo de cabeça erguida para o banheiro e tranco a porta, só então permitindo-me gargalhar do belo tombo que Carter tomou. Quando volto para o quarto, ele não está mais lá. Arrumo-me e desço. Fico um pouco perdida pelos muitos corredores, até encontrar um dos empregados e me informar onde todos estão, levando-me até eles.

— Que bom que decidiu me fazer companhia, Rebeca. —Romeo se levanta da mesa e puxa uma cadeira para mim.

— Obrigada. —Ajeito-me ali, estranhando o fato de Blake não estar.

— Como foi a sua noite de sono? —Romeo Castilho continua com sua cortesia. — Não deve estar sendo nada fácil tantas mudanças de fuso horário assim.

— Você nem imagina. Meu corpo já não sabe mais quando é para dormir e quando é para ficar acordado.

O café da manhã é servido e eu fico surpresa quando vejo as deliciosas rosquinhas açucaradas sobre a mesa.

— Vejo que gosta. —Ele as coloca para mais perto de mim e eu não me faço de rogada. — Jade é louca nessa coisa. Ela comeria isso o dia inteiro, se eu não a ficasse lembrando que poderá acabar com diabetes se fizer isso.

Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora