O Príncipe de Gelo e o Bruxo

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Os quatro guardiões se reunirão ao redor da cratera, estavam estudando o portal, garantindo que era seguro para uso, antes de expandi-lo. Eles explicaram antes, não tinha como todas as pessoas uma por uma até ali, o portal não duraria tanto tempo, então precisavam fazendo crescer, transformá-lo na mesma onda que tirou todos de casa, mas agora o levariam de volta para a cidade e os reinos onde viviam, de volta para onde estavam antes de tudo começar. Aquilo não mexeria com o tempo nem suas condições físicas e biológicas, apenas com as localizações de retorno.

Jake permaneceu ao lado de Sunghoon até que o namorado adormeceu, deixado numa cabana que montaram para ficarem, Sunoo e Niki ficaram lá para olhá-lo, o Kim sorriu fraco quando Jake saiu para buscar a mãe, um gesto de confiança, ele percebeu. Sunoo cuidaria de Sunghoon em sua ausência, assim como Niki o faria pelo melhor amigo.

Ele encontrou a mãe numa última reunião com os guardiões, Malévola segurava em seu ombro, falando algo, quando viram Jake chegando na sala daquela casa que ocuparam para conversar. A fada sorriu, soltando a bruxa e indo até o rapaz, ela lhe deu um cafune antes de sair.

— Iremos começar em uma hora, Somin.

A bruxa assentiu, agradecida.

Um momento final, o restante que sobrava.

O portal não duraria para sempre, então precisava ser o mais rápido possível, para aproveitarem sua força máxima e expandi-lo totalmente.

Quando mãe e filho ficaram sozinhos, Jake levantou o rosto para ela, os olhos já ficavam vermelhos. Ele sabia o que vinha pela frente.

Claro que sabia, era Jake, um bruxo jovem e talentoso.

— Não chore, querido.

— Não é justo.

Suspirando, Somin envolveu o filho em seus braços, o toque materno abraçando Jake, aproximando-os.

Ela não voltaria com eles, não sobreviveria ao retorno, não havia corpo e nem vida do outro lado para voltar. Chernabog lhe dera uma vida temporária ali, permitida pelos deuses, nunca fora algo permanente, e Somin já devia saber disso desde o momento em que colocou os pés naquele falso mundo e mesmo assim os liderou para a libertação dos guardiões e a queda de Jiyeon, mesmo que significasse acelerar seu retorno ao reino da morte.

— Querido, nem tudo é feito para ser justo — ela segurou seu rosto, fazendo-o encará-la, os olhos chorosos. — Os deuses me deram tempo o bastante para ver quem você se tornou, para me orgulhar disso.

Não, não havia justiça. Os dois tiveram tão pouco tempo, ele deveria poder conhecê-la, ir fazer compras, feitiços e poções, ele com suas duas mães e também Sunghoon. Mas não, Jake não tivera tempo para aquilo

Não foi tempo o bastante.

Os deuses lhe permitiram ter um gostinho do que era saber do amor de Somin, senti-lo e desfrutá-lo, e o perderia pouco tempo depois.

— Mãe.

— Querido, me prometa algo, por favor.

Jake puxou o ar devagar, sentindo os pulmões falhando.

— Certo.

— Muito bem.

Somin segurou sua mão, puxando-o para que caminhassem pela cidade enquanto pegava um livro na mesa ao lado, saindo da casa e andando em meio as pessoas, civis e membros dos rebeldes reunidos por sua mãe, todos acenaram com as cabeças para ela. Tanto respeito, respeito pela Rainha Má. A rainha que ajudara a salvar o mundo.

Foram até o campo de flores que se ergueu onde antes era o palácio, rodeando a cratera do portal em forma de pilar de luz. A magia havia criado aquelas flores, feito a terra gerar nova vida, alimentada pela energia recolhida e então liberada para o mundo.

Espelho Espelho Meu - JakehoonOnde histórias criam vida. Descubra agora