Diário de Sobrevivência de Trafalgar Law

Capítulo 20

Trafalgar Law franziu o cenho ao ver sua nova recompensa, estava ficando cada vez mais famoso, isso era bom para seus planos, com toda certeza, mas fazia-o precisar de um nome no submundo, ainda mais com as recentes notícias que teve.

Joker e Mr. 0 foram vistos juntos, pareciam muito amigáveis um com o outro e todos falavam sobre uma possível aliança entre os senhores do Submundo Paraíso e Submundo Novo Mundo o que era muito ruim.

Joker tinha uma aliança com o Yonkou Kaido, o capitão dos Piratas das Cem Feras e comprava armas dele para revender em guerras civis em todo o mundo, financiava inclusive algumas pequenas bases marinhas e o próprio exército revolucionário, isso era o que tornava Joker tão influente.

Mr. 0 era o dono da Baroque Works, uma organização que havia se erguido do nada e caçava recompensas no Paraíso, 'limpando' os mares antes que piratas alcançassem o Novo Mundo, ele tinha uma aliança com o Shichibukai Sir Crocodile e por isso sua base ficava em Alabasta, onde Crocodile governava.

Uma aliança entre os dois seria o fim para o Trafalgar, sabia que Joker queria sua fruta e ele poderia usar da influência de Mr. 0 para o capturar, precisava tomar cuidado redobrado.

Puta merda! Entre Joker, Mr. 0 e Viúva Negra, Law não sabia o que era pior, mas, bem, ele sempre soube que se envolver com o Submundo poderia acarretar em cenas como essa.

Assim que chegasse em Shabaody iria enviar sua tripulação para Zou e seguir sozinho, primeiro iria encontrar Bepo e o enviar para cuidar de seus nakamas, só então lidaria com Joker. Não iria se meter com Mr. 0 se o outro não o mirasse então focaria no que era importante agora.

O Trafalgar deixou o jornal de lado antes de sair do escritório, seguindo para a sala de navegação, eles estavam quase em Jaya, a ilha pirata, iria somente ele e Natsu atrás de informações, era o melhor.

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Luffy bocejou enquanto se deitava sobre Bepo, o mink já havia aceitado que seria o travesseiro pessoal da Viúva Negra, mesmo que o deixasse incomodado por não gostar de ser tocado o tempo todo, Bepo reconhecia o valor que tinha, afinal o moreno falava dormindo.

A primeira coisa que Bepo notou foi que Lucy tinha tantos pesadelos quanto Law, sempre balbuciando, chamando por pessoas, chorando ou gritando coisas incoerentes.

O mink não acreditava quando o capitão dizia que Lucy parecia ser só um menino assustado precisando de ajuda e por isso se aproximou, não era a imagem que tinha da Viúva Negra, mas agora via a verdade nisso, Lucy era realmente alguém traumatizado pelo mundo e, nesses momentos, não deixava ninguém o ver além de seu braço direito, obrigando Bepo a ir ficar com o cozinheiro.

Era muito raro Lucy desabar na frente dos outros, era bem óbvio que ele tentava se manter firme.

A segunda coisa que Bepo notou foi como Lucy se animava com tão pouco, apenas a oferta de comida já o deixava como se tivessem o dado o próprio sol, rindo feliz e esquecido de qualquer coisa que pudesse estar alterando seu humor.

A terceira era que Lucy era um estrategista, isso era óbvio, a Viúva Negra era muito estratégica, porém, Lucy tinha um jeito único de pensar e seus nakamas acompanhavam tão naturalmente que era sua própria estratégia, era impossível prevê-los.

Por fim e mais importante: Lucy adorava animais, o moreno era bem conversador e falava muito sobre quando era criança, aparentemente tendo sido criado em uma floresta, e simplesmente adorava Bepo simplesmente por ele ser um urso polar, foi ali que o mink notou que não seria machucado e finalmente relaxou perto desses três.

- Nós chegaremos em breve - Lucy murmurou tirando o maior de seus pensamentos.

- Desculpe, mas chegaremos onde? - Bepo o encarou confuso, estavam no meio do Calm Best!

- Na casa de uma amiga, vamos descansar lá por alguns dias, conseguir informações de Cat Bulgar e seguir caminho.

- Amigas suas vivem no Calm Best? - O mink estava cada vez mais confuso fazendo Lucy rir baixinho.

- Você é engraçado, urso! Ela mora na Ilha das Mulheres, dã!

Bepo decidiu não questionar o que exatamente era a tal Ilha das Mulheres, afinal nunca tinha ouvido falar sobre, ajeitando Lucy em cima de si para poder dormir.

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Usopp nunca teve muita perspectiva de vida, vivendo no mundo dos sonhos e sem força de vontade alguma de torná-los realidade passava todos os seus dias a mentir.

Ele era uma fraude, uma farsa ambulante e se odiava por isso, se odiava mais a cada mentira que contava e talvez por isso não parasse de mentir, para ter uma desculpa para o auto ódio.

Abandonado pelo pai e órfão de mãe ele não se via digno de amor algum, muito menos do seu ou de sua adorada Kaya.

Era por isso que não se importava em morrer nas mãos do falso mordomo para salvar sua única amiga, talvez numa próxima vida fosse digno de algo, mas, com certeza, não seria nessa.

Estava preparado para o fim, para acabar com um cara como esse que nasceu apenas para morrer sem nada de especial.

Mas, no lugar de ser morto, ele, que passou a vida inteira mentindo, foi saudado pelo sorriso mais sincero que já havia testemunhado e isso foi o estopim para que tivesse forças.

Para tornar todas as suas mentiras em verdades absolutas, para ser digno de toda confiança e amor que depositavam em si, para conquistar tudo ele iria seguir esse cara tão sincero quanto a luz do sol.

O moreno de chapéu de palha era tão sincero e genuíno que impelia Usopp a ser também e a cada mentira deixada de lado ele se via mais e mais envolvido nas teias da Viúva Negra, na genuinidade de Monkey D. Luffy.