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Aitana López

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Aitana López.
Janeiro, 2025.

Meus olhos estão inundados pelas lágrimas, meu corpo treme tanto que chega a me assustar, minha visão está turva e não consigo ver praticamente nada em minha frente. Todo o ar foi roubado de meus pulmões. Meu coração acabou de ser esmagado da forma mais cruel possível e tudo o que eu ainda via um resto de sentido, acabou de se perder agora. Parece que levei um soco na boca do meu estômago, ao mesmo tempo que parece que me anestesiaram e eu fui incapaz de sentir qualquer coisa que estivesse acontecendo com o meu corpo.

Eu sou mãe.

Eu perdi meu filho.

Essas duas frases não fazem sentido em minha mente, nenhuma palavra escapou da minha garganta pelo simples fato que minhas lágrimas são tão avassaladoras que absolutamente tudo dentro de mim entrou em uma confusão absurda.

— Aita, meu amor — Gavira tentou se aproximar, mas dei dois passos para trás, me afastando dele — desculpa.

Passei as mãos pelos meus fios de cabelo e os puxei para trás, até acabou doendo pela forma que fiz aquilo, porque puxei uns fios um pouco demais. Eu não sabia nem como reagir, parecia que tudo o que eu fosse fazer, estaria errado em alguns passos.

— De quantos meses? — As três palavras saíram como sussurros de meus lábios.

— Um mês.

Levantei meu olhar e pude encarar o Gavira, que está distante, com os braços cruzados e os olhos vermelhos. Vejo que seu cabelo também está bagunçado. Os lábios levemente entreabertos me chamam a atenção, parece que está pronto para falar qualquer coisa, porém simplesmente não consegue, ou que está com medo, nesse exato momento estou péssima para fazer qualquer tipo de suposição.

— Por que não me contou antes? É meu corpo, meu filho e ninguém me disse nada por meses! — minha voz saiu um pouco mais alta e chorosa do que imaginei, minha cabeça doeu por alguns instantes e tive que fechar os olhos por breves segundos — seis meses, seis meses do acidente e só me contou hoje que eu estava carregando um filho nosso, um filho que eu perdi, mas que eu desejava com toda a minha devoção!

— Aitana — Gavira descruzou os braços, o esticou para mim e tentou se aproximar, mas eu me afastei novamente.

— Quem mais sabia disso? — perguntei, meu soluço saiu tão alto que minha garganta acabou doendo, tive que engolir em seco depois daquele gesto.

— Todos sabiam — depois dessas duas palavras que saíram de seus lábios, meus olhos se arregalaram ainda mais — todos queriam te contar e eu fui o único contra e como eu sou o pai, a decisão final foi minha, tenho meus motivos para não ter te contado.

— Quais os motivos? — indaguei, mas não deixei o garoto continuar — queria esperar eu recuperar a memória para me contar? Queria que eu sofresse ainda mais depois de um longo tempo? Não achava justo a Aitana que não lembrava de nada saber algo sobre ela mesma? Porra Gavira, eu perdi um filho e não soube por seis malditos meses. Se eu não recuperasse a memória teria coragem mesmo de ter me contado?

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⏰ Última atualização: Sep 19 ⏰

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