CAPÍTULO 33

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BLAKE CARTER

– É um puta plano, irmão. –Jeremy assobia. – Acho que pode dar certo.

– Não há espaço para achar. Precisa dar certo, ou tudo estará perdido.

Mesmo cansado, eu sentia um alívio por finalmente ter contado tudo á Jeremy. Sempre foi um fardo pesado carregar sozinho a verdade sobre nossa família, nossa história. Ser o único a saber que as nossas raízes vieram de árvores podres.

– Você e Rebeca passaram por muitas coisas juntos. –Reflete, e eu precinto a pergunta que vem a seguir. – Gosta dela, não é?

Não titubeio.

– Eu a amo. –Vejo surpresa em seu olhar e compreendo. – Depois que perdi Julia, pensei que nunca mais pronunciaria tal frase. Na verdade, eu jurei sobre seu caixão que meu coração jamais bateria por outra mulher, que seria para sempre dela.

Lembro-me da dor que cortava meu coração enquanto eu pronunciava essas palavras sobre seu corpo inerte.

– Jamais devemos prometer algo que está fora do nosso controle.

– Foi estupido, eu sei. Estava com raiva, ódio, e só queria que ela voltasse. Quando percebi que estava começando a desenvolver sentimentos pela Rebeca, a sensação de culpa me bateu com tanta força que passei a me odiar. Sentia que estava traindo Julia.

Esfrego o rosto, esgotado. Foram tantos dias lutando contra tudo, que a única coisa que eu queria era poder deitar-me com a ruiva em meus braços, fechar meus olhos e descansar.

– Eu sei o quanto você a amou em vida, irmão. Julia também soube. A morte dela não foi justa, mas você está vivo e precisa seguir em frente. Merece uma nova chance. Vocês dois merecem. Rebeca viveu um inferno, assim como você. Está na hora de serem felizes, não acha?

– Não só acho, como quero. Assim que tudo isso terminar, vou pedi-la em casamento.

Revelo algo que eu estava guardando a sete chaves em meu coração, e que tem se tornado o meu maior desejo.

Ter Rebeca Bartelli como minha esposa.

Aquela bruxinha para sempre na minha vida.

Jeremy se levanta, com um sorriso que rasga seu rosto.

– Pelo visto, serei o último solteiro do grupo. –Vem me abraçar. – Eu te amo, irmão. E não importa o que aconteça, estaremos sempre juntos.

Retribuo seu abraço, sentindo que estou construindo um novo lar. Mas dessa vez, sem mentiras.

– Essa notícia merece uma comemoração, o que acha? –Propõem. – Só os rapazes, como nos velhos tempos.

Penso em recusar, mas então lembro do que estamos prestes a fazer e que há uma possibilidade de essa ser a última oportunidade de termos uma noite normal. Meu celular vibra em meu bolso, pego, checando a nova mensagem. É Rebeca. O sorriso que contorna meus lábios é inevitável. Leio o aviso sobre ela ter ido almoçar com Maria. Meu instinto protetor é ativado no mesmo instante, mas tento controlá-lo pois sei que não posso fazer prisioneira aqui. E além do mais, ela ficará bem com todos os seguranças que coloquei para protegê-la.

– Até que umas cervejas não seriam nada mal.

Ele comemora.

– Vou desfazer minhas malas e ligar para aqueles bundões.

Jeremy deixa o escritório, segundos depois, Lucas, um de meus seguranças, entra.

– Petrus chegou.

Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora