𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 25

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JJ Maybank:

O caminho até a praia foi em silêncio, um pouco constrangedor, devo admitir, mas também não era nada além do que ele já imaginava.

— Você vai ter que pegar leve comigo hoje, faz alguns anos que não pego uma onda — o pai dela fala, depois de algum tempo.

— Nem sabia que surfava — respondo, demonstrando minha surpresa.

— Pois é, também não sabia desse seu caso com a minha filha — ele responde direto, com um sorriso falso no rosto.

Apesar de agora ele estar fingindo ser durão, eu não tenho medo dele, porque eu o conheço tempo suficiente para termos criado uma certa intimidade entre nós dois.

— O senhor mesmo disse que já sabia — respondo, relembrando o que havia falado, e ele solta uma risada, assentindo com a cabeça.

— Atento, hein rapaz — ele diz, bagunçando meu cabelo.

— É, uma das minhas qualidades, sabe como é — respondo sarcástico, dando de ombros, e ele ri, se sentando na areia, e eu faço o mesmo.

— Lembro exatamente de vocês dois bem pequenininhos, tão fofos! — ele diz, nostálgico, olhando para o mar.

— Tão pequenininhos também não, a gente tinha oito anos — respondo, me lembrando também.

— Eu sempre admirei o seu carinho por ela, o seu jeito de sempre se preocupar com ela e ter sempre a necessidade de ajudá-la em tudo — ele diz, me surpreendendo com suas palavras.

— Eu sempre gostei dela, muito mais do que imaginava — respondo, sorrindo para mim mesmo ao pensar nela.

Ele vira o rosto na minha direção, com um sorriso divertido brincando em seus lábios.

— Bem, acho que isso explica muita coisa — ele comenta, me lançando um olhar cúmplice.

— É, acho que sim — respondo, concordando com um aceno de cabeça.

Ficamos ali, observando as ondas quebrando na praia, perdidos em nossos próprios pensamentos.

— Desde quando? — ele pergunta, quebrando o silêncio e voltando a olhar para mim.

— Apenas hoje de madrugada — respondo, olhando para ele também, que pareceu surpreso.

— Só? Nossa, vocês são lentos — ele diz, me fazendo rir.

— Os meninos também falaram isso — comento, sorrindo, me sentindo confortável ao falar sobre ela com ele, afinal, não teria ninguém melhor para compartilhar isso do que ele.

— Mas eu tenho medo, sei lá, de acabar não sendo o que ela queira, ou o que ela mereça. — decido apenas jogar para fora, aproveitando a oportunidade que tinha.

Ele me lança um olhar solidário, como se entendesse meus sentimentos.

— Entendo o que você quer dizer, mas, olha, se vocês chegaram até aqui, é porque existe algo especial entre vocês, não se preocupe tanto com isso, apenas seja você mesmo e siga seu coração, ela vai valorizar isso mais do que qualquer coisa — ele diz, com sinceridade em seus olhos.

Assinto, absorvendo suas palavras com gratidão. Mesmo que ainda haja incertezas, saber que ele acredita em mim me dá um pouco mais de confiança.

E por um momento, imagino como seria ter essa conversa com meu pai, ele me dando esses conselhos e me dizendo que eu conseguiria.
Sinto meu coração apertar com esse pensamento, mas decido deixá-lo de lado.

Estou mais do que agradecido por estar aqui com o pai da Luna, tendo uma conversa que jamais teria com o meu próprio pai.

— Eu meio que surtei na frente da Lua, quando beijei ela — decido contar, e ele escuta com atenção — Já sabia que estava sentindo algo novo, mas quando a beijei, foi uma explosão, todos os sentimentos decidiram explodir dentro de mim — termino de contar, olhando para a areia e abraçando os meus joelhos.

Ele fica em silêncio por um momento, absorvendo minhas palavras.

— Parece que você descobriu algo poderoso, mas isso é normal, é parte de se apaixonar, de se permitir sentir — ele responde, com um olhar compreensivo.

Assinto lentamente, apreciando sua compreensão.

— É, acho que sim, é meio assustador, mas ao mesmo tempo muito bom — digo, deixando escapar um sorriso tímido.

Ele sorri de volta, parecendo satisfeito por eu estar compartilhando isso com ele.

— É, o amor pode ser assim mesmo, mas no final, vale a pena — ele diz, dando um tapinha reconfortante no meu ombro.

— Sempre que precisar, estarei aqui para você, agora, vamos surfar um pouco e liberar a mente, o que acha? — ele sugere, estendendo a mão para me ajudar a levantar.

Aceito sua oferta com um sorriso, me sentindo mais leve e pronto para deixar os pensamentos turbulentos de lado, pelo menos por um tempo.

Estar ao lado dele me traz uma sensação de paz e confiança que eu não trocaria por nada.

(...)

Já era hora do almoço e decidimos voltar para casa, agora estávamos caminhando em direção à casa dele enquanto conversávamos.

— Você já ligou para aquele homem que te deu aquela proposta incrível? — ele pergunta, interessado no assunto.

— Vou ligar hoje, não vou perder essa oportunidade por nada — respondo, e ele assente animado, como se estivesse orgulhoso de mim.

E isso me alegra intensamente, saber que ele realmente sentia orgulho de mim, era algo extremamente significativo para mim.

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A relação dos dois é algo que eu admiro pra caramba, o JJ teve muita sorte de ter um sogrinho desse jeito viu.

Deixem a estrelinha se estiverem gostando 🫶🫶

𝑰 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒆 - 𝐉𝐉 𝐌𝐚𝐲𝐛𝐚𝐧𝐤Onde histórias criam vida. Descubra agora