Cap 38

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25 DIAS DEPOIS

O país inteiro está vendo.

Depois de dias criando o plano perfeito, finalmente o momento chegou. Eu não posso morrer.

Preciso sair daqui.

Durante todos os meus dias aqui, me forcei a comer um pouco da comida que eles me davam.
Sim, eu sei que eles colocavam frequentemente a substância – que é venenosa para o meu poder – nela. Mas se eu injerisse um pouco todos os dias, eu poderia criar uma pequena resistência. Logo, o líquido não faria mais tanto efeito em mim, me dando uma vantagem hoje. Além do mais, eu sou forte, certo? De acordo com o que Kyle me disse quando ele me contou sobre meu poder, eu sou muito mais forte que um Eletric ou um Escolhido. Portanto, tenho mais resistência. Isso tem que funcionar.

Quando One e Two – que agora eu sei que o nome de um deles é Aidan – foram levados por minha causa, me motivei mais ainda a continuar com o plano. Eu não os conhecia o suficiente para confiar neles, mas eu com certeza não queria ser a responsável por suas mortes.
Eles vão ser executados hoje, mortos ao vivo, por minha culpa. Eles foram considerados traidores da corte e vão pagar por isso.

Sim, eu sei que foi ele quem me beijou. Mas eu retribuí. E agora tanto Aidan como One — que nem teve nada haver com isso — vão morrer por isso.

Quando a porta se abre, deixo rolar. Inúmeros Guardas Reais – que nem me dei o trabalho de contar – me arrastam para fora da cela, me guiando rumo a minha própria morte com algemas nos pulsos.
Não debato, não luto.
Apenas deixo que eles me levem.

Se não der certo...

Enquanto passo pelos corredores e escadas, procuro pelos meus antigos guardas. A onde será que eles estão?

Os Guardas me arrastam pelo Palácio inteiro até chegarmos numa porta extremamente grande. Muito grande mesmo.
Eles fazem esforço para abri-la e logo depois passamos por ela, a luz do sol invadindo meus olhos na mesma hora, me fazendo proteger o rosto.

Quando o chão se torna de terra molhada, percebo que estamos em uma arena personalizada ao ar livre. Estremeço quando vejo uma multidão ao redor do lugar. Cidadãos das cidades vizinhas e moradores da Capital – todos Eletrics e com dinheiro, é claro – gritam diante da minha entrada. Mesmo nossa distância sendo imensa, suas vozes soam tão alto que meus ouvidos chegam a doer.

Os Guardas me empurram até uma escada no lado direito da arena, bem em frente aos assentos da Família Real, mas eles continuam em um lugar mais alto, com uma espécie de barreira de vidro como se fosse uma cerca.
O Rei Marechel, a Rainha Gynissa e os dois Príncipes permanecem em seus tronos bem no alto do lugar, fazendo meu pescoço forçar para que eu consiga enxergar seus corpos.
Subo as escadas, com dois Guardas ao meu lado, as algemas pesando meus braços com mais intensidade agora.

— Bom dia, cidadãos de Nafrye! — o Rei saúda o seu povo, fazendo mais gritos ecoarem pelo ambiente.

Sou jogada com tudo quando chego ao topo, os Guardas se afastando de mim, mas permanecendo perto o suficiente.

— Espero que todos estejem bem! — gritos e gritos animados consomem a arena enquanto o Rei fala. Sua voz é alta e autoritária, mostrando ao mundo todo que tem o poder. — Estamos aqui hoje para a execução mais esperada de todos os séculos.

A alguns dias, o Rei anunciou ao país sobre a captura do monstro silencioso – como ele me chamou.
Todos ansiavam por esse dia tanto quanto o Rei. Eles realmente me temem.
Bom, eu sou uma lenda viva, certo? Todos conhecem o meu poder como uma ameaça. E talvez realmente seja.

O Sangue do Silêncio Onde histórias criam vida. Descubra agora