BLAKE CARTER
Quando chegamos ao hospital, Walter, Eliza com a pequena Barbara no colo, já estavam na porta do quarto nos esperando. Eu os cumprimento e me apresso em pegar a mini cópia do Walter que já estica os bracinhos para vir em meu colo. Aperto seu corpinho rechonchudo e meus braços, cheirando seu cabelo com aroma de xampu de bebê. Barbara solta uma risadinha quando eu a levanto para cima e ela abre os braços como se estivesse voando.
– Com ele você ri, mas comigo você abre a boca para chorar. Tá certo isso, bonitinha? –Reclama Walter.
Barbara ri ainda mais, como se tivesse entendido a falsa provocação do pai.
– É uma coisa nossa, apenas aceite. –Provoco, a trazendo para meu colo novamente.
Surpreendendo a todos nós, Barbara coloca a língua para fora, como se a mostrasse para o pai.
– Quem te ensinou isso, mocinha? –Eliza tenta parecer brava, mas o riso que ela segura a entrega.
Todos nós olhamos para a única pessoa possível a ter ensinado algo assim para ela.
– Não olhem para mim. Eu jamais faria algo assim. –Jeremy se defende, mas pela sua cara, sabemos bem que é mentira.
– Vou pensar cinco vezes antes de te chamar como babá novamente. –Walter ameaça.
O momento descontraído me faz esquecer, mesmo que por poucos segundos, que estamos em um hospital. Noah se junta á nós minutos depois, e juntos, entramos para ver Rebeca. No começo o hospital até tentou fazer com que entrássemos um de cada vez, mas desistiu depois de ver que essa era uma batalha perdida. Somos a família dela e nada iria nos impedir.
Entramos e cada um foi cumprimentar Rebeca como se ela pudesse realmente nos ouvir. Logo eles se ajeitaram cada um em um canto e eu fui para o meu lugar habitual, na poltrona ao lado de seu leito. Entrelaço nossos dedos, tocando sua pele fria, desejando sentir novamente o calor que antes emanava como brasa.
– A mulher na cama de um hospital tem o cabelo mais bonito que o meu. Olha, sinceramente.
O comentário de Maria arranca boas risadas de todos.
– Falaram que na gravidez a mulher fica com o cabelo maravilhoso e apele impecável. Acho que você me engravidou errado, Walter.
– Aí. –Nosso amigo esfrega o local do braço onde acabar de levar um tapa. – Como que engravida errado, mulher? Que maluquice é essa?
– Não sei. Só sei que você fez. –Eliza exibe um bico como se estivesse mesmo chateada por isso, Walter tenta mordê-lo.
– Isso tá parecendo coisa de hormônios da gravidez. –Noah simplesmente solta o comentário, fazendo o casal empalidecer na hora. – Parece que você vai ter um irmãozinho, gatinha. –Noah continua a provocação.
– Se isso acontecer, sou capaz de realizar uma castração caseira no meu marido. –Vemos Walter engolir seco e posso jurar que uma gota de suor escorre por sua testa. – Com uma faca de cortar pão, ainda.
– Vamos mudar de assunto, por favor. –Ele implora, fazendo-nos ri do seu desespero.
Olho para Rebeca, querendo que ela estivesse acordada, participando desse momento. Aposto que não deixaria Walter em paz e colocaria mais pilha ainda sobre Eliza o castrar em casa. Trago sua mão até meus lábios e a beijo, fazendo uma promessa silenciosa de que lhe darei o mundo assim que ela abrir seus lindos olhos.
– Caralho! –Jeremy exclama, encarando a tela de seu celular. Olhamos todos.
– O que foi? –Pergunto.
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Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3
RomanceA morte parece andar ao meu lado. Posso jurar que sinto o cheiro dela nas minhas entranhas e a sua respiração na minha nuca. Primeiro foram os meus pais. Depois, a minha esposa. Eu os perdi, sem sequer ter a chance de defende-los. Agora, irei pro...