3 DIAS DEPOIS
~Kyle On~
Fazem quatro dias e meio que Beatrice está presa em cativeiro.
Bom, é o que eu acho.
Enquanto a Corte não decide o que fazer com ela, provavelmente estão a mantendo em uma cela no subsolo do Palácio sob a vigilância de uns quinze guardas – ou mais.— Porra! — atiro na parede de concreto, liberando toda a minha raiva acumulada desde que eles a pegaram.
Eu podia ter feito algo para salvá-la.
Eu prometi protegê-la.Droga, eu devia ter matado todos aqueles filhos da puta quando eu tive chance. Mas, principalmente: eu devia ter matado o filho da puta que a fez desmaiar.
Eu vi tudo. Eu vi o sorriso dele quando ela caiu em seus braços, indefesa. Porra. Eu queria arrancar sua cabeça fora.
Eu tentei impedí-lo. Mas três Guardas me seguraram e logo depois apareceram mais outros, evitando que eu chegasse perto dela. E eu estava um pouco fraco, por conta do tiro que levei na madrugada daquele dia. Eu não fui curado totalmente, porque queria ter a cicatriz do ferimento. Como uma lembrança, uma memória.
E eu precisava de repouso.Além disso, os filhos da puta injetaram alguma merda em mim, que me impediu de usar o meu poder.
Naquela hora, eu não me importei com porra nenhuma de repouso. Eu lutei com todos aqueles idiotas até que todos eles estivessem mortos. Eu matei todos sem remorso.
Mas quando fui salvá-la, já era tarde demais. Declan tinha a dopado.
Em meio ao caos, Victhor Rolsten apareceu, levando a minha Beatrice com ele.Eu perdi o controle.
No final, a maioria deles estavam mortos e alguns fugiram, recuando.
"Vamos encontrá-la." – foi o que Maidy me disse quando tudo acabou.
Mas porra, eu sabia disso. Eu iria encontrá-la, custe o que custar. Nem que eu precisasse invadir a porra do inferno a procura dela. Ela voltaria para mim.
Eu ia trazer a minha mulher de volta.
Okay. Ela não era a minha mulher. Ainda. Era só uma questão de tempo.
Depois do ataque, não passei um dia sequer de bobeira.
Eu precisava entrar no palácio e pegá-la de volta. E eu mataria todos daquele lugar se fosse preciso.Certo. Eu sei que é muito arriscado entrar lá sem um plano. Afinal, ela é uma lenda viva. Seu poder é temido a séculos e desde então, os Reis de cada época faziam de tudo para caçar a próxima pessoa que herdaria esse sangue. Com o Rei Marechel Rolsten não é diferente. Com certeza capturá-la foi uma grande conquista para ele.
Ele pode ter posto todos os Guardas Reais possíveis em seu rastro. Ele pode ter prendido ela sob a proteção de um milhão de guardas Eletrics – o que seria incomum, já que a maioria dos guardas não têm poderes –, mas não importava. Eu iria buscá-la.
— Kyle?
Olho pro lado e vejo Jay vindo em minha direção.
Não paro. Atiro mais uma vez.— Estão querendo falar com você.
— Quem?
Olho na direção em que Jay veio e avisto Blake Morris, o melhor amigo de Beatrice – e que já transou com ela.
Fecho a cara.
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O Sangue do Silêncio
FantasyEssa é a história de uma garota que, ao completar 11 anos, é obrigada a deixar sua casa e sua família para trás, após um ataque surpresa de Eletrics, causando a morte de seu pai bem na sua frente. Sua mãe, antes de ser levada por um deles, pede que...