Cap 29

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Uma prisioneira?

- Pensei que tinha matado você.

Abro os olhos devagar, sentindo uma dor de cabeça do casete. O que aconteceu?

- Olhe para mim, gata.

Forço minha visão, ainda meio turva, a olhar para uma figura sentada em uma cadeira ao meu lado.

- O que? Quem é... - viro a cabeça pro lado, observando o local diferente. - Onde eu estou?

Olho para baixo e vejo que estou deitada em uma cama nada confortável, com meu corpo todo dolorido. Me forço a ficar sentada, ainda tentando entender onde estou.

- Nossa. Aquele líquido realmente deixou você meio burra. - a pessoa agarra meu queixo com força, me forçando a olhar em sua direção. - É sério que você não sabe quem eu sou?

Foco a visão, fazendo bastante esforço para manter a cabeça no lugar e me concentrar no que vejo. O que raios aconteceu comigo?
Quando minha vista começa a melhorar, enxergo os traços do rosto da pessoa. Dou um pulo, me afastando dele, quando o reconheço.

- Ah, merda. Declan? - aperto o lençol da cama, com raiva. - Porra... Você tinha fugido!

- Eu tinha tudo calculado, meu amor. - ele se levanta, sorrindo.

Tento me levantar para ir atrás dele e esmurrar seu rosto com força, mas algo pesado impede que eu ande até ele, me jogando pro chão no minuto em que saio da cama. Que merda é essa...?
Olho para meus pulsos e resmungo alguns palavrões quando vejo correntes de ferro presas nele.

- Que caralho é esse?!

Fico de pé, fazendo bastante esforço por conta do peso das correntes. Avanço na direção de Declan, tentando atingi-lo de alguma forma, mas acabo não conseguindo chegar até ele, as correntes machucando minha pele com o esforço que fiz ao correr em sua direção e quase cair de novo.

- Se fizer muito esforço, vai se machucar. - ele avisa, em pé em minha frente, com uma expressão de tranquilidade e deboche, enquanto um sorrisinho se perpassa em seu rosto.

- Onde eu estou? - exijo saber.

- No palácio, princesa. Você é uma prisioneira.

Uma prisioneira?!
E então as engrenagens em minha cabeça começam a rodar e tudo fazer sentido. Declan trouxe os Guardas para o nosso esconderijo. Ele era apenas uma distração. O ataque, os Guardas Reais. Tudo se conecta com ele e sua chegada.

- Você trabalha para eles? - arregalo os olhos. - Como me encontrou?

Ele dá de ombros, sem me responder.

- Responde, Idiota!

- Eles ofereceram uma boa recompensa por você, gatinha.

- Como me encontrou, porra? - sou firme.

- Admito, foi um pouco difícil. - ele fala, como se tivesse trabalhado duro por causa disso. - Mas eu consegui. Eu te encontrei.

- Espera... Como sabia que eu tinha o poder? - forço as correntes para frente. - Como caralhos você sabia?!

Ele dá de ombros, tranquilo.

- Um dia eu te conto, lindinha.

- Seu filho da puta!

Avanço nele de novo, mas acabo caindo de joelhos no chão diante dele. Tento me levantar, mas ele me empurra pro chão de novo, colocando sua mão em meu ombro e me forçando a ficar no chão, fazendo a corrente do pulso direito emprensar os dedos da minha mão esquerda e um grito de dor sair de mim. Meus dedos latejando com uma dor absurda, enquanto eu tento mover a mão.
Ele me força a encará-lo, um sorrisinho satisfeito reverberando em seus lábios.

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