Aitana López.
Janeiro, 2024.Estou sentada no sofá de casa e Sabina está em pé na minha frente, dando a maior lição de moral, coço minha testa uma hora ou outra, indicando que já estou de saco cheio da situação, mas absolutamente nada adianta, ela fala mais que um papagaio.
— Você tem que sair, tonta! — gesticulou suas mãos tantas vezes, que eu ficaria tonta.
— Por que eu precisaria sair? — meus braços estavam cruzados, meu peito cheio, porque eu fazia questão de bufar a cada respiração que soltava.
— Está enfiada nesse sofá desde a hora que eu cheguei — resmungou — já são sete horas da noite e eu cheguei aqui à uma da tarde, só saiu para ir ao banheiro.
— Você sabe o porquê eu não gosto mais de sair assim.
Então Sabina ficou em silêncio, em questão de segundos sua postura mudou, vi quando minha amiga se sentou ao meu lado e apoiou sua cabeça em meu ombro, eu tombei um pouco da minha cabeça para encostar com a dela. Meus dedos estavam entrelaçados na frente do corpo.
— Aita — sua voz aveludada me chamou — eu sei que desde que seu pai entrou no hospital, você não quis mais sair, mas sabe que ele não gostaria disso…
Interrompo.
— É injusto eu ir curtir minha vida e ele estar lutando contra a morte em um hospital — declamo, meus pés estavam inquietos — não quero sair.
O clima ficou estranho depois daquilo, nenhuma das duas disse mais nada, estávamos aproveitando literalmente a presença uma da outra, às vezes o silêncio é melhor que mil palavras e essa é a frase que mais se aplica no momento. Eu mexia um pouco das minhas pernas porque simplesmente estava inquieta. Eu preciso fazer alguma coisa da vida, tomar um rumo ou alguma coisa do tipo.
Meus pensamentos foram longe, quando duas vozes masculinas entraram em casa, eu já reconheci, uma é do meu irmão e a outra de Pablo, acho que eles nasceram grudados.
Desde quando Gavi começou a morar sozinho em um apartamento gigantesco, ele vive em casa, nem parece que tem uma. Ele deve se sentir sozinho e para suprir isso, vive enfurnado aqui dentro, como se não tivesse absolutamente nada para fazer.
— Nossa, até levei um susto com essas caras feias de vocês — Fermín disse, logo quando entrou na sala — o que aconteceu?
— Engraçadinho, engoliu algum palhaço no caminho da volta? — a morena ao meu lado perguntou, deixei um sorriso largo surgir em meus lábios com aquela resposta — eu tinha dado a ideia de sair um pouco, mas Aitana não quis. Sério, quem conseguir tirar ela desse sofá, vai ganhar um prêmio.
Troquei um olhar com Gavi que não chegou a durar dois segundos. Ele se sentou no sofá e foi logo mexer em seu celular. Poderia fazer alguma piadinha sem graça sobre o término dele, mas seria o sujo falando do mal falado, porque infelizmente, estou no mesmo barco.
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Remember Me || Pablo Gavi
Fanfiction|| Aitana cresceu sendo irmã do jogador Fermín López do Barcelona. Mas sua imagem de certa forma, nunca esteve vinculada a ele. Seus sonhos são gigantescos, mas os dramas da vida, ainda a prendem no chão. || Pablo Gavi é o famoso meio campista do ti...