Rebeca Bartelli
Não passa das 7 horas e eu já estou na frente do meu notebook, com a tal foto em mãos. A curiosidade e o desejo de descobrir sobre o homem que me viu executar Abelardo e não moveu um músculo, não me deixou pregar o olho durante toda a noite. Preciso saber onde mais acabei me metendo.
Coloco na opção de busca e começo pelo nome da Boate, a qual eu nunca irei esquecer. Várias informações aparecem, inclusive matérias de revistas famosas falando sobre o sucesso da Sunset. Pulo todas essas coisas, pois nada disso me interessa. Clico em fotos e vou passando para o lado, até encontrar o que eu quero.
Olho para a foto pousada sobre a mesa e depois para a que é exibida na tela. A mesma pessoa.
— Blake Carter. —Leio a legenda da foto. — Combina com você, mauricinho. — Observo seu rosto, suas roupas, e até sua postura. Ele até que tem um certo atrativo, preciso admitir. Ombros largos, olhar marcante, mandíbula cerrada. O típico Bad boy com cara de mau. Mas pelo que vi na noite passada, Blake Carter está mais para cruel. — Vamos ver o que mais descobrimos sobre você.
Jogo agora seu nome na busca e o resultado é bem menor. As opções são poucas, e fico surpresa quando não encontro nenhuma rede social dele. Poucas são as menções sobre o seu nome, e estou quase desanimando de encontrar algo quando vejo uma matéria sobre um ator, e que por coincidência ou não, tem o mesmo sobrenome.
Jeremy e Blake, os irmãos Carter.
O citado da matéria é o mesmo que está ao lado de Blake na foto que eu roubei. Como não cheguei nessa conclusão sozinha? Os dois são muito parecidos, a única diferença que se destaca, além da idade, é que Jeremy parece ser uma pessoa feliz. Por outro lado, seu irmão, nem tanto. Em todas as fotos ele está sério, semblante fechado, como se fosse uma armadura para que ninguém se aproximasse.
Fico encarando o contraste entre Jeremy e Blake, quando o meu celular toca. Não reconheço o número, e fico na dúvida se atendo ou não. Deixo tocar até cair na caixa postal. Levanto para preparar um café, quando ele volta a vibrar sobre a mesa. Olho novamente para o visor. Com a bebida pronta, volto para frente do aparelho. Saio da foto, pronta para fechar aquela busca, quando um detalhe me chama a atenção.
Levo o cursor até uma notícia de um jornal local que cita o nome dos dois irmãos. O título é acidente mata casal de magnatas e deixa dois filhos órfãos. Sinto minha nuca formigar a cada palavra que eu lia da matéria. Na minha cabeça, parece que quebras cabeças são encaixados como em um jogo de puzzles.
— Não pode ser... —Sussurro ao finalizar o texto. Minha mente uma completa confusão, mas ao mesmo tempo, clareza.
A pessoa que me ligava parece ter desistido, pois o celular parou de vibrar. Volto para a tela do notebook, sem acreditar em como a vida pode ser uma tremenda filha da puta.
Escuto batidas frenéticas na porta. São tão fortes que a madeira chega a tremer, parecendo que irá romper a qualquer momento.
Ando cautelosa até lá, esgueirando-me pelas paredes. Abro a gaveta secreta que tenho em um aparador perto da porta, onde escondo a minha Glock. Com ela em mãos, vou até o olho mágico para ver quem está do outro lado.
Porém, antes mesmo que eu der qualquer passo, meu corpo é puxado para trás e uma mão é colocada sobre a minha boca para tapar o grito que eu estava prestes a soltar enquanto a outra toma a minha arma.
— Ligações são feitas para atender. —Essa voz...sinto um arrepio me tomar e de uma forma inexplicável, meu corpo relaxa. A mão é retirada e eu consigo me virar para ficar frente a frente com Blake. Estamos tão próximos que a ponta do seu nariz quase toca o meu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3
RomanceA morte parece andar ao meu lado. Posso jurar que sinto o cheiro dela nas minhas entranhas e a sua respiração na minha nuca. Primeiro foram os meus pais. Depois, a minha esposa. Eu os perdi, sem sequer ter a chance de defende-los. Agora, irei pro...