Cap 8

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Sua mulher?

Volto para a minha casa, que logo, logo não será mais minha.
Blake, como sempre, vem comigo até aqui.
Eu realmente não vou sentir falta dessa casa minúscula que Trent arranjou para mim. Mas eu, certamente, irei sentir falta desta vila.

— Que droga em, Bea! Você perdeu. — Blake reclama, se jogando na cama.

— Ele realmente é bom. — Admito, com dificuldade em dizer isso.

Começo a preparar um suco para nós, enquanto Blake reclama mais e mais.

— Eu te falei que era melhor você não lutar.

— Pelo menos eu tentei, Blake. — Suspiro — Eu precisava tentar.

— E o que vai ser agora? Nós vamos ter que conviver com o seu maior ódio? Os Eletrics? — Ele arregala os olhos, se dando conta de algo. — Ah, céus! Será que ele mora em um lugar cheio de Eletrics? Porra, Bea, isso é uma péssima idéia!

Fico quieta. Me sinto uma idiota por ter perdido uma luta para um Eletric desgraçado.
Penso no que Blake disse. Isso realmente seria uma péssima idéia.

Mas eu tenho ajuda.

— Você lutou bem, Bea. De verdade. — Blake fala, depois de um tempo. — Você quase o matou.

— Valeu, Blake. Mas terei que arcar com as consequências por perder.

— Nós realmente temos que ir? — Blake pergunta.

Pego os copos de suco e me sento ao seu lado na cama, respirando fundo. Entrego um copo para ele.
Uso minha mão livre para segurar a mão esquerda dele, que também está livre.

Ele bebe quase o suco todo do copo com um gole só.

— Eu vou, Blake. — Dou um sorriso triste — Você não.

Seu olhar logo muda, e ele quase derruba o copo no chão.

— Isso só pode ser brincadeira, né? Haha, você me pegou direitinho, em! — Ele ri, seu nervosismo evidente.

Eu nunca imaginei que seria tão difícil fazer isso.

— Não, Blake. — Olho no fundo do seus olhos e aperto sua mão. — Eu não estou brincando.

— Não! Não, Bea. Eu não vou deixar você ir sozinha. — Blake solta a minha mão. — Não, mesmo.

— Eu vou voltar para te buscar. Eu vou ficar bem, relaxa. — Garanto, tentando convencê-lo.

— Não. Você não vai sem mim, Bea. — Ele insiste.

— Essa é uma escolha minha, Blake. Eu preciso encarar isso sozinha. — Coloco minha mão esquerda em seu rosto. — Eu prometo que vou voltar.

— Beatrice Bevan... Você não vai sozinha, e ponto! — Ele teima mais e mais.

Beijo a sua bochecha.

— Eu vou, sim. — Digo, e solto sua mão.

Me levanto da cama, virando de costas para ele.
Fecho os olhos e respiro fundo.
E alguns segundos depois, Blake murmura:

— Bea...

E, quando não ouço mais nada e o silêncio recai pela casa, sei que funcionou.

Eu precisava fazer isso.
Eu sabia que ele não concordaria. Então, eu dopei ele. Me obriguei a colocar uma substância forte em seu suco que o derrubou e o fará dormir por tempo suficiente. Quando ele acordar, já estarei bem longe daqui.

O Sangue do Silêncio Onde histórias criam vida. Descubra agora