Cap 47

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Um plano?

~Kyle On~

— O que...? — quase engasgo com as minhas próprias palavras. — Bea...

O olhar de Beatrice muda. E por um momento eu não a reconheço mais. Seus olhos escurecem, ficando cada vez mais sombrios.

— Amor...

Ela solta uma gargalhada fria, me fazendo engolir em seco.
Agora é sério. O que está acontecendo aqui? Que porra é essa?

— Beatrice, acabe logo com isso. — o homem grisalho, que nem sei da onde surgiu, fala com ela, como se estivesse impaciente.

— O que? Acabar com o quê? — olho para a minha namorada. — Beatrice, que porra está acontecendo?!

Seu olhar está distante, indiferente. Como se a Beatrice que eu amo não estivesse mais ali. Ou talvez ela nunca tenha existido.

Merda.

Então, quando ela abre um sorriso sombrio de divertimento, respiro fundo. Não.

— Beatrice. — falo com firmeza, tentando de todo jeito me levantar, já que os três homens se afastaram de mim.  — Que merda você está fazendo? Larga essa arma!

Perto dela, vejo o homem que ela matou se levantar. O que? Que caralho está acontecendo aqui?!
Ele estava morto. Ela matou ele.

— Eu vou te explicar, amor.

Quando a palavra amor sai da sua boca, sinto como se ela fosse outra pessoa. Porque com certeza essa não é a garota por quem me apaixonei.

Fico de pé, meu corpo todo dolorido, com sangue pingando por todo o chão. Deus, o que está acontecendo aqui?
Sinto como se eu fosse apagar a qualquer momento, meu corpo fraco. Tento ao máximo manter os meus pés firmes no chão. A última coisa que eu quero é desmaiar agora.

— Era tudo um plano.

O que? Um plano?
Respiro fundo, derrepente precisando urgentemente de ar. Meu Deus.

— Sabe o dia em que você me ofereceu ajuda? — ela fala tranquilamente, como se estivesse relaxada. — Sabe... se você realmente me conhecesse de verdade, saberia que eu nunca iria a qualquer lugar com um Eletric, principalmente um desconhecido. Quando eu o deixei que me levasse naquela garupa, eu estava ciente de que você poderia ser qualquer pessoa, e estava preparada para isso. Bom, confesso que não sabia sobre você ser de uma gangue, mas isso mudou depois que descobri. Eu fui informada de tudo sobre os Sanguinários. — ela sorri — Eu tinha contatos que me forneciam informações bem debaixo do seu nariz. — ela vira a cabeça um pouco de lado, como se estivesse me estudando com o olhar. — Você não achou estranho a forma como você ganhou de mim naquela luta sem que eu fizesse de tudo para te matar? Foi tudo calculado, amor.

Sinto como se não conseguisse mais respirar. Meu Deus.
Ela me enganou e mentiu para mim. Ela transou comigo sabendo dos meus sentimentos. Porra, eu a apresentei para a minha gangue, cara.
Ouvir Beatrice dizer essas coisas dói pra caralho.
Como eu nunca percebi? Como deixei isso acontecer?

— Ah, merda. — aperto os dentes com força, a ficha caindo aos poucos. — Meu Deus.

Fico tonto derrepente, minha cabeça latejando mais ainda. Que porra...

— Acho que você não está entendendo, não é? — ela fala com indiferença, fazendo a minha raiva aumentar. — Eu vou facilitar as coisas para você.

Ela continua com a arma apontada para mim, sua mão no gatilho o tempo todo. Eu preciso fazer alguma coisa.

— Você está vendo essas pessoas aqui?

O Sangue do Silêncio Onde histórias criam vida. Descubra agora