Cap 36

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Uma dança mortal

Acordo me sentindo meio zonza, sem saber onde estou. Essa não é minha cela.

— Vejo que acordou.

Olho para trás e me deparo com Victhor Rolsten esparramado em um sofá enorme, me observando atentamente como um predador observa sua presa ou como um policial observa o criminoso. Ele segura uma taça de vinho, bebericando de vez em quando.

— O que...?

E então, me lembro. Ele me dopou. O filho da mãe me dopou na enfermaria.
Olho para meu braço, vendo um curativo nele e bufando de raiva. Eles conseguiram. Eles tiraram meu sangue.
Percebo que estou sem as algemas, meus braços totalmente livres para socar a cara de quem eu quiser.

— O que vocês vão fazer agora? — pergunto, me levantando do chão.

— Alguns experimentos.

— Que tipo de experimentos?

— Ainda não sabemos muito sobre seu sangue e a história dele. — ele se levanta do sofá, perambulando pelo lugar, pensando em alguma coisa. — Nosso propósito é adquirir toda informação possível.

Resolvo observar o lugar onde estou, analisando tudo ao meu redor e me deparando com vários móveis de luxo, uma parede cheia de broches e outra com alguns quadros caros pendurados.

— Espera... Esse é o seu quarto? — pergunto, encarando as costas do Príncipe Herdeiro. — Por que diabos eu estou aqui?

— Tiramos muito sangue de você. — ele se vira para mim — Achei melhor te trazer para cá, caso você acordasse muito fraca.

— Eu estou ótima. — retruco, com raiva.

— Que pena.

Ele caminha na minha direção, provavelmente esperando que eu me desvencie dele.
Não me movo. Permaneço com os pés fincados no chão, sem demonstrar medo algum. Você não me assusta.

— Por que uma Sanguinária? — ele para em minha frente, olhando um pouco para baixo para me encarar. — Bom, tenho quase certeza de que você não nasceu de uma gangue. — ele segura meu queixo, movendo minha cabeça de um lado para o outro, me estudando. — Então por que entrar para uma?

— Faz diferença? No final, o meu destino é o mesmo. — ergo o queixo, o fuzilando com o olhar e retirando sua mão do meu rosto.

— E se eu te disser que tem um jeito disso mudar? — ele joga no ar, me fazendo arquear uma sobrancelha em suspeita.

Cruzo os braços, esperando ele explicar o que acabou de dizer. Existe um jeito de eu sobreviver?

— Se eu decidir me casar com você, está feito. Você não morre. — ele se vira de costas, se afastando de mim. — Mas só se eu declarasse isso antes do país inteiro descobrir o que você é. Meu pai ainda pretende fazer algumas coisas antes de revelarmos essa informação ao mundo.

Solto uma risada sincera, o achando patético nesse exato momento. Nem morta eu me casaria com você.

— De qualquer modo, eu não quero me casar com você. - ele termina.

— Isso nunca aconteceria mesmo.

Ele sorri.

— Eu a vi atacando alguns dos meus guardas naquele dia. — ele muda de assunto no mesmo instante, me contando uma coisa que eu já sei.

O Sangue do Silêncio Onde histórias criam vida. Descubra agora