i love you like oxygen - Choni e Beronica.

capítulo 33.

Toni Topaz pov.

– Dá pra você chegar um pouquinho para lá? – Cheryl implica pela quarta vez com Veronica que só queria ficar grudada na amiga.

– Eu estou triste. Você deveria ser mais compreensiva comigo! – Exclama a latina.

– Ah, é mesmo, Verônica? Mais do que já estou sendo?

E sem explicações, a ruiva parece se exaltar. Ela se afasta de Veronica e olha no fundo dos olhos dela. Parecia que só haviam as duas ali.

Mas eu acho que estou entendendo.

Desde que entramos aqui, Verônica insiste em reclamar da sua vida amorosa.

– Eu vou te dar um choque de realidade agora só para ver se você acorda desse seu drama todo! Antes de você tentar se decidir por pura pressão entre Archie, Betty, Reggie e sei lá mais quantos outros, você tem que desapegar dessa sua dependência nas pessoas. E sim, por eu ser a sua amiga, eu vou ser completamente sincera com você!

Ela tem esses ataques de estresse do nada ou é normal mesmo?

– Você tem dependência amorosa nas pessoas se você ainda não percebeu. Você não consegue ficar sozinha, não consegue lidar com nada sozinha. Então você fica "Eu escolho Betty ou eu volto com meu ex?", mas aí você sempre acaba com um "Ah, vou me divertir um pouco com o Reggie". Já percebeu como você pula de um para o outro sem nem pensar no que eles estão sentindo?

– Nossa, falando assim parece até que eu sou um monstro. – Veronica fala aparentemente meio ofendida.

– Mas você não é! Você é incrível, Verônica. Você pode ser a melhor namorada do mundo para quem você ama de verdade, mas isso só pode te acontecer se você se permitir dar um tempo nisso. Para de ficar indo atrás do Reggie só para poder passar o tempo e se divertir um pouco. Para de ir atrás do Archie sendo que você nem tem mais certeza dos seus sentimentos por ele. E o principal... Para de ser tão confusa e indecisa com a Betty.

O silêncio toma conta do grande apartamento, que agora parece tão pequeno para apenas nós três.

O filme pausado na televisão, as luzes desligadas, a caixa de lenço papel jogada no sofá, o olho inchado da Veronica de tanto chorar. É muita coisa ao mesmo tempo.

Então eu me permito falar.

– Olha... Eu não conheço você há muito tempo para saber de tudo da sua vida, é verdade. E eu não diria com palavras tão ríspidas assim, mesmo tão sinceras... Mas é notório o quanto a Betty é loucamente apaixonada por você. E também o quão confusa você está com essa história toda.

– Amiga, eu te juro. – Com um pouco mais de paciência agora, a ruiva torna a dizer. – Não adianta forçar nada agora e nem se forçar a entender sobre os seus sentimentos agora. Só dê um tempo de pensar em relacionamento um pouco. Tenta se estabilizar primeiro. Sozinha.

Chorando muito novamente, Veronica se joga nos braços da sua amiga.

Cheryl Blossom pov.

– Você é uma boa amiga. E uma boa conselheira. – Topaz fala em quase um sussurro para não acordar Veronica que acabou dormindo feito um bebê depois de chorar como se não houvesse o amanhã.

– Digamos que eu tenho que ser um pouco rígida com as palavras as vezes. – Dou uma risada meio baixa, também na intenção de não acordá-la.

– Não... Você é rude! – Mesmo dormindo pelos cantos, essa garota consegue focar na conversa dos outros.

E eu já falei que essa é a palavra favorita dela?

– Volta a dormir, Verônica. Vai! – Digo rindo um pouco e fazendo Toni rir também.

– Não estou com sono... – Diz ela com a voz sonolenta e os olhos fechados.

– Vamos fazer assim. Vou te levar lá pro seu quarto para você dormir direito e Toni e eu vamos embora. – Levanto com cuidado para não assustar ela e não despertar totalmente o seu sono.

– Eu espero você enquanto isso. – Topaz também se levanta.

Assinto em resposta.

– Vem. – Pego na sua mão com sutileza e a levo para o seu quarto.

Ela realmente estava com muito sono.

É o que dizem, chorar demais causa sonolência.

– Pronto, acho que ela só acorda amanhã. É bom que é sexta e quando ela chegar da escola, pode descansar bastante. – Desço as escadas sem pressa e paro na frente de Topaz.

– Então vamos. – Ela responde e eu assinto.

Saímos do apartamento e Topaz se encosta na sua moto, enquanto me encara profundamente.

– O que é? – Cruzo os meus braços e arqueio as sobrancelhas.

– Pensei que quisesse ir comigo. – Ela me estende o seu único capacete e monta na sua moto logo em seguida. O que ela está esperando? Que eu suba também?

– Você ficou bem maluca se acha que eu vou andar nesse troço com uma Serpente em público, não é?!

– Ah... Eu só achei que não iria querer ir a pé. É que já está tarde e seria muito feio da minha parte te deixar ir sozinha.

– Eu tenho duas pernas, consigo caminhar sozinha. Boa noite, Topaz! – Dou as costas e começo a caminhar, mas não foi preciso uns dez passos para que ela conseguisse me alcançar com a sua moto sem nem fazer muito esforço.

– Me deixa te levar. Eu juro, só vou te deixar na sua casa e não vai acontecer nada além disso.