Diário de Sobrevivência de Trafalgar Law

Capítulo 25

Trafalgar Law observou o leilão em completo silencio.

O Arquipélago Shabaody era lindo realmente, com um parque de diversões incrível e tanta coisa para se ver que era de tirar o fôlego, porém, toda essa beleza escondia a podridão do mundo. Como um jarro de belas flores que escondiam uma praga em suas raízes.

O Arquipélago era lar de inúmeras casas de leilões, nada que poderia ser realmente ruim se não fosse pela mercadoria que vendiam: humanos.

Pobres almas que foram vendidas como escravos para servir aos excêntricos gostos de reis e nobres do mundo inteiro, quando se era capturado por esses lugares era simplesmente impossível escapar.

Essas pessoas eram encoleiradas com coleiras que explodiam ao toque, mantidas presas e até mesmo drogadas enquanto suas 'qualidades' eram enumeradas aos compradores.

Joker tinha inúmeras casas de leilões em Shabaody, sendo de onde vinha boa parte de sua influência do submundo, sendo um Shichibukai ele tinha muito poder em sua mão e Law sabia bem, se queria destruir o homem precisava conhecer a fundo tudo.

Por isso, apesar da vontade de vomitar, O Trafalgar estava ali, assistindo em silencio enquanto mais uma pessoa era vendida, por sorte, dessa vez não tinha nenhum Teenryubito ali.

Os Teenryubitos, como todos sabiam, eram os donos do mundo. Há oitocentos anos, quando vinte famílias se juntaram e formaram o Governo Mundial que controlava o mundo hoje em dia, tudo mudou.

Os descendentes destes reis foram chamados Teenryubitos, os Nobres Mundiais, e eram reverenciados pelo mundo como verdadeiros deuses, pessoas que viviam só pelo seu próprio prazer e matavam sem pensar duas vezes, desgraçando vidas.

Eram eles quem quiseram o Chumbo Ambar e, quando a doença começou, ordenaram a restrição e o massacre, Law os odiava e não sabia se conseguiria se controlar caso entrasse no caminho de um deles.

O leilão enfim terminou e o Cirurgião da Morte saiu dali começando seu caminho, já faziam três dias, o Polar havia sido revestido e eles iriam zarpar para a ilha dos homens peixes, a última ilha que seguiria junto de sua tripulação.

Era hora de começar seus planos!

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Nico Robin soltou um longo suspiro enquanto olhava o céu pela janela do quarto onde era mantida.

Seus cabelos escuros eram curtos, quebradiços e sem brilho, os olhos negros eram opacos de desesperança, os lábios ressecados partidos tinham sangue seco, o pescoço com hematomas em forma de uma mão. Ela era magra, mais magra do que deveria, e respirava com dificuldade, hematomas e ferimentos cobrindo todo seu corpo.

A mulher era a única sobrevivente de uma ilha inteira que foi eliminada quando ainda era criança. Ohara.

Uma ilha onde pesquisadores se uniram para descobrir a verdade sobre o século que antecedeu a formação do Governo Mundial, um século que foi apagado da história ficando conhecido como Século em Branco.

Haviam pedras que contavam sobre esse passado, mas eram escritas em uma língua proibida, o Poneygliph, Ohara, porém, estudou e aprendeu a ler essa língua, conseguindo decifrar o que continha em uma dessa pedras.

Robin aprendeu muito naquela época e, aprendeu ainda mais, que o Governo Mundial faria de tudo para impedir que o Século em Branco fosse trago à tona. Eles destruíram Ohara e todos que ali viviam, a menina escapou por pouco e passou sua vida vagando.

Seu sonho era descobrir toda a verdade e revelá-la ao mundo, terminar o que todos os pesquisadores de Ohara começaram, foi quando ouviu falar de Poneygliphs em Alabasta que se dirigiu para a ilha, seu maior erro.

Agora ali estava, prisioneira de um homem vil, servindo apenas de boneco para que ele descontasse toda sua raiva enquanto orava a qualquer divindade que existisse para que seus amigos conseguissem a libertar desta prisão o mais cedo possível.

Para serem livres e navegarem em direção a seus sonhos.

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Law observou o radar apreensivo, mesmo que navegassem em um submarino, a Ilha dos Homens Peixes ficava muito abaixo da pressão que o Polar Tang aguentava e o Trafalgar temia que o revestimento fosse fraco demais para aguentar.

Infelizmente não havia muito que poderia fazer agora, essa era a única passagem para piratas e ele precisava chegar ao outro lado, chegar ao Novo Mundo, acima de qualquer temor que tivesse.

- Capitão, nós devemos chegar em algumas horas - A fala de Sachi o fez assentir.

- Ótimo, o Long Pose não irá mais funcionar a partir daqui então fiquem de olho no outro que compramos.

- Hai!

O Trafalgar soltou um longo suspiro enquanto deixava a sala de navegação, precisava terminar de organizar suas coisas, pelo que ouviu poderia comprar um navio na Ilha dos Homens Peixes, eles tinham construtores navais decentes já que a maioria nem mesmo deixava a ilha para algo assim, esperava ser seguro o suficiente.

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Luffy cantarolava enquanto olhava o horizonte, o papel em sua mão apontando fixamente para leste, para onde seguiam, Bepo bem ao seu lado enquanto eles aproveitavam um pouco do bom tempo das águas traiçoeiras do Novo Mundo.

- Capitão - Zoro se aproximou colocando um den den muchi na mesa - É para você.

"Lu!" A voz animada o fez sorrir enquanto encarava o caracol com cabelos pretos e um colar de contas.

- Ace! - Luffy sorria para o den den muchi.

"Me disseram que você pediu para ser avisado caso víssemos um submarino..."

- Torao já está no novo mundo?!

"Na verdade, estamos na Ilha dos Homens Peixes para o aniversário da princesa" Ace explicou "Um submarino amarelo chegou no porto, Marco disse que você gostaria de saber, é uma presa?"

- Algo assim - O Monkey cantarolou - Ace, eu preciso falar com Torao, pode conseguir um den den muchi pra ele?!

"Claro, Lu!" O caracol sorriu "Imagino que vá o encontrar no Novo Mundo... te verei em breve?"

- Depende de como Cat vai se sair em suas negociações em Shabaody - O mais novo dos irmãos deu de ombros.

- Capitão, vamos atracar em breve! - A voz de Sanji fez Luffy vibrar.

- Eu preciso ir agora, Ace! Nos falamos depois!

O den den muchi foi desligado e Luffy levantou de uma vez, animação o fazendo vibrar enquanto Sanji aparecia com um casaco para o mais novo, afinal era uma ilha de inverno aquela.