Pablo Gavi.
Abril, 2024.A vida é tão profunda quanto a morte. A linha tênue que existe entre essas duas palavras, é fina, é como se fosse estourar em qualquer momento. Usando em meus termos, é como se fosse um cadarço mal amarrado, que está prestes a soltar e te fazer tropeçar. Mas esse tropeço, é a sua morte, é onde vai dar seu último suspiro, irá se arrepender pelas coisas que jamais fez na vida e vai agradecer por tudo que teve, mesmo que tenha sido poucas coisas na vida. É extremamente triste pensar nisso, em como vamos morrer, pode ser amanhã, daqui uma semana, ou daqui cinquenta anos, mas vamos morrer e daqui um tempo, ninguém vai se lembrar de nós.
Mas pior que a morte, são os pensamentos que ficam em sua mente, que te fazem pensar na morte, como se ansiasse por esse momento tão temido por todos. Nossa mente, é nossa pior inimiga, será ela que vai premeditar as coisas, ou definir detalhes que não eram para ser definidos dessa maneira. Tudo em minha mente ecoa, faz um barulho que dói, parece que vai rasgar todo meu cérebro e me matar lentamente. Meus ouvidos doem, e meu coração parece que está sendo apertado por uma mão que não é reconfortante.
Parece que eu vou morrer. Os meus próprios pensamentos vão me matar, mesmo que eu continue respirando. Minha mente dói, meu corpo dói, eu não estou bem. E eu sou novo para um caralho, eu tento, mas toda vez, parece que um copo de vidro se estilhaça em minha frente e os cacos de vidros além de me atingirem fisicamente, me atingem emocionalmente.
Meu pai se suicidou. Será que foram os pensamentos em sua mente que o levou a isso? Foi sua culpa? Ou não conseguiu suportar que aquela seria sua vida pelos próximos trinta anos?
Mas nesse exato momento, eu tenho medo de fazer a mesma coisa que ele.
— Garoto — escutei uma voz grave, abri os olhos com um certo desgosto, então virei meu olhar para a porta da cela — sua audiência é daqui quarenta minutos, seu advogado mandou seu terno, precisa vesti-lo.
Nem me levantei direito, mas o guarda jogou aqueles pedaços de pano para dentro, resmunguei comigo mesmo novamente. Eu não estou conseguindo nem me movimentar direito e querem que eu vista um terno, é para terminar de me fuder mesmo.
Me levantei com dificuldade, meu joelho arde, eu não posso tomar nenhum remédio para dor e tudo o que eu coloco para dentro, em questão de minutos, já estou vomitando. Me agachei com dificuldade pegando aquele terno, meus olhos fecharam com força, quando tive que apoiar todo meu peso em meu tornozelo, mordi meus próprios lábios desejando que aquela dor fosse embora.
(...)
Estou em um tribunal, usando um terno caro, com muletas, com uma dor infernal e desejando que tudo isso acabe logo, nesse exato momento, eu já nem estou mais ligando se serei solto ou não, eu já aceitei a merda do meu destino e está tudo bem, esse já foi um grande passo.
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Remember Me || Pablo Gavi
Fanfiction|| Aitana cresceu sendo irmã do jogador Fermín López do Barcelona. Mas sua imagem de certa forma, nunca esteve vinculada a ele. Seus sonhos são gigantescos, mas os dramas da vida, ainda a prendem no chão. || Pablo Gavi é o famoso meio campista do ti...