Cap 44

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Marshmellows

No dia seguinte

— Seu pai ficou maluco?!

Quando fiquei sabendo que o Sr. Monterphill queria expulsar minha irmã, Blake e Larry do esconderijo, fiquei indignada. Ele disse algo como "Esse lugar é muito perigoso para os Naturais". Ele quer dizer para quem não ter poder.

— Se eles forem embora, eu também vou. — sou clara.

Eu nunca deixaria Blake e Lyndi para trás. E nem Larry, depois do que aconteceu com Aiden.

— Meu pai é um idiota.

Saímos do esconderijo a alguns minutos e descemos o morro. Kyle disse que precisava conversar comigo a sós sobre um assunto importante. E cá estamos nós, discutindo sobre o futuro da minha irmã, do meu melhor amigo e do meu antigo Guarda.

— Eles não vão sair daqui. — falo, cada vez mais indignada. — E muito menos vão morar numa "cabana" estranha e fria em um lugar desconhecido. Não me importa se Blake e Larry tem idade o suficiente para cuidar de Lyndi. — me aproximo de Kyle. — O lugar da minha irmã é ao meu lado.

Kyle agarra o meu braço, me olhando de um jeito estranho.

— Eu vou dar um jeito. — ele me puxa para mais perto, sem desviar os olhos dos meus. — Eles não vão sair daqui, Beatrice. — ele fala com firmeza. — Eu prometo.

— Eu odeio promessas. — me solto do seu braço, o fuzilando com o olhar.

— Não as minhas. — ele diz, ajeitando o aneu em sua mão.

— Argh!

Reviro os olhos, subindo o morro de volta.
E, sem ele ver, abro um sorriso. Ele sempre consegue fazer isso sem nem perceber.

[...]

Passeio pelo esconderijo, decorando todos os corredores e cômodos. Ainda não tive tempo para investigar todas as pessoas do esconderijo daqui, mas futuramente vou focar nisso.
Enquanto passo, me olham com cara feia, junto de cochichos e risadinhas, misturados de pavor. Alguns demonstram mais e outros menos, mas não importa. Eu posso sentir. Ele sentem medo de você, Beatrice.

E eu gosto assim.
Eu sou perigosa.

E isso não quer dizer que eu me acho. E sim, que eu tenho noção da minha capacidade de machucar alguém.

Passo por três garotas, que me olham com cara de nojo, como se eu tivesse dormido em um latão de lixo essa noite.
Seguro o ímpeto de agarrar os seus cabelos e arrastar seus rostos na lama. Se controle.

— É assim mesmo.

Me deparo com Gale fumando um cigarro em minha frente, apoiada na parede.
Me aproximo dela. Desde que cheguei no esconderijo de Forlond temos treinado juntas. Ela nunca foi de falar muito e eu gostava disso, já que eu preferia assim.

— Essas garotas de Mount Gram são assim mesmo. — ela solta a fumaça pra cima. — Elas não estão acostumadas com gente de "cidade".

Isso. Cidade entre aspas. Já que o nosso esconderijo de Forlond ficava dentro da floresta.

— Que se dane todas elas. — falo, negando o maço de cigarro que Gale me oferece.

— Eu te julguei no início. — Gale confessa, sem olhar para mim. — Pensei que fosse ingênua e indefesa.

O Sangue do Silêncio Onde histórias criam vida. Descubra agora