Capítulo 5

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Blake Carter

Peço para que Rebeca entre na casa enquanto eu permaneço do lado de fora, conversando com os seguranças. Preciso passar as novas instruções a eles e ordenar para que fiquem de olho na ruiva. Não necessariamente nela, mas sim, em quem se aproxima. Martin não oferece perigo algum. Aquele lá tem mais medo da morte do que o diabo da cruz. A minha preocupação é com Hector e todos os seus aliados. Sei que e ele não irá desistir fácil. 

Mas engana-se quem pensa que tudo isso começou com o aparecimento da ruiva. A nossa guerra é antiga, e começou quando o nome dele foi ligado à um esquema que mantem ás escuras uma cadeia de casas de prostituição de menores. Esses lugares realmente existem. Felizmente, a minha posição permite que eu descubra certas coisas com tamanha facilidade. Por outro lado, a localização desses lugares ainda é uma incógnita para mim. Todos os homens que eu coloquei na cola de Hector para descobrir algo, acabaram mortos. Sem um único endereço e sem provas contra ele, acabei ficando de mãos atadas. Mas este é um assunto que eu nunca enterrei. É a chave final para eu acabar com tudo isso.

E Rebeca pode ser uma peça fundamental nisso.

Penso que irei encontra-la no meio da minha sala, sem jeito e acanhada, mas esqueço que se trata de Rebeca Bartelli, a mulher que executou um homem bem na minha frente e que nocauteou dois hoje pela manhã. O que eu encontro é uma leoa atacando a minha cozinha e revirando todos os armários. Ela deixa as portas abertas quando decide revirar a geladeira.

— Você não tem comida em casa? —Neste momento ela se abaixa para olhar nas prateleiras de baixo, e acho que todo o meu sangue desceu para a cabeça errada.

O paletó sobe junto com a blusa, deixando à mostra sua pele alva e lisa. Então percebo que bruxa está sem calcinha.

— Puta que pariu. —Resmungo entredentes.

— O que disse? —Ela se ergue e me olha, enquanto segura a porta da geladeira.

— Que eu vou buscar comida. —Saio rápido dali antes que ela veja a bagunça que causou nas minhas calças.

Subo para o meu quarto, e antes de me enfiar debaixo de uma ducha bem fria, ligo para Marcos e passo uma lista de coisas para ele comprar, incluindo roupas femininas. Não é preciso descrever o corpo e Rebeca, pois ele se lembra muito bem dele.

Entro no chuveiro e deixo a água cair com tudo sobre mim. Quero que ela leve essa confusão que inunda minha mente e esse desejo insano de possuir a ruiva que está na minha cozinha.

Que merda de confusão você foi se meter, Blake. Como se a sua vida já não estivesse problemática o suficiente.

Não sou santo, muito menos irei me fazer de rogado. Depois que Julia morreu, eu dormi sim com várias mulheres. Algumas eu sequer lembro o nome. Outas, o rosto. Mas há uma grande diferença entre todas essas fodas e Rebeca: com nenhuma delas eu senti vontade de provar o gosto de seus lábios. Sempre fui um marido fiel, devoto, considerava o beijo bem mais importante do que o sexo em si. Pois, a primeira coisa que eu fazia quando chegava em casa, ela beijar a testa de Julia, e depois seus doces lábios. Para mim, aquilo era o céu.

Por isso, nada de beijos com as mulheres que eu levo para a cama, e eu sempre deixo clara essa regra, inclusive que eu não irei abrir nenhuma exceção.

Termino o meu banho e visto uma camiseta branca e uma bermuda jeans clara, com rasgos na ponta. Aproveito e pego o kit de primeiros socorros. Quando estávamos saindo do beco, notei que Rebeca mancava um pouco.

Há várias sacolas sobre o sofá da sala e a ruiva está sentada sobre o balcão da cozinha, lambuzando-se com uma rosquinha doce, cheia de granulados. Seus pés balançam quanto ela lambe os dedos sujos de açúcar. Aprecio o momento em que ela fecha os olhos e solta um gemido de satisfação.

Meu Para Proteger - Série Homens Feridos, livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora