Tighnari ficou no quarto, deitado e pensando no acontecimento que causou medo e pavor no feneco. Ele não quer ver ninguém. Tem medo de ver a morte das pessoas denovo.
Enquanto estava deitado, via os tantos presentes que ganhou de outros reinos. Na estante do quarto, tinha alguns livros que o Tighnari não gostava de ler, porém, por ser da realeza, era obrigado a ler todos aqueles livros desinteressantes, aos olhos do Tighnari.
Graças as suas grandes orelhas, ouviu alguém se aproximar do quarto.
Tighnari:- Vai embora. Não quero ver ninguém.
- Quero pedir desculpa, não sabia que ia causar tanto alvoroço. Papai já me explicou o que você tem..... e também me deu uns cascudos.
Tighnari riu dessa última frase. Não quer ver ele, mas Cyno se tornou um amigo no qual ele tem medo de perder.
Tighnari:- Sei que não sabia de nada. Não precisa pedir desculpas. Merecido esses cascudos.
Cyno:- Posso entrar?
Tighnari:- Não. Quero ficar só.
Tighnari queria muito ver esse amigo, porém o medo de ver a morte dele é maior. Ouviu a porta tentando ser aberta, lembrou que a porta estava destrancada. Ficou olhando pra ver seu novo amigo iria entrar. Porém, riu muito do Cyno xingando a porta, só porque não sabia que ela abria de uma maneira diferente pela segurança do príncipe.
Tighnari disse que estava trancada e pediu pra ele ir embora. Cyno tentou mais um pouco e levou um puxão de orelha do Cylas.
Cylas:- Deixa o Tighnari, ainda está com medo, ele viu aquela cena duas vezes. Amanhã você tem treino, ou esqueceu que quer virar um soldado também?
Cyno:- Não, pai. Queria falar com ele.
Cylas:- Quer levar mais alguns cascudos da tua mãe? Vamos pra casa.
Cyno ficou olhando mais um pouco pra porta, esperando que magicamente se abrisse ou que o principe abrisse a porta. Como não aconteceu nada, foi embora com o Cylas e olhou mais uma vez pra trás pra ver se havia sinal da porta ser aberta.
Do outro lado da porta. Tighnari estava com a mão na maçaneta, ele queria abrir, mas tinha medo. Desistiu de abrir e voltou a se deitar na cama. Estava exausto. Mesmo com 8 anos, muitas pessoas admiravam essa maturidade que tão cedo ele apresentava e pela facilidade de aprender.
Então com o cansaço atingindo o corpo do garoto, ele dormiu. E então um sonho ele teve.
Tighnari acordou num local desconhecido, tinha muita areia envolta e um calor infernal, não muito longe, viu uma pessoa de costa, tentou falar ou gritar, mas nada adiantava.
A pessoa estava de costas e usava uma capa, essa capa era preta com orelhas de chacal.
Essa capa tampava todo o corpo, Tighnari tentou andar, porém, não conseguia andar ou sair daquele local.
A pessoa a sua frente, não se virou nenhuma vez, Tighnari ficou irritado porque teve sinal da pessoa destinada, mas não podia saber quem era porque a pessoa estava de costa.
Um tornado de areia foi criado envolta dos dois, Tighnari tentou andar até a pessoa então tudo ficou preto.
Quando acordou, estava suando muito e olhou pra janela, estava chovendo e isso indicava que não poderia sair pra pode ir no jardim, até podia, mas a rainha pegaria pelas orelhas e faria entrar no castelo denovo.
Sem muita opção, levantou da cama e foi até a biblioteca, adorava as plantas e cogumelos. Como sempre ficava sozinho, aproveitava esses momentos pra aprender os poderes da natureza.
Criava muitas plantas e cogumelos no quarto. Queria aprender mais sobre as plantas, então sempre que podia, ia até a biblioteca real.
Ficava horas e horas lendo os livros enquanto abraçava a cauda. Cylas ficava se perguntando se o Tighnari era uma criança mesmo ou se era algum adulto. Nunca viu uma criança ser tão calma quanto Tighnari.
Seu filho quando brincava, sempre estava sujo de terra ou coberto de pelos por causa dos cachorros que o Cyno adorava brincar. Normalmente estava sempre sujo de terra e pelos de cachorros.
Cylas:- Tigh, já fez os deveres que o professor te passou?
Tighnari:- Já.....Tio Cylas, posso te contar uma coisa?
Cylas:- Fala, Tigh. Falou enquanto sentava do lado do garoto.
Tighnari:- Sonhei com uma pessoa.
Cylas:- Sério? Pode me dizer.
Tighnari contou sobre o sonho, Cylas também ficou meio decepcionado com a parte de não conseguir ver a pessoa. Então ele teve contado com o destinado ou destinada. Mais provável ser destinada.
Não precisa necessariamente ver a pessoa, só precisa ter contato. Talvez quanto mais contato tiver, mais chance dessa maldição se quebrar. Pensou o general enquanto brincava com as orelhas do Tighnari.
Tighnari:- Você não tem medo de mim?
Cylas:- Já estive perto da morte mais vezes que as estrelas do céu. Não vai ser um par de olhos verdes muito lindos que vai me pôr medo.
Tighnari:- E se eu ver tua morte?
Cylas:- Eu quebro esse destino, não se preocupe. Sempre dou um jeito de escapar da morte, não precisa ficar triste. Eu prome-
Tighnari colocou as mãos na boca do General, conhecia o suficiente e sabia que ele iria fazer essa promessa e também sabia que não poderia cumprir.
Tighnari:- Não quero que prometa. Só cumpra. Ordens do príncipe.
Cylas:- Que maturidade. Tem mais maturidade que meu filho.
Tighnari:- ...........Tio, dá pra falar com o jardineiro e por algumas plantas no meu quarto?
Cylas:- Mais? Príncipe, teu quarto tem mais plantas que o jardim real e quer mais plantas? E os livros que você tem que aprender já terminou de ler?
Tighnari não lembrava aonde colocou os livros que o Cylas comentou, talvez alguns estejam sendo usados pra por plantas encima. Então levantou do sofá e foi até uma estante e guardou o livro que estava lendo e voltou pro quarto com as orelhas um pouco baixas, indicando que ele estava apenas fugindo da pergunta.
Cylas:- Tigh, devolve o elogio que eu fiz pra você. Não acredito que você não está estudando.
O rei estava indo pro salão quando ouviu essa parte. Olhou pro seu filho que estava entrando no quarto e deu um leve peteleco na orelha do príncipe.
Rei:- Plantas não vão te tornar um bom rei. Tua professora vai te fazer uma prova com os livros que ela te deu. Não quero ouvir nenhuma reclamação da tua parte. Amanhã mesmo começa teu treinamento pra se tornar um futuro rei.
Nesse dia Tighnari passou a maior parte do tempo procurando os livros, quando achou, começou a estudar eles e não estava entendendo muita coisa.
Quando a professora chegou, Tighnari ficou de costa pra ela, deixou que colocasse a prova e ficou atrás do príncipe.
A nota não foi das melhores, o rei já esperava uma nota ruim, então como castigo, ficou uma semana sem sair pro jardim e teve as plantas do quarto removidas. "Esse dia Tighnari aprendeu que nem tudo são flores." Falou o Cylas quando o rei terminou de dizer o que fez com o príncipe.
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