Xeque-mate final
Kyle me leva até a parte de trás do esconderijo, onde vejo uma parede grossa enorme no meio do lugar. Mas não avisto cadáver nenhum.
— Admiro não ter um cadáver. — Observo cada canto de onde estou. Nunca se sabe né. — Para que serve esse lugar?
— Para treinar mira e outras coisas. — ele responde, com um sorrisinho no rosto.
Por incrível que pareça, estamos sozinhos aqui. E não gosto nem um pouco disso.
— É aqui que você me mata e acaba comigo de uma vez?
Kyle vai até um canto e pega uma arma – uma glock, sendo específica – que estava emcima de uma mesinha de madeira velha.
Meu Deus. Ele realmente vai me matar?
— Está com medo, Bea? — ele pergunta, enquanto limpa a arma com delicadeza. Ele com certeza viu a minha cara de surpresa.
— Para você é apenas Beatrice. — cruzo os braços. — E por que eu estaria com medo de você? Sou mais forte, não é mesmo?
Ele engatilha a arma.
— Pega essa. — ele me entrega a arma. — Sabe como se usa?
Instintivamente, aponto-a para ele.
— Eu já usei uma arma, Kyle.
E por algum motivo, algo me diz que ele já sabe disso.
— Seria uma tremenda burrice se você fizesse isso. — ele comenta, bem tranquilo com a ideia de uma arma apontada diretamente para o seu peito.
Rapidamente, aponto a arma na direção da parede grande e atiro.
Quando faço isso, um sentimento forte de alívio me consome. Atirar em coisas de vez em quando é bom para extravasar.
Ouço atrás de mim um suspiro vindo de Kyle. Ele também se sentiu aliviado.Eu realmente não sei porque eu não tento o matar nesse exato momento. Estamos na parte de fora do esconderijo, sozinhos. Eu poderia matá-lo e fugir logo depois.
Permaneço com a arma apontada diretamente para o seu coração.
— Você vai tentar me matar? — Ele ergue o canto da boca, como se estivesse achando isso engraçado.
— Tentar? — Dessa vez quem ri sou eu. — Eu não tento, querido. Eu consigo. — sorrio. — Eu posso te matar agora mesmo se eu quiser.
— Ah, é? — Ele me provoca, se aproximando. — Então, me mate, Beatrice.
E se eu realmente fizer isso? O que aconteceria? Eu conseguiria sair impune? Os Sanguinários me achariam? O meu destino seria o mesmo que o da minha família?
Eu adoraria descobrir.
Mas não agora.
Então abaixo a arma.— Que tal algo mais divertido, Ladrazinha? — ele sugere do nada, com um sorriso malicioso.
— Tipo o quê?
— Fica encostada na parede e põe aquela lata emcima da sua cabeça. — ele fala, apontando com o queixo para uma lata do chão.
E eu solto uma risada sincera.
— Nem morta! Por que não vai você?
— Eu vou, sem problemas. — E ele, calmamente, pega a lata e vai até a parede. Ele fica de costas, encostando nela. Logo depois, põe a lata emcima da cabeça.
Ele realmente quer que eu faça isso?
Se eu fizer com ele, ele provavelmente fará comigo.
Mas o que eu tenho a perder?Ajeito meu dedo no gatilho. E se eu mirasse em outro lugar?
![](https://img.wattpad.com/cover/345771780-288-k795684.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Sangue do Silêncio
FantasyEssa é a história de uma garota que, ao completar 11 anos, é obrigada a deixar sua casa e sua família para trás, após um ataque surpresa de Eletrics, causando a morte de seu pai bem na sua frente. Sua mãe, antes de ser levada por um deles, pede que...