Uma semana depois:
Hoje é o dia da competição do JJ, e pelo que ele me contou, é uma oportunidade única que pode abrir muitas portas para ele no mundo do surf.
Se tudo correr como planejado, esta competição pode ser o pontapé inicial para ele construir uma carreira sólida e reconhecida nesta área que tanto ama.
JJ passou a noite no local onde a equipe dele deveria ficar, garantindo que estivessem prontos e sem atrasos para se prepararem melhor.
Em ligação com ele nessa noite, assegurei que estaria lá para apoiá-lo, pois nunca perderia uma competição sua, embora soubesse que, na realidade, isso poderia não acontecer.
Minhas dores estavam se intensificando cada vez mais, algo que tanto meus pais quanto os pogues haviam notado, apesar de minhas tentativas de disfarçar.
Por mais que eu tentasse inventar desculpas, não conseguia mais esconder a verdade, principalmente diante de JJ e meus pais, que nunca caiam em minhas mentiras.
JJ parecia extremamente preocupado comigo. Ele sempre notava quando as dores voltavam e estava sempre me perguntando como eu estava me sentindo.
Era difícil para mim admitir, mas as dores estavam cada vez mais intensas, a ponto de me deixarem à beira do desmaio em alguns momentos.
Por mais que tentasse esconder, JJ conseguia enxergar através de mim, percebendo a angústia que eu tentava esconder.
Ele estava sempre ao meu lado, oferecendo apoio e conforto, mesmo quando eu insistia em dizer que estava tudo bem. Era reconfortante saber que ele estava ali por mim, mesmo nos momentos mais difíceis.
— Luna, vamos ao médico hoje à tarde, depois da competição do JJ, tudo bem? — minha mãe entra no quarto, com uma expressão preocupada, e eu concordo com dificuldade, tentando disfarçar.
— E você está se sentindo bem? Se não estiver, podemos ir agora mesmo! — ela se aproxima da minha cama, preocupada, e eu balanço a cabeça negativamente.
— Estou me sentindo ótima, mãe — minto, e ela assente, claramente desconfiada.
— Os seus avós já chegaram no Brasil — ela me informa, e eu concordo com um aceno de cabeça. Ela me dá um beijo na testa antes de ir em direção à porta.
— Se sentir qualquer coisa, me chama, por favor! — ela suplica, e eu suspiro, concordando com um aceno de cabeça.
Assim que ela deixa o quarto e fecha a porta, deixo escapar um gemido de dor, pressionando minha mão contra a boca para abafar o som e não chamar a atenção dela.
A dor agora parecia se espalhar por todo o meu corpo: minha cintura latejava, meu estômago retorcia, minha cabeça latejava e eu sentia formigamento em todo o corpo.
A dor era insuportável, como se cada parte do meu corpo estivesse sendo esmagada por um peso invisível.
Eu não sabia se conseguiria sair dessa, se algum dia encontraria alívio para esse tormento que me consumia.Cada respiração era um esforço, cada movimento uma agonia.
Eu me sentia como se estivesse afundando em um mar de dor, sem conseguir encontrar um caminho de volta à superfície.
O medo me envolvia, sufocando qualquer esperança que restasse em meu coração.
Assim que a dor deu uma trégua, decidi levantar da cama e pegar minha prancha. Com o risco de não poder surfar por um bom tempo, resolvi aproveitar ao máximo enquanto ainda podia.
Com a prancha em mãos, saltei pela janela do meu quarto, evitando chamar a atenção dos meus pais, e com dificuldade, segui até a praia, que ficava próxima.
Entro no mar com a mesma roupa que estava e subo na prancha.
Sinto minha visão escurecer e tudo girar, mas mesmo assim continuo remando, desafiando a tontura e indo contra as ondas.
Quando uma boa onda se aproximou, tentei ficar de pé na prancha, mas fracassei completamente quando a dor retornou, me atingindo com três vezes mais intensidade do que antes, me fazendo bater a cabeça na prancha.
Volto à superfície da água, me apoiando na prancha, enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto, sem entender o que estava acontecendo comigo e temendo o desconhecido.
Tento me levantar na prancha novamente, mas todas as dores retornam de uma só vez, me fazendo gritar e cair quando a onda quebra.
De repente, toda a dor desaparece e sou tomada por um apito alto e irritante em meu ouvido, me forçando a cerrar os olhos e me contorcer.
Sinto como se estivesse afundando em um abismo sem fim, onde a escuridão me envolve por completo.
Minha respiração se torna pesada e descompassada, enquanto meus pulmões imploram por ar que não consigo encontrar. Uma sensação de frio intenso toma conta do meu corpo, como se estivesse sendo abraçada pela morte em si.
Neste momento de desespero, minha mente corre para os momentos mais preciosos da minha vida, uma tentativa desesperada de me agarrar às lembranças antes que se desvaneçam para sempre. Vejo o sorriso de JJ, as risadas dos meus amigos, os momentos de alegria e amor que compartilhamos juntos. Mas mesmo essas lembranças não conseguem afastar o terror iminente que se aproxima.
Tudo ao meu redor parece desacelerar, como se o tempo estivesse se esticando infinitamente.
E então, em meio à escuridão e ao caos, uma paz profunda começa a se instalar dentro de mim, uma aceitação resignada do destino que me aguarda.
Eu fecho os olhos, me deixando levar pela escuridão crescente, esperando pelo inevitável.
E então, finalmente, tudo se apaga.
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Aii gente, será??? 🤔
Deixem a estrelinha se estiverem gostando 🫶🫶
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𝑰 𝑷𝒓𝒐𝒎𝒊𝒔𝒆 - 𝐉𝐉 𝐌𝐚𝐲𝐛𝐚𝐧𝐤
Romance- Só se você prometer não me deixar, igual a minha mãe. - diz o garotinho loiro, estendendo o dedo mindinho enquanto olhava para meu rosto. - 𝘌𝘶 𝘱𝘳𝘰𝘮𝘦𝘵𝘰! 𝑨𝑶 𝑳𝑶𝑵𝑮𝑶 de quase 10 anos, Luna e JJ se tornam melhores amigos, compartilhand...