O Sangue do Silêncio

Cap 39

Me ajudando?

Me jogo de joelhos no chão com tudo, checando seu pulso. Por favor, esteje vivo. Esteje vivo. Esteje vivo.

Olho pro lado e vejo uma Glock jogada ao seu lado.

— Bea!

Quando ouço o grito de Kyle e vejo um Guarda apontando uma arma para mim, apenas pego a Glock e atiro na sua cabeça sem nem hesitar, adrenalina pulsando em minhas veias junto da raiva.

Ainda segurando a Glock, continuo checando o pulso dele, esperança correndo dentro de mim. Não morra. Não morra.

— Porra, Beatrice! — Kyle aparece atrás de mim, seus braços me puxando, tentando me levantar. – Ele está morto!

— Não, Kyle! — me desespero quando a ficha finalmente cai, sangue escorrendo em volta do corpo todo de Aidan. Ou para quem se acostumou, Two. — Ele não pode estar morto...

Ele tem que estar vivo.

Prendo a respiração quando vejo suas pálpebras tremendo, ameaçando se abrirem.

— Aidan? — chamo, guaguejando.

Ouço mais dois tiros, e tenho quase certeza de que eles vêm de Kyle. Isso, continue nos protegendo. Por favor.

— Li-Lina...? — ele tosse sangue, custando falar.

— Aidan... Ah, meu Deus! — ponho a minha mão por baixo da sua cabeça, a segurando. — Por favor, fale comigo, Aidan.

— Meu irmão... — O que? Seu irmão? Pisco os olhos, tentando conter as lágrimas enquanto encaro o ferimento de bala em sua barriga. — Ajude... ele.

O que? Ajudar seu irmão?

— Quem é o seu irmão?

Seu olhar fica distante na mesma hora e um grito de desespero sai da minha boca, abafando meus soluços.

— Por favor, Aidan. — tento o chamar, mas nada acontece. — Olhe para mim. Por favor...

Ah, meu Deus. Não.

— Você o conhecia? — Kyle pergunta, hesitando.

Passo a mão pelos seus olhos, os fechando.
Decido me levantar, lágrimas caindo dos meus olhos e o meu olhar nunca desviando do seu corpo.

Ele morreu por minha causa.
Eu nem cheguei a conhecê-lo direito.
Ele nem sabia o meu nome verdadeiro.
Se ele não tivesse me beijado naquele dia...

Determinação se passa dentro de mim, o desejo de vingança reverberando nas minhas veias como fogo.
Droga, cadê o meu poder?

— Precisamos sair daqui. — Kyle fala, sua arma pronta para atirar na próxima pessoa que se aproximar.

Preciso achar One.
Se ele morrer por minha culpa também...
Um bala passa extremamente perto da minha cabeça, me assustando. Merda.

Eles não vão descansar até que eu esteje morta.

Kyle levanta sua arma e atira em dois Guardas, os matando na mesma hora.

— Distraia todos. – peço a ele, ainda segurando a Glock na mão direita e limpando as minhas lágrimas com a esquerda.

Sua mão se aperta ao redor do meu braço, me puxando de volta, seu olhar me questionando com firmeza.

— Que porra isso quer dizer, Beatrice? Não temos tempo!