𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 39

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( escutar a música enquanto lê fica mais emocionante 😉 boa leitura!)


O dia do velório da Luna chegou com uma tristeza sufocante que parecia envolver tudo e todos. O céu estava cinzento, como se o próprio mundo estivesse de luto.

Meus passos eram pesados enquanto me aproximava do salão onde a despedida aconteceria. O peso da realidade era esmagador.

Quando entrei, vi rostos familiares e desconhecidos, todos unidos pela dor. Meus olhos rapidamente encontraram meus amigos. John B, Pope, Sarah e Kiara estavam juntos em um canto, visivelmente arrasados.

John B, sempre tentando ter força, tinha os olhos vermelhos de tanto chorar. Ele parecia lutar contra as lágrimas, se mantendo firme por todos nós.

Pope estava ao lado dele, com os ombros curvados sob o peso da tristeza. Seus olhos, normalmente cheios de vivacidade, agora estavam opacos e perdidos.

Sarah estava com os braços cruzados com o da Kiara, ambas chorando silenciosamente. Sarah, a força de nosso grupo, agora parecia tão vulnerável e quebrada. Kiara, sempre tão destemida, estava pálida e frágil, seu rosto um reflexo da dor que todos sentíamos.

Caminhei até eles, e Pope me abraçou apertado.

- JJ, sinto muito, cara - ele disse, sua voz trêmula.

- Eu também, Pope... Eu também... - respondi, minha própria voz falhando.

Ficamos ali juntos, tentando encontrar algum consolo na presença uns dos outros. O tempo parecia se arrastar, cada minuto uma luta contra a tristeza avassaladora.

Olhei em volta e vi Rafe em um canto, a expressão séria e sombria. Apesar de todas as nossas diferenças, ele estava ali, talvez porque Luna tocou a vida dele também de alguma forma. Gerard também estava presente, abatido e com os olhos fundos, marcados pela perda.

Finalmente, o momento dos discursos chegou. O pai de Luna se levantou, o rosto marcado pela dor indescritível, e olhou em minha direção.

- JJ, você gostaria de dizer algumas palavras? - ele perguntou, a voz trêmula.

Senti um nó se formar na minha garganta. Olhei para meus amigos, hesitando. Eles acenaram com a cabeça, me incentivando. John B colocou a mão no meu ombro.

- Vai lá, JJ. Você consegue - disse ele, com um esforço visível para manter a calma.

Respirei fundo, tentando reunir a coragem. Caminhei até a frente da sala, cada passo pesado. Quando cheguei ao púlpito, olhei para todos, mas meus olhos se fixaram em Luna, deitada no caixão.

- Luna... - minha voz mal passava de um sussurro, sufocada pela avalanche de emoções que ameaçavam me afogar - Luna era... era tudo para mim. Desde o dia em que nos conhecemos, ela me salvou de uma vida que eu não sabia como escapar. Ela me tirou de um inferno, me acolheu quando eu era apenas um garotinho perdido, com medo e sem esperança.

As lágrimas começaram a cair, mas continuei, forçando as palavras a sair.

- Ela foi minha salvação, minha luz na escuridão. Quando eu mais precisei, Luna estava lá, oferecendo sua amizade, sua bondade, sua casa. Ela me mostrou o que é ter uma família de verdade, o que é ser amado incondicionalmente. E mesmo nos dias mais sombrios, ela era a minha razão para continuar. Cada sorriso dela, cada momento que passamos juntos... Eu me sentia vivo por causa dela.

Olhei para os rostos cheios de tristeza ao meu redor, tentando encontrar forças.

As palavras saíam como flechas de fogo, cada uma carregada com o peso da minha dor e arrependimento.

- Eu... eu planejava pedir ela em namoro naquela tarde. Planejava dizer a ela o quanto a amo, o quanto ela... ela significa para mim. Mas agora... agora é tarde demais. Ela se foi, e eu fiquei... eu fiquei sozinho.

Meus amigos choravam abertamente agora. Sarah soluçava nos braços de Kiara, que tentava ser forte, mas as lágrimas escorriam livremente. John B e Pope estavam abraçados, os rostos contorcidos pela dor. Até Rafe e Gerard estavam com os olhos cheios de lágrimas.

Terminei meu discurso com um nó na garganta, olhando para o rosto sereno de Luna no caixão. Enquanto me aproximava, notei algo que me fez parar. O colar que eu tinha dado a ela no seu aniversário de nove anos não estava no seu pescoço. Aquele colar que ela nunca tirava.

- Onde está o colar dela? - perguntei, a voz se elevando com desespero - O colar que eu dei a ela?

Os olhares se voltaram para mim, confusos e preocupados. A raiva e o desespero tomaram conta de mim.

- Quem tirou o colar dela? - gritei, sentindo a dor rasgar meu peito - Ela nunca tirava aquele colar!

Os pais de Luna se aproximaram, tentando me acalmar.

- JJ, por favor, acalme-se - disse o pai dela, a voz suave, mas eu não conseguia ouvir.

- Não! - gritei, empurrando-o levemente - Isso não está certo! Ela devia estar com o colar! Era dela, parte dela!

John B e Pope vieram rapidamente, segurando meus braços enquanto eu tentava me aproximar do caixão.

- JJ, por favor, cara, calma - disse John B, a voz dele também trêmula.

As mãos tentaram me puxar para longe do caixão, para longe da dor insuportável que me consumia. Mas eu lutei contra elas, empurrando todos que ousavam se aproximar de mim.

Meus amigos me seguraram enquanto eu chorava descontroladamente, o peso da perda se tornando insuportável. O colar era apenas um pequeno detalhe, mas para mim, era tudo. E agora, sem Luna, nada mais parecia fazer sentido.

Segurei a mão da Luna, a pele fria e imóvel sob a minha, e solucei descontroladamente, minha visão turva pelas lágrimas.

- Por que, Luna? - gritei para o vazio, para o céu cinzento que parecia ignorar minha agonia - Por que você fez isso comigo? Por que... por que você quebrou a nossa promessa?

A dor me atravessava como uma faca afiada, me cortando até os ossos. Eu me sentia como se estivesse enlouquecendo, perdendo a minha sanidade em um oceano de angústia e desespero.

E ali, diante do caixão de Luna, eu gritei até minhas cordas vocais se romperem, até minha voz se perder no vácuo da minha própria miséria. Porque era tudo o que eu podia fazer. Gritar. Gritar até que a dor se tornasse insuportável. Gritar até que a dor se transformasse em silêncio.

Enquanto eu desmoronava no chão, senti os braços dos meus amigos ao meu redor, tentando me segurar. Eles estavam com medo de me deixar sozinho, com medo do que eu poderia fazer em meu desespero.

Sarah e Kiara choravam desesperadamente, tentando encontrar forças uma na outra.

- JJ, estamos aqui com você, cara - disse Pope, sua voz tremendo - Não vamos te deixar sozinho.

Eu sabia que eles estavam com medo, tanto quanto eu estava com medo de enfrentar um mundo sem Luna.

A dor era uma tortura constante, e a ausência dela era insuportável. E ali, no meio daquele salão, cercado por pessoas que também a amavam, eu finalmente entendi o quanto Luna significava para todos nós. Ela era o coração do nosso grupo, a luz que nos guiava. E agora, sem ela, estávamos todos perdidos no escuro.

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Não estou bem, estou nada bem, meu Deus 😭

Já estamos na reta final da fic 🥹

Deixem a estrelinha se estiverem gostando 🫶🫶

𝑰 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒆 - 𝐉𝐉 𝐌𝐚𝐲𝐛𝐚𝐧𝐤Onde histórias criam vida. Descubra agora