Rebeca Bartelli
A dor de cabeça que me atormenta quando abro os olhos é o primeiro indicio de que extrapolei na bebida ontem à noite. O segundo é o enjoo que distorce o meu estomago e me az ter vontade de colocar todos os meus órgãos para fora.
— Bom dia, bela adormecida.
Blake coloca uma badeja com vários quitutes e café, ao lado da cama. Ao invés de agradecer pelo gesto atencioso, a única coisa que sai da minha boca é a frase mais constrangedora para todos os bêbados de ressaca:
— Vou vomitar.
Jogo a coberta para o lado e levanto da cama, indo ás pressas para o banheiro. Ajoelho na beira do vaso e me debruço ali, colocando para fora tudo que há em meu estomago. Carter aparece no banheiro, agacha-se ao meu lado e segura meu cabelo, impedindo que o mesmo suje.
Quero pedir para que saia e me deixe sozinha em meu momento vergonhoso, mas ao mesmo tempo, o carinho que ele faz nas minhas costas impede que eu faça isso, e ao invés de o querer longe, passo a desejar que não vá a lugar algum. Então Blake fica ali comigo, até que eu não tenha mais nada para colocar para fora.
— Use isto. —Ele me entrega uma toalha de rosto.
Sinto meu corpo protestar de dor quando me levanto. Olho meu reflexo no espelho e fico espantada em como estou horrível.
— Acho que preciso de um banho.
Carter se oferece para me ajudar a tirar a sua blusa do meu corpo. Acho que está virando um costume eu acordar com suas roupas.
— Estarei aqui do lado, se precisar.
Antes que ele deixe o banheiro, eu o chamo.
— Obrigada pelo que fez aqui.
Ele apenas faz um gesto de que entendeu, e sai.
Sinto-me renovada depois do banho. Blake deixou dois comprimidos para mim junto com o café da manhã e eu tomo os dois de uma única vez antes de devorar praticamente tudo que há na bandeja. Não sei onde Carter foi. Quando sai do banheiro, o quarto já se encontrava vazio. Depois de comer, visto uma roupa quente, pois o dia começou com a temperatura baixa e o vento frios já sopra pelas ruas de Paris.
Estou terminando de secar o meu cabelo quando Blake passa pela porta do quarto. Tem algumas sacolas nas mãos e parece um pouco ansioso. O que esse homem está aprontando? Fico sem saber, pois, ele passa por mim e vai direto para o banheiro. Escuto o barulho do chuveiro sendo ligado e percebo que terei que esperar mais um pouco para descobrir.
Carter volta para o quarto, e sem se importar com a minha presença ali, retira a toalha e começa a se vestir.
Como se você já não tivesse visto aquilo tudo e se esbaldado, não é, mocinha? Se meu subconsciente tivesse mãos, estaríamos fazendo um 'toca aqui' agora mesmo.
O terno de costume é substituído por um casaco de lã preto, uma blusa clara e uma calça jeans. Nos pés, botas pesadas e que o deixam parecido com os típicos bad-boys dos romances. Quando ele se vira, não faço questão nenhuma de disfarçar o fato de que estava devorando-o com os olhos. Blake pega um cachecol de dentro da sacola e para na minha frente, passando o tecido por meu pescoço.
— Vi que não tinha nenhum na sua mala e pensei que pudesse precisar.
E mais uma vez, vi-me agradecendo por um gesto atencioso seu.
— Obrigada. Adorei a cor. —O tom escuro combinava perfeitamente com o meu casaco bege. — Já está tudo pronto para partimos?
— Houve uma mudança de plano. Não iremos embora hoje.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3
RomanceA morte parece andar ao meu lado. Posso jurar que sinto o cheiro dela nas minhas entranhas e a sua respiração na minha nuca. Primeiro foram os meus pais. Depois, a minha esposa. Eu os perdi, sem sequer ter a chance de defende-los. Agora, irei pro...