Cap 42

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Péssima influência

— Beatrice Bevan... Isso é sério?!

Nem eu mesma acredito nisso.

— Ele matou Trent, Bea! — Blake estoura. — Ele é um assassino!

— E eu não? — Sinto que enquanto eu tiver esse poder, irei machucar mais e mais pessoas. — E não adianta me dizer que isso não é verdade. Porque eu sei que é. — cruzo os braços. — Aos poucos estou me tornando uma assassina também.

— No seu caso é diferente, Bea. — ele discute. — Você não tem escolha.

— Eu e Kyle não somos muito diferentes. — falo.

— Meu Deus. Transar com ele é tão bom assim?

Dou um risinho.

— Você realmente quer que eu responda?

— Não! — ele exclama. — Credo, Bea! — ele fingi vomitar. — Isso é muito nojento!

— Para de ser dramático, seu bobo!  — dou um soquinho em seu braço.

— Nunca vou me acostumar com isso. — ele fala, ainda fingindo estar enjoado.

Fico em silêncio, me lembrando de tudo que conversamos ontem. E o que não conversamos.

— Eu não entendo o porquê dele não me esquecer.

— Qualquer um ficaria obececado pelo seu beijo, Bea.

— Só pelo meu beijo?

— Não — ele solta uma risada sincera.

Dou risada também.
Eu amo quando eu e Blake conversamos desse jeito. Ele sempre me anima de um jeito absurdo.
Depois de alguns minutos, ele fica em silêncio, e depois abre um sorrisinho malicioso. E eu conheço muito bem o meu melhor amigo.

— Fala logo, Blake.

— A sua irmã é bem bonitinha em...

— Blake... Ela tem quatorze anos!

— Quase quinze. — ele retruca, como se isso fosse uma baita diferença.

— Quem te disse isso? Ela?

Ela dá de ombros, se fazendo de sonso.

— Pode ir tirando o cavalinho da chuva. — cruzo os braços, o encarando.

— Por que? Pelo o que eu sei, ela estava praticamente noiva. — ele continua discutindo comigo, com um sorriso no rosto. — E o noivo dela tinha o quê? Dezoito anos? A mesma idade que eu.

Ela estava prometida a um Príncipe contra a própria vontade. Ou seja, ela não tinha escolha.
E além disso, eles iriam se casar só quando ela ficava mais velha.

— Blake. — chamo sua atenção.

— Tá bem, tá bem. Relaxa, Bea. Eu só estava brincando. — ele fala, se defendendo. — Além do mais, já tenho alguém em mente.

Dessa vez, eu que solto um sorriso malicioso.

— Maidy? — deduzo.

— Eu acho ela foda, cara. — ele conta, os olhos brilhando. — Sei lá. Eu não sei se ela gostaria de ter algo comigo.

— E por que não? Impossível alguém não cair no seu encanto.

Blake sempre teve um charme encantador.

—É, mas eu sou tão... eu. Ela é durona que nem você, Bea. — ele dá um sorriso brincalhão. — Pessoas como vocês querem chefes de gangue e alguém que as defenda.

O Sangue do Silêncio Onde histórias criam vida. Descubra agora