Capítulo 14

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Rebeca Bartelli

Faz pouco tempo que Blake saiu daqui, e sinto como se todo o meu corpo me implorasse por um descanso imediato. O homem parece uma máquina, e desde que começamos o nosso envolvimento, não tem um minuto a sós que não aproveitamos para saciar esse desejo que sentimos. Percebemos que continuar lutando contra não estava ajudando. O jeito foi nos rendermos.

E como diz o ditado: que seja bom enquanto dure.

A banheira está cheia e aquecida, pronta para me receber e fazer o seu milagre. No começo eu não concordei muito com a ideia de Carter em ficarmos em hotéis tão luxuosos assim, uma vez que a nossa passagem pela cidade sequer dura mais de dois dias. A água envolve meu corpo e é impossível não sorrir em deleite, e tão prazeroso que é.

Pensando bem, acho que posso começar a me acostumar com essas mordomias.

Entro em um estado de relaxamento, deitando a cabeça no encosto e fechando os olhos. Queria ter o poder de conseguir esvaziar a mente e aproveitar mais esse momento. Porém, a minha mente insiste em ficar me lembrando de Blake Carter e todo o seu corpo que parece ter sido moldado pelas mãos do próprio diabo e mandado à terra para nos fazer cair em tentação.

É melhor parar por aí, Rebeca.

Tarde demais, digo a mim mesma, começando a sentir os sinais de volúpia chegando.

Posso dar um jeito nisso, bruxinha. Imagino Blake falando ao pé do meu ouvido, com aquela voz rouca. Minha mão passeia por meu corpo, e eu imagino que a sua ali, tocando-me e me atiçando ainda mais. Toco os meus seios e aperto. Estão doloridos. Solto um lamurio por não ser, de fato, a mão de Carter. Desço a outra mão por minha barriga, chegando ao meio entre minhas pernas. Estou tão estimulada que o primeiro toque já é capaz de me fazer arquear o corpo.

Fecho os olhos novamente, intensificando a imagem de Blake aqui comigo, dentro da banheira. Minha boca se abre, liberando um chiado de deleite quando introduzo dois dedos dentro de mim.

Quase lá...

Meu momento é estragado por batidas firmes na porta. Tento ignorar e continuar, mas se torna impossível quando a pessoa do outro lado parece determinada a me atrapalhar.

Saio da banheira e me enrolo em uma toalha. Estou irritada por não ter conseguido chegar até o final, então, seja lá quem for, acho bom ter um bom motivo para estar me importunando. Eu acreditava que pudesse ser algum serviço de quarto ou qualquer outro funcionário do hotel. Mas, não. Quando checo pelo olho mágico, percebo que estava errada.

Do outro lado está o homem que não deveria estar aqui.

Onde estão os malditos seguranças de Blake que não impediram isso?

Olho para as janelas, já descartando a ideia de escapar por ali. É alto demais e a queda seria fatal. Qualquer outro lugar que eu tente me esconder, ele irá me encontrar.

— É melhor abrir, Rebeca. Nós iremos entrar de qualquer jeito.

Olho mais uma vez e vejo atrás do homem de cabelos grisalhos, dois grandalhões que parecem mesmo serem capazes de colocar essa porta abaixo.

Merda!

O jeito será enfrenta-los e contar com a sorte de sair viva.

Giro a tranca e destravo a porta.

— O que faz aqui, Ryder?

— Soube que está sozinha, viemos te fazer companhia. —Ele ergue as mãos em sinal de rendição, mas sei que esse gesto de inocente não tem nada. — Podemos entrar?

Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora