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Aitana López

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Aitana López.
Julho, 2024.

Estou dentro de um carro, com Gavi ao meu lado. Nós dois estamos em silêncio e de certa forma, desconfortáveis, nós sempre ficamos dessa forma quando estamos muito próximos um do outro. Ele dirige com apenas uma mão no volante, a outra mão está em sua boca, porque roe as unhas, ao ponto que parece que vai arrancar um pedaço, mas o garoto faz tudo com tanta calma, que parece que nasceu para aquilo. 

— Rapha vai achar estranho, mas iremos contar a verdade — Gavi virou levemente seu olhar para mim e eu apenas concordei por alguns instantes — eu conversei com Berta, ele vai passar o dia conosco e se quiser, dormirá com a gente, mas isso só se ficar muito tarde para ele voltar.

— E para onde vamos? — indaguei, meus braços estão cruzados, mas pelo simples fato de eu estar nervosa. 

— Pensei de ir para minha casa, Raphael ama ver filmes enquanto come pipoca — seu olhar voltou para o trânsito novamente e nem sequer se arriscou a me encarar — mas se não quiser, podemos ir para outro lugar. 

— Podemos ir para sua casa. 

Descruzei meus braços, mas meus dedos começaram a batucar contra minhas pernas, tenho sempre que tentar controlar minha ansiedade e nervosismo, sei que isso não me faz bem, mas tudo que me remete ao tempo que eu não me recordo, fico extremamente nervosa, ao ponto que parece que vou vomitar. 

Pablo estacionou o carro, e me encarou, eu o encarei, engoli em seco, acho que não estou pronta.

— Eu vou entrar primeiro para explicar a situação para ele, tudo bem? — perguntou, com a voz mais calma que poderia expressar — mas pode descer, mas é melhor ficar na recepção. 

— Tudo bem, eu só estou com medo que tudo dê errado, entende? — Estalei os dedos das minhas mãos, mordisquei minha bochecha interna e fiz uma careta quando doeu — Pablo! 

— Aitana, vai dar tudo certo, não precisa ficar nervosa, você vai se sair bem — me lançou um pequeno sorriso e soltou seu cinto.

Eu assenti, e saímos do carro, em completo silêncio, apenas o barulho dos carros passando pela rua adentravam em meus ouvidos. Quando entramos no orfanato, não reconheci nada que tem aqui dentro, obviamente, mas meu olhar foi atento para todos os cantos, acho que no fundo, ainda tenho esperança de recuperar alguma memória, mesmo que eu saiba que isso está praticamente impossível.

— Gavi! Aitana! — escutei os nossos nomes, me virei para uma porta que tem mais ao lado desse cômodo, era uma senhora. 

— Berta! — Pablo foi o primeiro que foi até ela e eles se cumprimentaram com um abraço rápido — eu disse que iria trazer a Aitana.

Quem é essa mulher? 

— Fico feliz que tenham vindo — atestou, se afastou do garoto e veio até mim, esticou sua mão para mim e eu a apertei, com a minha — Aitana, eu sou a Berta, administradora do orfanato, nos conhecemos mas você não se lembra de mim, mas não tem problema nenhum nisso, querida. 

Remember Me || Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora