25.

4.6K 365 535
                                    

Aitana López

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Aitana López.
Abril, 2024.


Eu estou totalmente estressada, minha respiração está pesada e meus braços cruzados, mesmo com eles assim, aperto minhas mãos em um ato para tentar me segurar, jamais vou bater em alguém, mas é uma maneira de tentar controlar a raiva que está dentro de mim. Pablo normalmente não mede as palavras e eu muito menos, porque somos assim, sedentos pelo erro. 

— Eu acho engraçado, sabe Pablo Gavira, eu estou aqui, tentando te ajudar e você não se ajuda — minha voz saiu alta novamente, me aproximei do garoto, que tenta se afastar de mim. 

— Porque eu não preciso de ajuda, porra! — rebateu, então ele me encarou com desdém, fazia tantas semanas que eu não via esse olhar, que cheguei a me assustar. 

— Precisa, sim! Parece que não dorme há semanas, fica distante em qualquer conversa, vejo seus olhos cheios de lágrimas toda hora. Não come direito, não sai da sua cama e afastou todos nós de você — reverberei em alto e bom tom, vai que entra algo na cabeça desse garoto — você é orgulhoso demais para pedir ajuda, mas então faça isso por outra pessoa, se ajude, antes que leve outras pessoas para o buraco.

Eu estou pegando pesado demais, mas essa é a intenção. 

— Quem eu vou levar para o buraco junto? Você? Me desculpa Aitana, mas você é tão fudida quanto eu — sua voz saiu no tom mais grosseiro possível, pelas suas bochechas vermelhas, dava para notar a raiva presente — vá embora. 

— Eu posso até ser, mas não estou agindo feito uma babaca. Não tente colocar meus problemas em jogo para despistar os seus — apontei com meu dedo indicador para mim mesma e depois virei para ele — eu não vou embora. 

Nos olhos do Gavira, eu vejo o meu reflexo. O meu mais perfeito reflexo. Somos iguais, filhos da puta arrogantes. Não sabemos lidar com nossos problemas e os guardados para nós mesmo até explodir com alguém que não tem nada haver com isso. Mas é algo que aprendemos a lidar e com isso, jogamos a culpa em outras pessoas. Sempre fizemos isso e no final, jogamos a culpa um no outro.

Como fizemos há anos atrás.

— Agora eu sou o babaca, Aitana? Se você tivesse na minha pele nesses últimos dias, garanto que não teria conseguido ficar um segundo na minha mente. Eu não estou bem, era isso que queria escutar, porra? — afirmou, mas ele continuava com aquele tom estúpido e ar autoritário, seu olhar sobre mim ainda era péssimo — você é uma idiota, uma total idiota por estar fazendo essa merda agora. 

— E é por isso que precisa de ajuda! Vai se ajudar como, se sua própria mente está te matando Pablo! — exclamei, cruzei meus braços novamente, mas eu não conseguia ficar parada — eu sou uma idiota e você é um babaca! 

— Porra, não fode Aitana. Eu não fui o único que precisou de ajuda e guardou tudo para si mesmo — então se aproximou de mim novamente, com aquele tom de voz alto.

Remember Me || Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora