𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 01

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9 𝒂𝒏𝒐𝒔 𝒂𝒕𝒓𝒂́𝒔:

Acordo com a minha mãe me chacoalhando, dizendo que tínhamos chegado em nossa nova casa. O meu pai paga o taxi e pega as nossas malas, enquanto eles se preparavam para pegar as malas eu fico observando a minha nova casa.

A casa era pequena mas era bonitinha, a minha mãe abre a porta e entramos dentro de casa que já tinha todos os móveis.

A sala era do tamanho médio, e ao lado havia a cozinha que era divida pelo balcão. A cozinha é simples, com armários de madeira e utensílios práticos.

O banheiro é funcional, com azulejos simples, um espelho com moldura de madeira à moda antiga e um chuveiro de estilo rústico, contribuindo para a sensação descontraída.

O meu quarto era aconchegante, tinha uma cama pequena, um armário perto da porta, uma mesinha e uma estante, onde eu guardaria os meus livros.

Os meus pais acharam uma boa ideia se mudar para Outer Banks para melhorar a qualidade de vida. Por pouco a gente não passava fome no Brasil, o salário deles não estava dando para pagar as contas e comprar comidas, então como um milagre, o meu pai recebeu uma oferta de emprego aqui.

- Filha, vem pegar as suas roupas e brinquedos para guardar no seu quarto. - a minha mãe diz me entregando a mala.

(...)

dia seguinte:

- Mãe, eu vou brincar lá fora tá bom? - falo já correndo para fora de casa.

- Cuidado viu! - a minha mãe grita da cozinha.

Fecho a porta de casa com dificuldade por estar com as mãos cheias de brinquedos e me sento na grama, jogando os meus brinquedos no chão.

Quando iria começar a brincar, a minha atenção vai para a gritaria da casa ao lado, fico sentada apenas prestando atenção na briga, mas a minha curiosidade aumenta me fazendo levantar e ir ver o que estava acontecendo.

Me aproximo um pouco, mas sem que o casal conseguisse me ver, e fico ali vendo um homem magro parado em frente à porta apontando o dedo na cara de uma mulher loira que também gritava. Um tempo depois dos dois brigarem a mulher pega duas mochilas e sai apressada da casa, deixando o silêncio na casa novamente.

Vejo se eles realmente já não estavam mais fora da casa e vejo um menino loiro de costas para mim, parecia estar chorando pois a suas costas subia e descia rapidamente, nem pensei muito e já estava andando em sua direção.

- Porque você está chorando? - perguntei curiosa, me sentando ao seu lado.

- Eu não estou chorando! - disse o menino loiro secando as lágrimas rápido, ele parecia estar assustado e me olhava confuso, no momento fiquei até paralisada quando vi seus olhos vermelhos mas com um azul mais claro que o mar.

- Meu Deus! Os seus olhos são tão azuis! - disse encantada e ele fez uma feição confusa, logo percebi o que havia falado e balancei a cabeça, me tirando do transe - Aqueles que estavam brigando eram os seus pais?

- Nem sei quem é você - ele disse com a voz embargada e com os olhos cheios de lágrimas, me fazendo ter pena dele.

- Eu sou a Luna! E você? Como se chama? - pergunto, estendendo a minha mão, ele olha para ela e dá um leve sorriso.

- Eu sou o JJ! - ele diz e aperta a minha mão.

- JJ, que nome diferente. - repito seu nome, olhando para ele que sorria agora.

- É como eu gosto que me chamem, e você não é daqui, é? Você fala engraçado. - JJ diz rindo enquanto secava as lágrimas que havia em seus olhos.

- Eu vim do Brasil, o meu inglês não é muito bom porque não falava muito, apenas com a minha tia que falava inglês. - explico para ele que assente com a cabeça.

- Você está triste? - pergunto ainda curiosa e JJ olhava em meus olhos, agora sem o sorriso no rosto.

- A minha mãe foi embora e me deixou aqui - JJ disse baixinho, olhando para o chão, a sua voz estava embargada novamente.

O meu coração se apertou e engatinhei até ficar na sua frente, abracei ele com força e escutei ele começar a chorar desesperadamente de novo, me apertando no abraço a cada soluço que dava. Nem havia percebido que também chorava com ele, não conseguia acreditar que uma mãe consiga deixar o filho assim.

Depois de JJ chorar muito, ele finalmente se acalmou e eu me afastei do abraço, olhando em seu rosto, que estava vermelho, assim como seus olhos que também estavam inchados. Passo a minha mão em suas lágrimas e sorrio para ele, que parecia estar com vergonha.

- Você vai ficar com o seu pai? - pergunto olhando em seus olhos, ainda segurando seu rosto.

- Sim, mas acho que preferia ficar sozinho. - JJ diz ainda com a voz de choro e eu lembro como o pai dele gritava com a mulher.

- Eu até te levaria para a minha casa, mas os meus pais não vão deixar. - digo desanimada, me sentando em sua frente e JJ apenas sorri.

- Gosto do seu cabelo, é todo cacheadinho. - ele diz e eu sorrio feliz, ninguém além dos meus pais tinham elogiado o meu cabelo, sempre falavam que era feio.

- Sério? Obrigada! - ele percebe a minha animação e ri. - E eu gosto do seu sorriso, aparece as suas covinhas. - digo sorrindo e ele aumenta o sorriso, aparecendo mais as covinhas.

- Posso te chamar de Lua? Você me lembra a lua. - ele diz e eu assinto.

- Eu tenho que voltar, porque senão a minha mãe não me deixa sair para brincar mais, mas prometo que amanhã volto. - digo me levantando e JJ levanta também. - Agora somos amigos, tá bom? - afirmo animada e JJ assente.

- Só se você prometer não me deixar, igual a minha mãe. - JJ diz estendendo o dedo mindinho, enquanto olhava para meu rosto.

- Eu prometo! - Cruzo os nossos mindinhos, me abraço a JJ, que me abraça de volta apertado.

Nos afastamos e eu vou na direção da minha casa, que era bem próxima, a apenas cinco passos de distância.

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Bem vindos!
Prometo não decepcionar vocês 🫡

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𝑰 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒆 - 𝐉𝐉 𝐌𝐚𝐲𝐛𝐚𝐧𝐤Onde histórias criam vida. Descubra agora