𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 29

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Acordo, sentindo como se tivesse dormido uma semana inteira sem nem acordar. A região da minha cintura está dolorida, mas não como antes.

— Filha! — escuto a voz aflita da minha mãe.

Olho para o lado e vejo ela sentada ao meu lado na cama, e em pé, estão JJ e meu pai, com os olhos arregalados e a respiração acelerada.

Pelo menos estou no meu quarto e não num quarto de hospital.

— O que aconteceu? O JJ chegou aqui desesperado, com você desmaiada no colo dele — meu pai fala rapidamente, quase atropelando as palavras.

Olho para JJ, seus olhos estão vermelhos e consigo ver sua mão tremendo freneticamente.

Porra, eu falei que não era para ele contar. Agora aqui estão meus pais, desesperados querendo saber algo que nem eu sei explicar.

— Filha, isso aconteceu muitas vezes? — minha mãe pergunta, acariciando meu cabelo.

Olho para JJ antes de suspirar e olhar para minha mãe.

— Não, mãe — minto, e quando JJ abre a boca para falar, eu falo rapidamente — Foi só hoje. Acho que só não tive um bom dia — digo qualquer coisa, só para interromper JJ de falar.

Vejo meu pai e minha mãe trocarem olhares preocupados, e sinto meu coração apertar, uma vontade enorme de chorar.

— Amanhã a gente vai para o hospital ver o que é isso, ok? — minha mãe pergunta, e eu nego com a cabeça, sentando-me na cama.

— Não! Eu não vou para hospital nenhum! — respondo firmemente.

— Luna, a gente precisa saber o que está acontecendo, porque isso não é normal! — meu pai fala, e eu reviro os olhos.

— Não, eu já disse! Não vou para o hospital! — respondo, aumentando o tom de voz.

Os três ali ficam surpresos com minha reação, mas não quero saber o que está acontecendo comigo, não quero lidar com a incerteza de algo grave ou não. Prefiro viver sem saber do que ficar sabendo e viver na base das preocupações.

— Luna, a gente vai ficar mais calmos sabendo se não é nada grave — minha mãe fala, com paciência.

— Não, eu não vou! — repito, sentindo as lágrimas ameaçando cair.

— Acho melhor você descansar agora, amanhã a gente resolve as coisas — meu pai fala, e minha mãe assente, dando um beijo na minha testa antes de sair do quarto com ele, deixando eu e JJ sozinhos.

JJ continuava em pé, no mesmo lugar, com a respiração acelerada, olhando para mim.

— Eu falei para você não contar — falo em um sussurro, sentindo um nó na garganta.

— Sério isso? Tanta coisa para se preocupar e você vai brigar comigo por isso?! — JJ pergunta indignado, sentando na ponta da cama.

— É por isso que eu não queria que você contasse para eles! Olha só como eles estão agora! — respondo, com a voz embargada, aumentando meu tom de voz.

Ele me olha surpreso, com as sobrancelhas arqueadas, como se não estivesse entendendo por que estou reagindo assim.

— Luna, eles estão assim porque se preocupam! Eles são os seus pais! — ele responde, com indignação em sua voz.

— VOCÊ NÃO ESTÁ ENTENDENDO! — grito com ele, desistindo de lutar contra as lágrimas, e JJ se assusta com minha atitude.

Eu nunca havia gritado com ele ou agido assim antes. Me arrependo de ter gritado, mas estava nervosa agora, com todos em cima de mim.

— O que não estou entendendo?! Hein? — JJ pergunta, e eu me levanto da cama, e ele também fica de pé.

— Eu realmente não estou entendendo porra nenhuma disso aqui, Luna! — ele fala, e sua voz treme — Caralho, Luna! Eu realmente não estou entendendo! — ele fala com a voz fraca, olhando para mim, e passando a mão pelo cabelo, com as mãos trêmulas.

Eu olho para JJ, com os olhos embaçados pelas lágrimas, sentindo a tensão entre nós.

— Você nunca entende, JJ! Você acha que tudo é simples, mas não é! — respondo, minha voz carregada de frustração.

— E você acha que esconder as coisas vai resolver alguma coisa? — ele retruca, seus olhos buscando os meus em busca de uma resposta.

— Às vezes é melhor não saber, JJ! — digo, sentindo a raiva pulsar em minhas veias.

— Não, Luna! Não é melhor! — ele argumenta, sua voz suavizando um pouco.

— JJ, mas... — minhas palavras são interrompidas quando ele me abraça com força, seus braços envolvendo-me com ternura.

— Estamos juntos nisso, Luna, sempre estaremos. — ele diz, e eu me permito afundar em seu abraço, me sentindo amparada e compreendida, mesmo em meio à nossa pequena discussão.

— Você não precisa carregar tudo sozinha, Luna. — ele sussurra, acariciando meus cabelos.

— É que eu não quero lidar com isso agora! —  desabafo, soluçando pelo choro.

— E quando você vai querer lidar com isso? — ele pergunta, com a voz suave.

— Eu não sei, eu só... Eu só não quero ficar preocupada o tempo todo! — respondo e me afasto do abraço, limpando as lágrimas que insistiam em cair.

— Você não indo para o hospital é pior — ele diz, segurando meu rosto com suas duas mãos e limpando minhas lágrimas com o polegar.

— Luna, você não tem ideia do quanto eu fiquei desesperado — ele diz baixinho, com a voz embargada, encostando nossas testas.

— Quando te ouvi gritando de dor, porra... — ele se interrompe, tentando controlar suas emoções, e vejo as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

Sinto meu coração se apertar ao ver a dor estampada no rosto de JJ.

— JJ, eu... eu não queria te assustar assim — murmuro, me sentindo culpada por ter feito ele se preocupar tanto.

Ele sacode a cabeça suavemente, como se tentasse afastar os pensamentos sombrios que o assombram.

— Não é isso, Lua, é só... só que... — ele parece lutar para encontrar as palavras certas, com seus olhos fixos nos meus, transbordando.

— Eu não suportaria te perder, Luna, você é... é tudo para mim — ele confessa, sua voz tremendo com a intensidade de suas emoções.

Um nó se forma em minha garganta ao ouvir suas palavras sinceras, eu não consigo conter as lágrimas que inundam meus olhos novamente.

— Você não vai me perder, JJ — digo, abraçando-o com força, deixando nossas lágrimas se misturarem em um abraço reconfortante.

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Deixem a estrelinha se estiverem gostando 🫶🫶

𝑰 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒆 - 𝐉𝐉 𝐌𝐚𝐲𝐛𝐚𝐧𝐤Onde histórias criam vida. Descubra agora