DANTE POV
— Como você sabe disso? — Pergunto sério e a vejo se levantar.
— E isso importa ?
— Sim, essa merda importa! — Digo firme me levantando também.
— Todo mundo sabe, certo?!...claro que uma hora eu iria saber! — Diz irritada me encarando.
Fecho os punhos a encarando furioso, a única coisa que me impede de colocá-la no lugar dela é o amor que sinto por ela, e ela sabe....sabe que não consigo encostar um dedo nela.
— Por que você não me contou sobre isso? — Diz baixo procurando resposta em meus olhos. — VOCÊ ME ARRASTOU PRA ESSA MERDA DE VIDA E NEM ME CONTOU QUEM REALMENTE VOCÊ É!
— Porquê não é da conta de ninguém saber disso, eu não tenho que explicar o meu passado pra você!
— Claro que tem! Eu tenho o direito de saber quem é o bastardo com quem estou dormindo!
Diz irritada e suas palavras me levam pra beira da fùria.
— Esse bastardo é o único que protege você e te da um lugar pra morar, o bastardo que ama você pelo o que você é e não consegue deixar de amar você não importa quão louco você deixe ele...
— E que me fez matar alguém hoje! — Me interrompe. — É isso que vai fazer com nosso filho?!
A encaro sério desconfiado por sua última frase.
— Você...não pode ter filhos...
— Não podia... — Engole em seco e ergue o queixo. — ...estou gravida.
Minha expressão muda instantaneamente enquanto a encaro, a raiva que eu senti a um segundo atrás mudou pra uma onda de preocupação, e a adrenalina parece ter sido drenada do meu corpo.
— Seja lá sua razão pra ter matado seu pai... — Faz uma linha fica com a boca. —...você não vai fazer comigo ou com meu filho.
Se afasta pisando firme em direção as escadas, as palavras dela me atingem em cheio, ela está com medo que eu machuque ela e a criança que ela carrega, decido ir atrás dela e entro no nosso quarto, me aproximo tocando seu braço e a encaro.
— Amore... — É tudo que sei dizer, vejo seus olhos marejados. —...eu...eu nunca machucaria você ou nosso filho, eu juro...
— Então por que?!... — Diz com a voz embargada. —...por que você não me falou sobre seu pai? Sobre...sobre o que você fez...
— Porque eu não queria que você me visse de outra maneira...como um monstro ou...
— Eu quero saber... — Diz firme me encarando. —...cada detalhe.
Uma onda de exaustão e dor me atinge ao recordar daquela noite, a imagem ainda está presa na minha mente como uma cicatriz.
Flashback on...
2:12 am...
Saio do meu quarto depois de beber uma garrafa inteira de whisky, me encaro no espelho e decido...chegou a hora.
10 anos é tempo suficiente pra colocar um fim nessa merda toda, estou cansado!
Caminho em direção a porta do quarto dele em silêncio, aperto a arma na minha mão firme e com a mão esquerda seguro a maçaneta girando lentamente e abrindo-a.O vejo deitado de barriga pra cima dormindo, caminho lentamente me aproximando da cama e levanto a arma devagar.
— Então é assim... — Diz abrindo os olhos e se senta lentamente. —...foi esse o jeito que arranjou pra me matar?! Como um covarde?!
Como ele sabia que eu iria fazer isso?! Ele deveria estar dormindo! Engulo em seco e travo a mandibula ainda com a arma apontada pra ele.
— Sim é assim...acabou pra você Domenico!
Se levanta lentamente ficando de frente pra mim, seu rosto ainda sem demonstrar expressão nenhuma.
— Então faça...e depois? Acha que pode controlar esse império?!
A raiva pega o melhor de mim de novo enquanto escuto suas besteiras, eu quero atirar e silenciar esse desgraçado, é minha chance e não vou desperdiçar.
Ele trás o cano da arma pro seu próprio peito me deixando tenso.— Você não consegue?!...você é um fraco...VAMOS FAÇA! FAÇA AGORA!
Ele continua empurrando aquele botão dentro de mim pra me fazer perder o controle como sempre fez todos esses anos, estou cansado desse desgraçado me provocar, cansado de ser impotente na frente dele, estou cansado...já chega!
Fico com tanta raiva que so vejo vermelho a minha frente, olhos em seus olhos que me olham com desgosto e me lembro da minha mãe, dos anos de tortura e de como agora me desafia a fazer o que a anos planejo fazer, suspiro rapidamente e puxo o gatilho o vendo cair no chão com a mão no peito.
O encaro sério, o vendo ofegante lutando pra respirar enquanto me encara.
— V...você...Dou um passo a frente pra terminar o serviço mas paro ao ouvir suas últimas palavras.
— Vo...você está pronto.
Ainda o encaro morto no chão por longos segundos e parece que tirei um peso das costas, respiro fundo e caminho em direção a porta, agora sou só eu...agora sou o Don.
Flashback off...
Pisco algumas vezes e vejo Maria me encarando com um semblante de compreensão, eu contei tudo...desde o início.
Ela segura em meu pescoço e apoia a testa no meu peito, a abraço e encaro o chão sentindo uma onda de tristeza e algo que ainda não sei definir o que é, mas essa criança...esse filho...não será como eu, não será como meu pai...
...e eu farei questão disso!
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Poder & Paixão - Dante Porcello
Fiction généraleLIVRO I | PODER E PAIXÃO - DANTE PORCELLO LIVRO II | PODER E SALVAÇÃO Dante Porcello é o Don da máfia italiana, ele foi treinado desde os 16 anos pra ficar no lugar de seu pai como chefe da máfia o que o fez ser cruel e frio com todos ganhando respe...