CAPÍTULO 31

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BLAKE CARTER

Passamos o café da manhã inteiro ouvindo todas as histórias malucas de Jeremy em Holywood, o que serviu para fazer Rebeca rir até saírem lagrimas de seus olhos. O que me deixou feliz, é claro. Qualquer coisa que faça a ruiva contente, é do meu agrado. Quem olhasse de fora, pensaria que se tratava de apenas mais um dia comum na vida dessas três pessoas. Mas, nós sabíamos que de comum não havia nada, e o olhar de Rebeca para seu pulso, onde seu novo relógio reluzia, foi um indicador de que estava na hora.

– Preciso que venha até o escritório comigo, Jeremy.

Levando-me da mesa.

– Sempre sendo o rei da festa, não é, irmão? –Ignoro sua gracinha e ao perceber minha expressão séria, ele entende de que é importante. – O.k.

Rebeca permanece sentada. Sei o quanto está tensa, mas precisamos fazer o que combinamos. Essa é a primeira parte do nosso plano final.

Seguro seu rosto com delicadeza, erguendo-o para mim. Acaricio sua bochecha, passando meu polegar sobre seus lábios, sentindo a textura e macies que me deixaram completamente viciados. Inclino para depositar um beijo ali, forçando-me a lembrar que Jeremy ainda me espera e de que não poderei me perder na ruiva. Apenas por isso, o beijo é suave, quase casto.

Meus lábios resvalam em sua orelha;

– Se não estivéssemos com visita, pode ter certeza de que eu te foderia sobre essa mesa agora mesmo.

– Eu odiaria isso.

O sorriso sedutor e o olhar languido dizem o contrário.

– Volto logo, bruxinha.

Deixo um beijo em sua testa antes de subir com Jeremy até o meu escritório.

Bruxinha? –Curiosidade e diversão marcam a pergunta feita assim que fecho a porta do cômodo. – E eu achando que meus apelidos para as mulheres que eram cafonas.

– Não te ensinaram que ouvir a conversa dos outros é feio?

Jeremy se joga na poltrona, cruzando os braços atrás da cabeça em uma posição bem relaxada.

– Ei, você não pode me julgar. Estou apenas curioso diante dessas demonstrações todas de afeto. –Sei bem onde essa conversa irá chegar. – Acha que não percebi a forma como olha para ela? Não era bem o café da manhã que você queria comer naquela mesa, maninho.

Empurro suas pernas que se apoiavam obre a mesa, que reclama.

– O que tenho para falar é sério, Jeremy. Então, por favor, sem gracinhas. Acha que consegue fazer isso?

Apoio-me na mesa, esfregando meu rosto. Estou exausto! Sinto o peso do cansaço de não dormir bem a meses.

Acho que Jeremy percebe o meu estado, pois logo ajeita a postura e assume um ar mais responsável. O garoto brincalhão deu lugar ao homem responsável que ele tenta esconder, por motivos que ainda não compreendo.

– O que aconteceu?

– Preciso te contar a verdade sobre nossos pais.

Ele me olha surpreso.

– Se for sobre as muitas amantes que o papai tinha, você chegou tarde, irmão. Eu sei disso bem antes dele morrer.

Por céus, eu adoraria que fosse apenas isso.

– Não. É sobre o que realmente nossos pais trabalhavam.

– Não estou entendendo...

Não tem jeito melhor de fazer isso, Blake. Apenas faça.

Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora