BLAKE CARTER
A porta do quarto se abre, mas não me preocupo em verificar quem é. Desde que entrei aqui, toda a minha atenção tem sido direcionada á ela.
– Eu trouxe café.
Escuto Walter dizer antes de depositar uma bandeja com café e frutas na mesinha ao me lado.
– Obrigado.
– Você precisa comer.
– Eu vou.
– Quando?
Não preciso olhá-lo. Pelo seu tom de voz, percebo sua irritação.
– Quando ela acordar.
– Blake! –Exclama, exasperado. Sei que ele está prestes a explodir comigo. – Não é definhando desse jeito que você vai ajudá-la. Precisa ir para casa. Precisa dormir. Precisa comer. –Pontua.
Não respondo. Não porque quero ignorá-lo, mas sim, porque não tenho argumentos contra. Ele está certo, eu sei disso. Mas saber que você precisa fazer algo é bem diferente de querer fazer. Eu sei que preciso fazer todas as coisas que Walter falou, mas não quero sair de perto de Rebeca.
A porta se abre novamente, e dessa vez, é Noah quem entra.
– Nada ainda?
– Não. –Walter solta um suspiro cansado e posso jurar que está passando a mão pelos cabelos.
– O.k., Blake. Foi você quem pediu por isso. –Seu tom é decisivo. – A partir de agora sua entrada no quarto da paciente está proibida.
– Você não pode fazer isso.
– Como médico dela, eu posso.
– Ficou maluco, porra? –Levanto-me da cadeira, ficando de frente para ele. – Que tipo de amigo é você?
Apesar da minha fúria, Noah não recua. Sua postura e seu tom são tão fortes quanto o meu.
– O tipo que não quer ver você adoecer nessa cadeira. Vá para casa, descanse e amanhã eu autorizo a sua entrada novamente.
– Não consigo. –Minha voz soa como um lamento. Sinto que estou perdendo as minhas forças a cada novo dia que nasce e que Rebeca continua com seus olhos fechados.
– Você só precisa confiar, Blake. –Seu tom é ameno agora. Noah coloca suas mãos em meus ombros. – Estamos cuidando dela. Sei que como médico eu não posso fazer promessas. Mas, como seu amigo, eu prometo que irei fazer até o impossível para trazê-la de volta. Só precisa confiar em mim. Consegue fazer isso?
Sei o quanto suas palavras são sinceras. De todos nós, Noah é sempre o mais racional, e se tivesse alguma possibilidade de Rebeca não acordar mais, ele seria o primeiro a me dar essa notícia, ao invés de me dar falsas esperanças. E sua integridade e amor pela profissão jamais deixariam que ele desistisse de lutar por um paciente até a exaustão.
– Eu confio em você, Noah.
– Obrigado.
Ele me puxa para um abraço.
– Vou para casa descansar. Ficarei com o celular ligado.
– Graças a Deus. –Walter, que até então havia permanecido em silencio, joga suas mãos para o alto em agradecimento. – Achei que precisaríamos recorrer ao plano b.
– Que seria...?
Ele e Noah trocam um olhar antes de responderem juntos.
– Maria.
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Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3
RomanceA morte parece andar ao meu lado. Posso jurar que sinto o cheiro dela nas minhas entranhas e a sua respiração na minha nuca. Primeiro foram os meus pais. Depois, a minha esposa. Eu os perdi, sem sequer ter a chance de defende-los. Agora, irei pro...