O Sangue do Silêncio

Cap 4

Como isso é possível?

Chegando lá, sou extremamente direta com os guardas.

Felizmente, depois de usar alguns truques e mentir um pouquinho, consigo uma visita à Blake com facilidade.

— Bea?

— Oi, Blake. — Me sento em sua frente. — Como você está?

— Estou bem, eu acho. Só quero sair daqui.

Mesmo preso, ele continua bonito. Sua aparência não foi nem um pouco afetada.

— Eu sei porque você roubou aquela carteira. — Revelo.

Ele expressa uma cara de confusão, como se não entendesse do que estou falando.

— O colar — Falo, e tiro o colar de dentro da blusa. — Eu não acredito que você comprou isso para mim.

— A intenção era fazer uma surpresa para você. — Ele solta uma pequena risada. — Mas meu plano não saiu como planejado.

Só Blake mesmo para rir de situações assim.

— Eu vou te soltar, Blake. Eu prometo. — Seguro suas mãos.

— Não faça promessas de que você talvez não seje capaz de cumprir. — Ele encosta na cadeira.

Dou um tapa em sua mão.

— Ei! Você esqueceu com quem está falando? Sou eu, Blake. Se eu prometo, eu cumpro.

— É claro. — Ele ri consigo mesmo.

[...]

Saio da prisão em um silêncio torturante até para mim mesma. Não tenho ideia de como vou soltar Blake. Não tem a menor chance de eu sequestrar aquele homem que Grehta me deu o nome. Eu pesquisei um pouco e descobri que ele é perigoso. Muito perigoso.
E a última coisa que eu quero é me meter com essa gente.

Vejo uma poça de água logo na minha frente e paro para olhar meu reflexo nela. Eu não costumo ter tempo para me olhar no espelho. Na verdade eu não tenho nem um espelho. Normalmente, estou sempre treinando ou resolvendo minhas coisas.

Fico tanto tempo olhando meu reflexo na poça de água que ela começa a borbulhar e soltar uns brilhos estranhos. Eu só posso estar ficando maluca.
Mas logo percebo que não são brilhos. Um Eletric.

Me viro rapidamente, levantando minha faca e apontando em sua direção. Ele me seguiu?

Que estranho.
Eu nunca vi um Eletric fazer isso com a água.

— Quem você veio visitar? — Kyle pergunta, apontando com a cabeça para a prisão.

— Você me seguiu?! — Dou um passo para trás.

— Não posso negar que você é bem intrigante, Ladrazinha. — Ele coloca as mãos no bolso, sorrindo.

Lanço a faca em sua direção com força, usando toda a minha raiva.

— Ei! Você quer me matar?

Infelizmente, ele consegue desviar muito bem. Idiota.

— Quero. Eu definitivamente quero muito isso. — Tiro outra faca da minha bota.

— Quem você veio visitar aqui? — Ele pergunta de novo, provavelmente para me distrair e eu esquecer de tentar matar ele.

— Meu amigo, porra. Ele foi preso e preciso soltá-lo. — Falo de uma vez. Que cara chato, em. — Tá feliz agora?