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S/n Pov's

Estefânia: tem certeza que você quer ir, filha? -pergunta apreensiva.

S/n: eu tenho sim, mãe!

Estefânia: tudo bem, não vamos te impedir, mas caso se sinta mal, nos avise que nós te buscamos na mesma hora.

S/n: pode deixar.

Não estão entendendo nada, né? Bom, vou explicar pra vocês, hoje  eu vou fazer uma visita a Ananda, quero tirar a limpo toda essa história, preciso tentar entender por que foram tão cruéis comigo.

S/n: Aidan? O que está fazendo aqui? - pergunto ao ver o garoto escorado em seu carro.

Aidan: achou mesmo que eu ia deixar você ir naquele lugar sozinha?

S/n: Aidan, eles estão presos não podem me fazer mal.

Aidan: eu não confio S/n, eles são dois monstros e sempre dão um jeito de te fazer sofrer, eu só quero evitar isso.

S/n: eu sei amor, mas eu preciso entender por que fizeram questão de estragar minha vida - me aproximo do garoto enlaçando meu braço em volta de seu pescoço - por favor, não tente me impedir.

Aidan: não vou, contanto que me deixe ir com você.

S/n: tudo bem! - suspiro depositando um selinho em seus lábios.

Aidan: vamos! Eu te levo.

Assinto com a cabeça entrando dentro do seu carro, seguimos caminho rumo ao presídio em silêncio, minha cabeça me bombardeia com perguntas, na qual não tenho respostas.

Sinto um frio percorrer minha espinha assim que o carro para em frente ao presídio, descemos do mesmo caminhando de mãos dadas pelos corredores desse lugar, um policial nos guiou até a cela onde Ananda estaria ao meu aguardo.

S/n: me deixa falar com ela sozinha! -peço ao garoto.

Aidan: vida! -diz em negação.

S/n: por favor Aidan, isso é entre mim e ela, preciso conversar com ela a sós.

Aidan: tudo bem, mas se precisar de algo, estarei te esperando aqui.

Afirmo me virando para a porta, engulo em seco sinalizando para o policial abrir a sela, assim que a enorme porta de ferro é aberta, pude ver a mulher sentada em uma cadeira, encarando o lugar com uma expressão neutra, adentro o lugar, me sentando à frente da mais velha atraindo sua atenção.

Ananda: o que quer aqui garota, veio jogar na minha cara que venceu?

S/n: não Ananda, vim aqui por que quero explicações.

Ananda: eu não tenho nada pra te explicar, então pode ir embora.

S/n: eu não vou embora, até que me fale por que estragou minha vida. Me diz Ananda, por que me tirou dos braços da minha família, por que fez questão de me fazer viver um inferno ao lado de vocês.

Ananda: eu não vou dizer nada! Se era só isso pode ir embora.

S/n: por favor me diz! Eu preciso entender por que foi tão cruel comigo - peço com os olhos lacrimejando.

Ananda: quer mesmo saber garota, então eu vou dizer, eu não queria engravidar, eu não queria ter um outro bebê, estava feliz com a Heather, e essa gravidez só pôs tudo a perder, você não tem noção de quantas vezes tentei abortar, tentei acabar com a vida desse feto maldito, e eu consegui, mas descobri isso tarde demais.

S/n: por que me roubou, se não queria ter um bebê, por que me roubou?

Ananda: por que o Leonard avia vendido essa maldita criança, mas não me contou nada, só fui ficar sabendo disso quando o bebê nasceu, e adivinha, ele estava morto, e nós iriamos estar também se não entregasse essa criança há eles, eu acabei ouvindo uma conversa da enfermeira, falando do nascimento de uma menina, naquele mesmo instante, e foi ai que tive a brilhante ideia de trocar os bebês, entreguei minha filha morta para aquela mulher e fiquei com você, tudo tinha dado certo, mas no dia de entregar a criança à eles, a polícia apareceu, estragando o nosso negócio, depois entramos em contato com eles, pra saber como ficaria o nosso trato, mas eles desistiram, haviam fugido do país, e desfeito o nosso acordo, com isso tivemos que ficar com você, por sua culpa perdemos uma enorme quantia em dinheiro, e ainda ficamos com você como um estorvo em nossa vida.

S/n: como você pode ser tão cruel? Me tirou dos braços dos meus pais, e me maltratou a minha vida toda, me fazendo acreditar que vocês não me amavam, que eu não tinha o amor dos meus pais, por sua culpa eu fui infeliz, mas sabe de uma coisa, todo o seu esforço para me prejudicar, foi em vão, agora eu estou ao lado da minha família, tenho pessoas que me amam e me apoiam, e você Ananda? Você não tem nada, não tem amor, não tem amigos, não tem família, não tem nada.

Ananda: se eu fosse você não cantava vitoria antes da hora, sabe que eu sempre ganho.

S/n: não dessa vez, você vai morfar aqui dentro, vai pagar por todo mal que já fez.

Ananda: sabe de uma coisa, eu não me arrependo de nada, se eu tivesse a oportunidade de voltar no passado, eu faria tudo do mesmo jeito, ou até mesmo pior, ver você sofrer sempre foi minha maior diversão -sorri maligna.

S/n: você não vai mais atrapalhar minha vida, eu estou livre de você, e das suas maldades Ananda -me levanto.

Ananda: você que pensa, filhinha -me olha com ódio.

S/n: adeus Ananda, até nunca mais.

A mulher sorri de lado debochando do meu sofrimento, saio daquela sala as pressas me jogando nos braços do moreno que me acolhe com um abraço, sussurrando palavras acolhedoras em meu ouvido.

casada por obrigaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora