Rei Corvo

76 11 19
                                    

°•○●□■°•○●□■▪︎◇🔞🔞◇▪︎■□●○•°■□●○•°

O bar fedia a carne podre e cerveja.

Bem, pelo menos a comida tinha cheiro bom, o que fazia Jiwoong presumir que o odor desagradável vinha das outras pessoas frequentando o estabelecimento.

Sangyeon, sentado ao seu lado na mesa no fundo do local, parecia irritadiço depois de alguns dias desperdiçados numa floresta tão deserta que nem mesmo animais se atreviam a passar. O amigo lhe contou de uma besta de pesadelos, uma criatura detestável que costumava viver na região junto de seus irmãos de espécie; o encontro não parecia ter sido nada bom, mas o cadáver enrolado num lençol velho do lado do cavalo de Sangyeon nos estábulos indicava que o semideus não foi quem saiu por baixo no ocorrido.

— Ele está atrasado — disse o Lee, tamborilando os dígitos sobre a madeira gasta da mesa, o verniz velho e descascando.

— Talvez tenha encontrado algo.

— Ou está testando nossa paciência como o palhaço desgraçado que é.

— É uma possibilidade plausível, conhecendo a peça — respondeu o filho da Terra do Nunca.

Não havia nenhum sinal do palhaço e de Seorin, ambos atrasados para o encontro marcado após três dias desde que se separaram. Deviam ir até aquele ponto de encontro, reportar as descobertas ou falta delas, então ver como iriam se dividir em seguida. O plano A havia fracassado, pelo menos para os dois que foram pontuais.

Jiwoong podia ver a impaciência do amigo, só não sabia ler tão bem se era devido a Juyeon ou a missão em si, também havia a possibilidade de a culpa ser do Coringa. Sang era orgulhoso, então receber ordens de um palhaço de circo assassino não parecia tão grandioso ao filho do deus do Mal.

O bar barulhento teve todos os sons abafados quando o ranger da porta ressoou, os passos molhados e firmes atraindo todas as atenções para a garota encharcada, as roupas destruídas por lama e água, os cabelos desgrenhados e imundos, fedendo a esgoto. Mordendo a língua, Jiwoong conseguiu manter o priorizo silêncio diante da visão ridícula. Seorin estava acabada.

A colega caminhou até a mesa deles, pegando uma das cadeiras vagas e sentando — Praticamente se jogando no assento, desabando na busca de algum descanso.

Os dois homens se entreolharam, o mais novo abrindo a boca para perguntar, mas acabou sendo cortado pela dama.

— Sem perguntas, antes preciso de uma bebida.

Outra troca de olhares, então o Kim levantou a mão, chamando pela belezura de garçom que estava no balcão entregando pratos sujos para a cozinha.

Chegava a se perguntava como havia alguém tão bonito num lugar tão capenga.

Quando o loiro chegou à mesa deles o Kim mordeu o lábio inferior, puro instinto, os olhos percorrendo aquela cintura fina e a banda suculenta. O rosto dele era meigo, adorável, os olhinhos carregando um brilho inocente que seria um prazer destruir.

Sangyeon não se preocupou em saber o menu, apenas fez os pedidos:

— Três cervejas, um ensopado quente e o melhor que tiver a servir.

Espelho Espelho Meu - JakehoonOnde histórias criam vida. Descubra agora