Blake Carter
Já era madrugada quando o avião pousou em terras firmes. Lá fora, Jeremias me esperava, junto aos outros seguranças. Não haviam malas para serem carregadas, e muito menos a companhia de Rebeca. Pensei que quando eu voltasse ao Brasil, a teria comigo. Agora, só torço para que isso não seja algum tipo de presságio.
— Bem-vindo de volta, senhor. —Saudou o meu braço direito.
— Obrigado. —Agradeço, mesmo que a volta não tenha sido por escolha própria.
Os outros seguranças entram em seus carros e eu me acomodo no banco do carona, com Jeremias ao volante. A primeira coisa que faço é ligar para Noah e avisar que já estou resolvendo tudo. Não foi fácil acalmar meu amigo, que a todo momento insistia em ligar para a polícia ou vir junto comigo, e as duas opções eram nulas. Não poderia envolver mais ninguém nessa merda que parecia feder cada vez mais enquanto respinga para todos os lados. Mas isso é apenas a droga do sinal que indica que o tempo está se esgotando e que eu preciso agir rápido com o plano de derrubar toda essa corja, antes que tudo fique ainda pior.
Depois que encerro a ligação com meu amigo, peço para que Jeremias me atualize de todas as informações que temos e sobre o ataque à Sunset. Ele acredita que Hector esteja recebendo informações de dentro. O maldito judas ainda habita em nosso meio e eu preciso descobrir quem é e eliminar esse desgraçado.
Fico ciente de que nossa situação não é nada boa. Hector está começado a ficar desesperado e propício á medidas trágicas, como a de sequestrar Maria. Suas chances de colocar as mãos em Rebeca foram todas frustradas e para piorar, ele sente que estamos a poucos passos de derruba-lo, e isso deve estar mexendo muito com a sua cabeça, a ponto de ele considerar quebrar o maldito acordo.
Nunca envolva a família de um homem em suas guerras.
Jeremias estaciona no local que Hector deixou marcado. Eu deveria ter imaginado que ele não se arriscaria tanto levando a loira para um de seus lugares sujos. Porém, nunca imaginei que ele seria louco o suficiente de pisar na minha própria casa.
— Ele quer morrer. Deus! Ele está implorando por isso.
Pego a minha arma e saio do carro, chamando os outros homens, pronto para colocar uma bala na cabeça de Hector.
— Senhor... —Jeremias vem apressado. — Espere. Não faça isso.
— E por que não?
— Porque é exatamente o que ele deseja. Te desestabilizar. Um erro seu, e ele vence. —Sei que Jeremias está tentando colocar a minha cabeça no lugar. Porém, a raiva que estou sentindo impede que eu consiga ver tudo com mais clareza. — Sabe de toda a influência de Hector, senhor. Se o atacar aqui dentro, tudo pelo que lutou será em vão.
Ele está certo. Não é hora para deixar as emoções tomarem conta. Preciso fortalecer a parte fria que meu pai fez questão de colocar em mim e usar a cabeça para guiar essa situação.
— Tem razão. —Por dentro, tento controlar meus nervos. — Mantenha todos aqui fora, inclusive você. Quero apenas Hector e eu lá dentro.
— Como quiser, senhor.
Adentro no lugar que denomino apenas casa, e não lar. Ela está intocável, da forma como a deixei. E diria vazia também, se não fosse a figura parada de frente a lareira.
— Sempre achei que você fosse um homem corajoso, Hector. —Ele coloca o porta-retratos que segurava de volta ao lugar. Quando se vira, está sorrindo — Agora sei que não passa de um louco.
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Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3
RomanceA morte parece andar ao meu lado. Posso jurar que sinto o cheiro dela nas minhas entranhas e a sua respiração na minha nuca. Primeiro foram os meus pais. Depois, a minha esposa. Eu os perdi, sem sequer ter a chance de defende-los. Agora, irei pro...