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Pablo Gavi

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Pablo Gavi.
Janeiro, 2024

Meu apartamento sempre está vazio. Me sinto sozinho aqui, como nunca senti antes. Ele é grande e arejado, do jeito que sempre imaginei, mas falta algo, que nunca consegui entender o que era. Encaro todos os cômodos com frequência e sempre falta alguma coisa. Me sinto vazio, na minha própria casa.

Vivo na casa do meu melhor amigo, por mais que a vida dele não esteja boa, parece que a casa dele é mais aconchegante. Tenho esse pensamento, até lembrar com quem ele divide o teto, e só de pensar naquela garota, no mínimo dois neurônios meus, morrem.

Aitana, ela é a irmã do meu melhor amigo. Quando éramos criança, era minha amiga, hoje só tem o título da primeira frase mesmo. Não podemos ficar próximos demais, porque se não, discutimos até dizer chega e nunca dizemos a palavra “chega”, normalmente alguém diz por nós e nos separa.

Estou com o meu corpo estirado no sofá, minha cabeça dói um pouco, deve ser porque dormi muito mal, pensando direito na burrada que fiz ontem pela tarde. Eu aceitei um namoro falso, com uma garota que nem suporto. 

Meu celular tocou uma vez e ignorei, até tocar pela segunda vez e eu o pegá-lo, encarando a tela e estar escrito: “Aitana López”. Era notificação de mensagem e não era do privado dela, até porque somos bloqueados, e sim de um grupo que nós dois estamos. Nem Fermín está nesse grupo, apenas Sabina e nós dois.

“O que você quer as nove horas da manhã? — Gavi via mensagem”

“Preciso de uma carona — Aitana via mensagem”

“Que saco. Pode ser para de tarde, depois que eu sair do treino? — Gavi via mensagem” 

“Tem que ser agora — Aitana via mensagem”

“Estou saindo de casa — Gavi via mensagem”

Eu não iria voltar atrás, essa era uma parte do acordo e realmente não tenho o que fazer. Sinto que se ela começar a abusar de minha boa vontade, começará a me estressar e eu vou repensar seriamente nessa situação, porque sinceramente, não dá para virar táxi particular de alguém.

Já basta o carro que ela me pediu. 

Coloquei meu tênis e mais um casaco de frio, chamei pelo elevador e não demorou muito para parar em meu andar. Fui até meu carro, o que eu mais uso normalmente e a primeira coisa que fiz, ao entrar, foi ligar o aquecedor. 

O caminho até a casa de Fermín e Aitana, foi tranquilo. Só achei estranho, em o garoto não estar em casa para levar sua a irmã a algum lugar. Quando estacionei meu carro, pude ver a morena saindo de casa, cheia de casacos no corpo. 

Desde pequena, ela sente um frio absurdo. 

— Vou ir ver meu pai, no hospital — entrou no carro e logo disparou as palavras.

Remember Me || Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora