Capítulo 2

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Rebeca Bartelli

Eu estava pronta.

Pronta para matar aquele filho da puta desgraçado. Se não fosse por aquele mauricinho e seu brutamontes, eu teria colocado aquela bala no coração podre de Abelardo. Passei meses planejando como faria isso, até que a oportunidade perfeita apareceu bem na minha frente. Nunca imaginei que um dia que era para ser de pura diversão em uma boate, terminasse comigo frente à frente com o monstro que tirou o meu pequeno anjo desse mundo.

Sou jogada dentro de uma sala que não se parece em nada do que eu esperava. Pensei que seria colocada em um calabouço ou algo assim, mas acabo em um espaço que claramente o dono não poupou um centavo na hora de decora-la.

Antes que a porta seja trancada, outro grandalhão aparece para me dar ordens.

— Não tente nenhuma gracinha, florzinha.

Antes de sair, ele joga um beijinho a qual a única função é causar asco.

— Babaca.

Não sei quem são essas pessoas e muito menos do que são capazes. Talvez seja melhor mesmo eu não fazer nada estupido. Mas isso não significa que eu vá ficar parada feito uma estátua. Vasculho toda a sala em busca de alguma pista sobre o mauricinho que eu vi na pista. Está na cara que é ele quem manda nas coisas por aqui e conhecer o seu inimigo é o primeiro passo para estar sempre à frente.

Começo pelas gavetas da mesa de madeira que há ali, porem estão todas trancadas. Esperto. Tento ligar o notebook que está aberto sobre a mesa, mas a senha me impede de vasculhar mais. Fora essas duas coisas, parece que não há mais nada de relevante para encontrar aqui. Estou quase deixando essa ideia de lado quando o porta-retratos sobre a mesa me chama a atenção. Na foto está o mauricinho que eu vi na pista e um cara que parece ser a sua versão mais nova. Os dois estão rindo enquanto se divertem na neve.

Essa foto pode ser importante ou não. Por via das dúvidas, resolvo pegar. Escuto o barulho do trinco da porta e me apresso em esconde-la dentro da minha jaqueta.

— Trouxe água. —O mesmo brutamontes que me mandou beijinho deixa uma bandeja com um copo de água com gelo e limão e também alguns biscoitos.

— Eu não vim aqui para uma visita! Exijo que me deixem sair agora mesmo.

— Ou irá fazer o que, lindinha? —Seu sorriso me desafia.

Também sei jogar esse jogo, meu bem. Meu interior aceita a incitação.

Desfaço a expressão de quem está restes a criar uma guerra e assumo a de garota inocente e indefesa. Aproximo-me da bandeja e pego o copo com a água. Levo até meus lábios e viro todo o conteúdo. O homem me olha atento, parece temer qualquer movimento meu. Enfio os meus dedos até o fundo do copo e pego um cubo de gelo. Coloco na boca e começo a chupa-lo como se fosse uma bala. É claro que não posso deixar de gemer enquanto faço isso.

Vejo os olhos do brutamontes escurecerem quando o gelo derrete na minha boca e escorre por meu pescoço, passa pelo busto e acaba molhando minha blusa.

— Ops! —Retiro minha jaqueta. Ele está olhando fixo para a minha camiseta branca que agora tem uma gota transparente mostrando o meu sutiã preto. — Você poderia me ajudar? Acho que fiz bagunça. —Abusei da voz e olhar inocentes. A julgar pela sua cara, eu diria que meu teatro estava funcionando muito bem.

Ele se aproxima com um lenço que retirou do bolso. Espero que esteja perto o suficiente, e quanto ele mesmo tenta secar minha blusa, eu o seguro pelos ombros e ergo os joelhos para acertar entre suas pernas. O chute é certeiro e pega em cheio nas suas preciosidades.

Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora