Capítulo 16

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Trafalgar Law tremeu enquanto usava sua espada para defender um golpe de Nami. Puta que pariu!

Ela havia feito apenas o começo quando, de repente, o sistema anti incêndio acionou e a água começou a cair, o cheiro de maresia fazendo o Trafalgar desconfiar, foi quando a mulher puxou uma adaga que o homem saltou para longe, suas pernas tremendo pela fraqueza que sentia.

- Você não escapa, Trafalgar - A tatuadora sorriu animada enquanto girava a faca em um punho e o bastão em outro.

- L-Lucy-ya? - Questionou tentando se manter firme - Não... se fosse uma Akuma no Mi você não estaria tão bem, quem... quem é você?

Nami riu.

- Pode me chamar de Cat Bulgar.

- A ladra do submundo.

- Olha só, você me conhece - Nami atacou, Law desviou por pouco, caindo no chão inundado - Morra de uma vez!

- É uma subordinada da Viúva Negra também?

- Eu não sou subordinada de ninguém! - Ela tornou a atacar, mas a adaga foi parada por um punho coberto de Haki.

- Torao, fuja! - A voz de Lucy o fez piscar antes de ver o mais novo ali, tremendo enquanto encarava Nami.

- Merda! Deixe-me matá-lo!

- Você disse que não ia fazer nada, Cat!

- A menos que ele entrasse no meu caminho, uma presa veio de bom grado ao meu território, claro que irei predá-lo!

Law decidiu se erguer, saindo enquanto os dois ainda discutiam, piscou tonto enquanto tentava caminhar para longe.

- Capitão!

- Puta merda! - A voz da Gata Ladra o fez estremecer enquanto Penguim e os outros se aproximavam.

- Vamos, Cat! - Luffy puxou a amiga - A marinha está aqui, precisamos ir!

Estalando a língua, a mulher seguiu o outro para o navio, era a hora perfeita para entregar Law, porém, com tantos do bando por perto, a luta seria difícil e se a marinha interferisse eles não receberiam nem mesmo um centavo.

Era melhor deixar pra lá mesmo, Trafalgar nem mesmo era tão valioso assim.

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Os cinco estavam reunidos no convés, o navio balançando tranquilamente no mar enquanto seguiam para a próxima ilha.

- Então... o que exatamente você quer com esse urso, Luffy? - Nami questionou o aliado enquanto descascava uma laranja, Usopp ao seu lado com a pistola pousada sobre a mesa.

Zoro estava em sua própria cadeira com as espadas no chão e Sanji também, fumando lentamente, Luffy estava de frente para Nami, entre os outros dois, encarando a aliada de volta.

- Quero Torao - O Monkey explicou - Vou usar o urso para levar Torao até o território de meu pai.

- Realmente acha que Trafalgar vai simplesmente aceitar essa situação? - Nami ergueu uma sobrancelha.

- Ele não tem escolhas, Zoro disse que Torao adora o urso, ele vai vir atrás e então jogo minhas cartas.

Cat Bulga soltou um longo suspiro, mas decidiu não discutir.

- Certo, vamos ao que interessa de fato: estamos perto da Grand Line, pretende mudar de Blue e continuar caçando ou vai fazer o caminho inverso?

- Falei com Sabo, preciso ir ao Novo Mundo, além disso preciso entregar o urso, o aniversário de Vivi está chegando, passem em Alabasta e sigam pela rota principal, nos encontramos na ilha dos Homens Peixes, contabilizamos as rendas dos negócios de Usopp e as pequenas recompensas que acumulamos nos últimos seis meses para ver quanto falta.

- Com isso podemos decidir um grande alvo em Shabaody e atacar com força - Usopp apontou animado.

- Com esperanças esse será nosso último ataque - Sanji suspirou - Por bem ou por mal, isso está acabando.

Os cinco se encararam solenes, faziam tantos anos que estavam nisso que a ideia de deixar a Viúva Negra para trás era estranha, mas libertadora, como se não conseguissem pensar em algo depois disso, mas ansiassem com quase desespero.

- Eu vou ver nosso... hóspede - Sanji levantou seguindo para o quarto que era mantido trancado onde o mink foi posto desacordado.

Usopp também entrou, indo dar uma olhada em suas armas.

- Luffy, em breve o que temos acabará - Nami suspirou encarando a mesa - Nós... nós vamos voltar para o East Blue?

O Monkey suspirou baixando a cabeça.

- É a ideia... vamos deixar vocês em casa e seguir viagem.

- Foi bom trabalhar com você todos esses anos, é um bom amigo.

- Você também, Nami.

A alaranjada levantou, saindo.

- Vai simplesmente a deixar ir depois que tudo acabar? - Zoro encarou seu capitão com curiosidade.

- Nami não é nakama, não vou a obrigar a ser - Luffy levantou - Vamos, Zoro, estou cansado.

- Claro, capitão.

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Roronoa Zoro nunca se importou com outras pessoas além dele mesmo. 

Abandonado na porta de um dojo com apenas dois anos e com uma única carta dizendo que estava destinado a ser alguém grandioso.

O Roronoa cresceu ali, um pacto de irmandade formado com a única pessoa com quem convivia, a filha do Mestre. Os dois tinham um juramento, uma promessa, mas Kuina morreu nova deixando-o sozinho.

Com 18 anos, a carta de seus pais biológicos no bolso e espadas na bainha, Zoro ganhou o mundo em busca de grandeza.

Por um ano inteiro ele navegou com dificuldade, conheceu pessoas e venceu piratas, ficando conhecido como Caçador de Piratas.

Até aquela ilha, até demonstrar empatia pela primeira vez em sua vida, até ver uma criança - com a idade que Kuina tinha - morrer e então ser amarrado, condenado à morrer de fome.

Sua jornada terminaria ali, destinado a fazer algo grande, que piada!

Já havia aceitado sua morte quando o sol brilhou para si no formato de um sorriso animado enquanto um moreno com chapéu de palha dizia o querer em seu bando, derrubando todos que machucaram Zoro.

A cada homem que caía Zoro se via mais e mais preso no encanto que era aquele pirata, lentamente envolvido em sua teia.

Quando ele o chamou de novo, o Roronoa não conhecia outra resposta além de "sim", afinal ele sabia bem que estava diante do homem que seguiria pelo resto de sua vida.

Ele não se importava de ser devorado, valeria à pena, por ter podido estar ao lado da Viúva Negra.

Roronoa Zoro, afinal, sempre seria a mão direita de Monkey D. Luffy.

Diário de Sobrevivência de Trafalgar LawOnde histórias criam vida. Descubra agora